CPP de Mongaguá/SP é um dos mais perigosos do estado, diz Sindicato, "A segurança é insuficiente"

Sifuspesp afirma que a recente fuga de cinco detentos escancara, mais uma vez, as fraquezas da Unidade Prisional.

Sifupespe

04 de agosto de 2024

Os detentos que se evadiram do Centro de Progressão Penitenciária de Mongaguá (Reprodução/Sifuspesp)

O Sifuspesp sindicato dos Agentes Penitenciários da Secretaria de Administração Penitenciária do Estado de São Paulo (Sifuspesp) considera o Centro de Progressão Penitenciária (CPP) "Doutor Rubens Aleixo Sendin" de Mongaguá, no Litoral de São Paulo, uma das unidades mais perigosas do estado de São Paulo.

Cinco detentos fugiram do CPP na última quarta-feira (31) e forças policiais se mobilizam para encontrá-los. Porém, a Entidade Sindical considera que o problema está em um histórico de problemas que a unidade enfrenta, como a superlotação e um déficit de cerca de 30% de profissionais penais.

De acordo com a Sifuspesp, a unidade em questão tem capacidade para receber 1.640 presos, mas atualmente abriga 2.154. O número tem como base dados da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP).

“A superlotação, o baixo efetivo e a proximidade com a mata tornam o CPP de Mongaguá uma das unidades mais arriscadas do sistema prisional paulista. Em abril, a unidade tinha 109 policiais penais divididos em quatro turnos para cuidar de mais de 2 mil detentos. A segurança é insuficiente para garantir a ordem na unidade. Além disso, faltam torres com guarda armada e condições de segurança mais aprimoradas”, destacou a Entidade.

Fuga em massa em 2020

Em março de 2020, a associação destacou que mais de 500 detentos fugiram do CPP após o cancelamento das 'saidinhas' devido à pandemia de covid-19. Na época, presos fizeram uma rebelião e mantiveram funcionários reféns antes de uma fuga em massa. Posteriormente, oito reféns foram liberados.

A associação ainda afirmou que os profissionais do local trabalham sob constante risco de ataques, sendo que, em 2021, o sindicato chegou a solicitar o fechamento da unidade devido à insegurança.

Criminosos iriam deixar ilícitos e arma de fogo com os presos da Unidade Prisional, e também portavam 02 armas de fogo

Também relembrou que, em fevereiro deste ano, policiais penais da unidade foram alvo de tiros por criminosos que tentaram invadir  o CPP. Por sorte, nenhum policial foi ferido. Porém, ressaltou que, em maio, dois homens que invadiram o centro foram mortos por PMs durante buscas na cidade.

“Eles tentaram arremessar mochilas com celulares e um revólver para os detentos, mas fugiram sem concluir a missão. Houve troca de tiros com os policiais penais e a dupla escapou por uma área de mata e acabou localizada e confrontada pela Polícia Militar na mesma noite”, relatou.

De acordo com a Sifuspesp, os criminosos usam drones para arremessar itens proibidos -como celulares e drogas- para dentro da Unidade Prisional, o que dificulta a detecção pelos policiais penais. Destacando uma recente interceptação, a associação informou que dois pacotes contendo seis celulares foram apreendidos.

O CPP de Mongaguá tem capacidade para 1.640 reeducandos, mas tem sob a sua custódia
2.135 presos progedidos do regime fechado, para o semiaberto 

Outro lado

Questionada a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) rebateu, em nota, que o Centro de Progressão Penitenciária (CPP) de Mongaguá é um estabelecimento para a custódia de presos beneficiados ao regime semiaberto. Atualmente, 201 custodiados possuem autorização para trabalhar fora do CPP. Destes, sete atuam em duas empresas privadas da região e 194 prestam serviços à Prefeitura de Praia Grande por meio de convênio.

"Trabalham nas dependências do presídio 461 sentenciados, que atuam na manutenção interna e externa do CPP e na cozinha industrial. Além disso, há 176 reeducandos/alunos frequentando o ensino regular, do fundamental, a partir da alfabetização ao ensino médio, por meio da parceria com a Secretaria de Educação do Estado. No CPP há 210 custodiados inscritos na 19ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas", ressalta em nota.

No presídio, a SAP informou que funciona o Programa de Educação para o Trabalho e Cidadania (Proet), que fomenta ações educacionais de formação complementar às pessoas privadas de liberdade por meio de oferta de curso técnico-profissionalizante. A iniciativa é promovida pela Fundação Professor Doutor Manoel Pedro Pimentel (Funap) que contempla 50 reeducandos.

A instalação no presídio da Sala da Liberdade também foi uma parceria com a Funap, onde fica disponível acervo literário aos privados de liberdade por livre demanda. "Em parceria com a Coordenadoria de Reintegração Social e Cidadania da Pasta, houve a inauguração da Oficina de Panificação e Confeitaria Industrial (Procap) para capacitação dos internos. Com essa parceria, no primeiro semestre, o CPP realizou a Jornada de Cidadania, Trabalho e Renda, com 792 atendimentos de reeducandos. Nessa jornada, entre as diversas ações realizadas, os custodiados receberam orientações sobre como reiniciar a vida após a concessão de liberdade pela Justiça", conclui.

Detento que fugiu do Centro de Progressão Penitenciária de Mongaguá é preso em tabacaria na
Grande SP — Foto: Divulgação/Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo

Fugitivo é recapturado

Um detento que fugiu do Centro de Progressão Penitenciária de Mongaguá é preso em tabacaria na Grande SP. Policiais estavam em patrulhamento quando viram um homem com as mesmas características de um dos foragidos em uma tabacaria da cidade. Ao perceber a chegada dos agentes, o suspeito tentou fugir a pé, mas foi alcançado.

Kevin Matos Carvalho, de 19 anos, detento que tinha fugido do Centro de Progressão Penitenciária (CPP) Dr. Rubens Aleixo Sendin de Mongaguá, no litoral de São Paulo, foi preso em Suzano nesta sexta-feira (2).

Segundo a polícia, os agentes estavam em patrulhamento quando viram um homem com as mesmas características de um dos foragidos em uma tabacaria da cidade. Ao perceber a chegada dos policiais, o suspeito tentou fugir a pé, mas foi alcançado.

Caso aconteceu no Centro de Progressão Penitenciária (CPP) Dr. Rubens Aleixo Sendin,
em Mongaguá na madrugada de quarta-feira, 31/07  Imagem: Reprodução

Kevin Matos Carvalho e outros quatro reeducandos se evadiram do CPP na quarta-feira (31). Segundo o que foi apurado pelo g1 Santos, os presos teriam se aproveitado de uma brecha na cozinha para fugir.

Segundo a Secretaria da Administração Penitenciária, por volta da 1h30, cinco reeducandos foram flagrados por agentes penitenciários do lado de fora de um dos pavilhões habitacionais do Centro de Progressão Penitenciária de Mongaguá, localizado no bairro Balneário.

Rapidamente, foi acionado o alarme e os reeducandos entraram em uma área de mata, após escalar o alambrado que cerca a unidade. A Polícia Militar foi acionada e iniciou uma busca no entorno da unidade. Porém, a equipe não conseguiu localizar os evadidos.

Ainda segundo a SAP, os presos das unidades de regime semiaberto, como é o caso, podem trabalhar e estudar externamente, desde que tenham autorização judicial. Quando recapturados, os reeducandos regredirão ao regime fechado.

Fonte: SIFUSPESP

Contraponto:  O contraponto vem com o Poema: " A Infâmia dos CPPs"

Só para complementar a fala do Poeta: 

"E sem querer fui conhecer que eu fiquei 29 anos e 02 meses no inferno sem saber".😂😂

E detalhe, não tenho nenhuma saudades do "Gnomo"!

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