21 junho 2024

PCC pode ter usado canivete de agente do Gir para matar Nefo e Rê na PII de Venceslau

Segundo agentes penitenciários, durante a revista nas celas do Pavilhão 1, um dos guardas do GIR perdeu um canivete. O funcionário, no entanto, só percebeu isso dias depois da blitz. O fato foi comunicado à direção da unidade prisional.

Josmar Josino 

Colunista do  UOL

21/06/2024 

Elidan Silva Ceu, vulgo Alemão e Talibam, de 45 anos, Jaime Paulino de Oliveira, vulgo Japonês,
de 47 anos, Ronaldo Arquimedes Marinho, vulgo Saponga, de 53 anos e Luis Fernando
Baron Versalli, vulgo Teo, VV, Barão e Barom, de 53 anos, os algozes de Nefo e Re
Era uma blitz de rotina no Pavilhão 1 da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (SP), onde ficam os presos considerados mais perigosos do PCC (Primeiro Comando da Capital). Agentes do GIR (Grupo de Intervenção Rápida) fizeram minuciosas revistas nas celas.

O GIR é uma espécie de "tropa de choque" do sistema prisional paulista. Os agentes também são acionados para controlar tumultos, motins e rebeliões. Usam, quando necessário, gás de pimenta, balas de borracha e até armas longas. Contam ainda com o apoio de fiéis cães ferozes.

Segundo agentes penitenciários, durante a revista nas celas do Pavilhão 1, um dos guardas do GIR perdeu um canivete. O funcionário, no entanto, só percebeu isso dias depois da blitz. O fato foi comunicado à direção da unidade prisional.

Foi com esse canivete - acreditam os agentes penitenciários - que Janeferson Aparecido Mariano Gomes, 48, o Nefo, e Reginaldo Oliveira de Sousa, 48, o Ré, foram assassinados no início da tarde da última segunda-feira (17), no Pavilhão 1 da P2 de Venceslau. Câmeras de segurança registram a matança.

Valter Lima Nascimento, o Guinho, foi condenado a 20 anos e 5 meses de pena em
regime fechado  Imagem: Divulgação/Polícia Civil de São Paulo
Procurada pela reportagem, a Polícia Civil de Presidente Venceslau afirmou que uma equipe esteve no presídio logo após o duplo homicídio, acompanhou todos os trabalhos periciais, colheu depoimentos e não recebeu a informação de que o canivete usado no crime seria de um agente do GIR.

Nefo e Ré foram acusados de tramar os sequestros do senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) e do promotor de Justiça Lincoln Gakiya, de Presidente Prudente (SP), e, segundo o MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo), acabaram mortos por ordem do PCC.

Outros quatro presos da quadrilha também estão recolhidos na mesma unidade e com medo de morrer. Um deles, Valter Lima Nascimento, 43, conhecido como Guinho, pediu "seguro" (remoção para uma cela fora do convívio com os demais presos) à diretoria do presídio.

Armas foram apreendidas

Agentes disseram à reportagem que além do canivete, os assassinos dos dois presos usaram no crime um punhal artesanal, feito com ferro retirado da parede do presídio. As armas brancas foram apreendidas pela Polícia Civil e encaminhadas para perícia.

Os presos Luís Fernando Baron Versalli, 53, Ronaldo Arquimedes Marinho, 53, Jaime Paulino de Oliveira, 46, e Elidan Silva Ceu, 45, foram indiciados por suspeita de envolvimento no duplo homicídio. Os quatro foram interrogados, mas não esclareceram nada sobre os fatos.

A Polícia Civil apreendeu ainda dois vídeos com imagens das câmeras de segurança da unidade. Um deles mostra Jaime, Luís, Ronaldo e Elidan entrando com a vítima Ré em um banheiro no pátio do banho de sol, usado antigamente como barbearia.

Penitenciária II "Maurício Henrique Guimarães Pereira" de Presidente Venceslaude Venceslau
O segundo vídeo registra a movimentação de Jaime, Luís Ronaldo e Elidan no pátio do banho de sol perseguindo e atacando Nefo. Investigadores apuraram que Elidan ainda se posicionou perto de uma grade chamada de "gaiola", para impedir que Nefo chegasse até o local e pedisse socorro

Peritos foram mobilizados ao presídio e confirmaram que Ré e Nefo foram mortos com golpes de canivete e um punhal artesanal. A primeira vítima foi atingida diversas vezes na cabeça, pescoço e abdômen. A segunda sofreu ferimentos no pescoço e abdômen.

O MP-SP acredita que Nefo e Ré foram mortos a mando da cúpula do PCC. As suspeitas são de que ambos falaram demais e não cumpriam a missão de sequestrar Sérgio Moro para usá-lo como moeda de troca na libertação dos líderes do PCC recolhidos na Penitenciária Federal de Brasília.

Fonte: UOL

6 comentários:

  1. Olha, tem guarda do GIR que parece uma árvore de natal de tanto penduricalho na farda. E sem contar a bolacha de Operações Especiais. Kkkk Agora se o canivete realmente foi do GIR, fumo em quem deu beiçada!

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  2. camarada, se a ordem, calhar, ha 1001 maneiras de despachar dito cujo para o alem. não precisa de canivete nenhum.

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  3. Perderam um estilete no raio e não fizeram outra blitz pra buscar? Ninguém chamou os caras nas idéia pra dispensar o aparto no meio do pátio?

    Zoado, hein.

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