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Arriscamos nossas vidas para garantir a segurança de todos.

SOMOS GUERREIROS E INCANSÁVEIS

Lutamos pelos direitos de todos os servidores públicos.

ACREDITAMOS NUM PAIS MENOS DESIGUAL

Não compactuamos com os demsandos dos governos.

QUEREMOS QUE HAJA JUSTIÇA SOCIAL

Somente assim haverá segurança pública real.

06 abril 2024

Inaceitável: MP denuncia bombeiro inativo que matou policial penal por não aceitar que ele era negro em MG

O documento da promotoria aponta que o homem, Naire Assis Ribeiro, de 62 anos, teria cometido o crime contra o policial penal por preconceito e não após uma discussão como era dito anteriormente.

Por Zu Moreira, Rodrigo Salgado, g1 Minas — Belo Horizonte

06/04/2024

O polícial penal segundo afirmou o representante do Ministério Público foi assassinado não
por discussão ou briga, mas unicamente pela cor de sua pele que ofendeu seu agressor - Imagem: Reprodução
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) denunciou à Justiça o bombeiro militar aposentado Naire Assis Ribeiro por preconceito racial e pelo homicídio do policial penal Wallysson Alves dos Santos Guedes. Ele foi morto em um bar no bairro Santa Tereza, Zona Leste de Belo Horizonte, em 26 de fevereiro.

A instituição ouviu oito testemunhas e concluiu que o crime foi motivado por intolerância racial. A denúncia diz que o bombeiro ficou inconformado com o fato de a vítima estar armada e ter se identificado como policial, sendo negro.

O MPMG teve acesso aos chamados que o bombeiro fez à polícia, em que solicitava o empenho de militares pois havia um "negro", um "haitiano" se identificando como policial (leia a conversa abaixo).

Transcrição do chamado, obtido pela Polícia Civil e que embasou a denúncia do Ministério Público - Imagem: Reprodução
Como a PM não se deslocou até o local, o bombeiro, também armado, voltou ao bar e atirou várias vezes contra o policial -- motivo que o MP apontou como "recurso que dificultou a defesa da vítima". A denúncia ainda citou que o suspeito colocou os outros frequentadores do bar em risco.

A Justiça aceitou a denúncia, feita pelo Ministério Público de Minas Gerais, contra o bombeiro militar reformado Naire Assis Ribeiro, acusado de matar o policial penal Wallysson Alves dos Santos Guedes em 26 de fevereiro deste ano, no bairro Santa Tereza, região Leste de Belo Horizonte. A pena por homicídio é de 12 a 30 anos, enquanto a de preconceito racial é de um a três anos e multa.

Em sua decisão, o juiz de direito Bruno Sena Carmona, do Tribunal do Júri - 1° Sumariante da comarca de Belo Horizonte, entendeu que os requisitos do artigo 41 do Código de Processo Penal (CPP) estavam presentes. Determinou ainda que o acusado apresente sua resposta em 10 dias.

A reportagem entrou em contato com o Corpo de Bombeiros e não teve retorno até o momento. O g1 não conseguiu contato com a defesa de Naire Assis Ribeiro.

Matéria jornalística

Fonte: G1

Vídeo: JORNAL BAND MINAS

Bonde com 22 presos colide com viatura da escolta em rodovia próximo a Indaituba/SP

Um caminhão (bonde) da Secretaria de Administração Penitenciária/SAP-SP que transportava 22 presos se envolveu em acidente com o carro da escolta .

Gabriela Lamas

06/04/2024

Com a colisão o parachoque, porta e lateral da viatura da escolta ficaram danificados - Imagem: Reprodução
A colisão ocorreu na rodovia Engenheiro Ermênio de Oliveira Penteado, no km 57, em Indaiatuba. O acidente foi por volta de 14h30 desta sexta-feira, 05.

A viatura de escolta da SAP transitava pela rodovia e reduziu a velocidade por conta do trânsito no trecho e acabou atingida na traseira pelo caminhão que transportava os detentos.

Os veículos saíram de Hortolândia com destino a Iperó. Segundo a Polícia Militar Rodoviária, os presos não tiveram ferimentos. Os dois motoristas passaram pelo teste do etilômetro que deu resultado negativo.

O caminhão (bonde) teve pequenas avarias e o mais importante, ninguém se feriu
Conforme a Polícia Rodoviária Estadual a  viatura de Escolta da SAP prefixo 0026 transitava pela rodovia e reduziu a velocidade devido a lentidão no  trânsito, momento que o caminhão de transporte de preso prefixo 0044 que vinha logo atrás, sem tempo hábil para desviar colidiu na traseira da viatura da escolta.

O caminhão de transporte de presos prefixo 044  que transportava  22 presos, seguiu viagem com outra equipe de Escolta. Ninguém ficou ferido. A PM rodoviária esteve no local e assumiu a ocorrência.

Profissionais da Redação entraram em contato com a SAP, mas até a publicação dessa reportagem não recebemos posicionamento.

Fonte: THMAIS

05 abril 2024

Em transferência recorde, Paraguai envia 25 presos do PCC e CV ao Brasil

Ação em parceria com a PF é divulgada com pompas pelo governo de Santiago Peña, desafiado pela violência nas prisões.

Mayara Paixão

5.abr.2024 às 19h09

Presos brasileiros no Paraguai durante megaoperação que os enviou ao Brasil - Divulgação Governo do Paraguai
BUENOS AIRES - Em uma operação de cifras recordes e saudada com pompas pelo governo do Paraguai, o país enviou ao Brasil nesta quinta (4) 25 presos brasileiros detidos em prisões paraguaias. A maioria pertencia ao PCC, o Primeiro Comando da Capital, e ao Comando Vermelho.

Com sacos pretos cobrindo suas cabeças, os detentos foram levados por largos efetivos policiais até as regiões fronteiriças de Pedro Juan Caballero e Ciudad del Este, duas localidades com altas taxas de violência. Mais de 800 policiais civis e militares participaram.

A operação transcorreu durante toda a manhã sem anúncios públicos por questões de segurança. Ao ser divulgada , durante a tarde, as autoridades paraguaias descreveram as cifras como históricas: nunca antes tantos presos brasileiros em conjunto foram entregues ao país.

A administração do presidente Santiago Peña, há menos de um ano no cargo, disse que o objetivo é eliminar fatores que coloquem em risco a segurança das penitenciárias locais.

Em um vídeo nas redes sociais, ele disse que a Operação Joapy, como foi apelidada a ação de quinta, "responde ao objetivo de desarticular o crime que opera nas prisões e depois repercute nas ruas". "Tudo em busca de um Paraguai mais seguro para nossas famílias."

Operação Joapy

A uma rádio local o paraguaio também disse que o pedido de sigilo sobre a operação foi feito por Brasília, que demandou que as ações ocorressem sem anúncio público não somente durante a retirada dos presos das penitenciárias mas também seu ingresso no Brasil.

Toda a ação foi registrada em vídeos para as redes sociais com trilhas sonoras de ação. Os detentos estão com as mãos algemadas e os rostos cobertos por sacos pretos. Além dos agentes fortemente armados, a ação contou com monitoramento de helicópteros. Também os nomes dos presos entregues ao Brasil foram divulgados.

Os detentos que cruzaram a fronteira com o Brasil estavam condenados a penas que variam de sete a 35 anos de reclusão. Eles também foram impedidos de voltar ao Paraguai por ao menos 20 anos.

Entre eles há condenados por diferentes delitos, desde brasileiros que ingressaram no país com mais de 400 quilos de cocaína até outros acusados de cometer violência sexual contra menores de idade e assassinar a esposa em território brasileiro e depois fugir.

Operação visa limpar as Unidades Prisionais e desta forma recuperar as mesmas das facções criminosas dizem as autoridades
A presença de prisioneiros brasileiros em penitenciárias paraguaias, notadamente pela zona de fronteira ser um forte ponto de atividades criminais, é um dilema crônico entre os dois países.

O cenário ganhou atenção, por exemplo, no início de 2020, quando 75 prisioneiros pertencentes ao PCC fugiram de uma prisão em Pedro Juan Caballero. Ao menos 40 deles tinham nacionalidade brasileira. Eles fugiram por um túnel que escavaram ao longo de três semanas.

Ainda que em menores cifras, fugas como aquela seguiram a ser registradas nos anos seguintes, naquilo que para analistas exacerba o fato de que as prisões paraguaias tem pouco controle do Estado. É uma realidade que o presidente Santiago Peña argumenta querer mudar.

Membros do governo dizem que o objetivo é que a gestão possa "recuperar as penitenciárias, hoje sequestradas por organizações criminais", em especial o Primeiro Comando da Capital.

Fonte: Jornal Folha de São Paulo

Governo convoca Entidades Sindicais para dialogar na Casa Civil; Pauta: Polícia Penal

Entidades Sindicais foram chamadas na data de hoje, sexta-feira,05/04/2024 para participarem de uma reunião com o Secretário da Casa Civil.

05/04/2024

Leandro Leandro

Esta reunião pode selar a  Regulamentação da Polícia Penal no estado de São Paulo
As entidades Sindicais que representam a Categoria dos Policiais Penais do Estado de São Paulo tiveram uma surpresa nesta sexta-feira ao receberem um comunicado da parte do Governo, em nome do Secretario da Casa Civil, o senhor Arthur Lima, convocando os representantes dos trabalhadores para discutir o Tema: Polícia Penal.

A convocação para a reunião está marcada para às 15:00 horas do dia 11/04/2024, no Palácio dos Bandeirantes, atual sede do Governo do Estado de São Paulo e na Pauta o assunto será a Polícia Penal, que conforme tinha falado anteriormente o secretário o Sr. Arthur Lima, seria apresentado o Projeto da Regulamentação da Polícia Penal aos representantes da Categoria, antes que o mesmo fosse encaminhado a Alesp, e que mesmo que esteja fora do prazo que várias vezes fora marcado pelo Governador, ainda assim é uma noticia alentadora.

Print do comunicado da convocação do Secretário 
Notícia esta que pode acabar com a ansiedade de toda uma Categoria de Profissionais, formada por Homens e Mulheres, abnegados e honrados trabalhadores que se sacrificam diuturnamente em cumprirem com suas responsabilidades funcionais para com o Estado.

Esperamos que esta seja a reunião definitiva e que venha enfim trazer ao conhecimento de Todos os profissionais o teor do Projeto de Regulamentação, e que este venha trazer dignidade, reconhecimento profissional e financeiro aos servidores imbuídos nesta dura missão que é a de estar presente e vigilantes em manter a Segurança do Sistema Prisional do Estado de São Paulo.

Leandro Leandro

Obs: A maioria dos companheiros não estão acreditando, nem eu também estava, depois de tantas idas e vindas, mas para quem esta no meio do oceano a deriva, esta pequena boia lançada pode ser a salvação. Semana que vem, trás o dia 11, que é na quinta-feira e quem viver verá.

Governador ratifica ato judicial que condenou perda do cargo de agente penitenciária que fraudou atestados

Agente penitenciária punida teve exoneração condenatória em ato judicial e foi denunciada por enriquecimento ilícito por justificar faltas ao serviço com documentos falsos.

Petrônio Viana

05/04/2024

Na época da prática dos atos ilícitos segundo o MPSP, a ex servidora estava lotada na Penitenciária de Pirajui - Imagem: Arquivo
O governador Tarcísio de Freitas assinou o decreto da perda do cargo público da agente penitenciária Elaine Cristina Haberman Gomes, lotada no Complexo Penitenciário de Tremembé. Em maio de 2023, a agente foi denunciada pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) por receber vencimentos sem trabalhar, mediante apresentação de atestados médicos fraudados.

Pela prática, ocorrida entre 2014 e 2017 e prevista no artigo 9º da Lei nº 8.429/92, Elaine Haberman foi acusada de enriquecimento ilícito e respondeu a uma ação civil por improbidade administrativa na 3ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo. No período em que apresentou os atestados falsos, a agente atuava na Penitenciária Feminina Sandra Aparecida Lario Vianna, em Pirajuí.

“No exercício da função de agente de segurança penitenciária do Estado de São Paulo, no período de setembro de 2014 a setembro de 2017, praticou atos ímprobos de enriquecimento ilícito decorrente da percepção de remuneração sem a correspondente contraprestação em serviços, em razão da apresentação de atestados falsos para justificar ausências no trabalho”, apontou a denúncia do MPSP.

A agente penitenciária estava lotada até então no Complexo de Tremembé/SP -
Imagem: Nelson Almeida - 22.mar.24/AFP

Pacote anticrime

Para evitar a prisão, a agente acabou firmando acordo de não persecução civil com o MPSP e foi demitida do cargo em dezembro de 2023. Com a perda da função pública, que só pode ser aplicada em caso de condenação criminal ou atos comprovados de improbidade administrativa, qualquer vínculo entre a ex-servidora e o poder público é encerrado.

A perda do cargo pública foi decretada por Tarcísio a partir do trânsito em julgado da sentença que homologou o acordo de não persecução civil.

O acordo de não persecução penal foi incluído na Lei nº 13.964, de 2019, o chamado “Pacote Anticrime”. O Ministério Público pode oferecer o benefício ao réu que tenha confessado a prática de crime sem violência ou ameaça cuja pena mínima seja inferior a 4 anos de prisão. O acordo prevê a exclusão do caso nos antecedentes criminais, exceto para impedir a concessão de um novo benefício no prazo de cinco anos.

Fonte: METRÓPOLES

Robinho joga futebol na prisão com chuteira emprestada por detentos

Preso por estupro, ex-jogador do Santos deu chapéu e pedalada em campo de terra batida; detentos, agentes e funcionários pararam para assistir

Rogério Pagnan

Luciano Trindade

4.abr.2024 

Penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo, onde o ex-jogador Robinho está preso - Nelson Almeida - 22.mar.24/AFP
SÃO PAULO - Minutos após deixar o regime de isolamento e observação e ser integrado ao restante da massa carcerária da Penitenciária 2 de Tremembé (interior de SP), na manhã de domingo (31) de Páscoa, o ex-jogador Robinho foi procurado por um grupo de detentos. O relato é de agentes penitenciários ouvidos pela Folha.

O grupo avisou ao novo reeducando do sistema prisional paulista que ele estava escalado para uma partida de futebol entre os presos da unidade e perguntaram qual a numeração do calçado do ex-atleta.

Os presos providenciaram, então, um par de chuteiras e levaram o ex-jogador do Santos, do Real Madrid e da seleção brasileira para o campo de terra batida onde, conforme os agentes disseram à reportagem, o ex-atleta jogou sua primeira partida no presídio. Detentos e funcionários pararam para ver o jogo.

Conforme os agentes, Robinho deu chapéu, caneta e dribles, incluindo as famosas pedaladas. Também teria levado um "rapa", que chegou a levantar poeira do terrão, mas que terminou sem briga. Todos teriam dado risada e um dos presos teria gritado: "foi batizado!".

Penitenciária 2 de Tremembé, onde o ex-jogador Robinho está preso e disputou sua
primeira partida no domingo (31) - Reprodução

Os agentes informaram ainda que o ex-jogador está com mais uma pessoa em uma cela de 8 m2, do pavilhão 1. O colega de cela seria um jovem de 22 anos, natural de Taubaté, e que estaria preso sob a suspeita de um crime previsto no artigo 122 do Código Penal, que fala sobre "induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a praticar automutilação".

A SAP (Secretaria de Administração Penitenciária) confirmou à reportagem que o ex-jogador está dividindo a cela com outro preso, mas disse não poder informar a identidade por motivos de segurança.

Robinho deve receber as primeiras visitas neste domingo (7), quando poderá ganhar alimentação e itens de vestuário e pessoais dos parentes. Estão cadastrados, até agora, os três filhos menores de idade e a mulher. Os familiares também estariam tentando cadastrar a mãe dele, Marina, segundo pessoas ligadas ao jogador.

De acordo com informações do site da SAP, entre as opções de alimentação que os familiares podem levar aos detentos estão: frios fatiados, pães de forma, salsicha ou linguiça (fatiadas ou moídas), carne fatiada, desfiada ou moída, massas, feijão, lentilha, grão de bico, ervilha e arroz branco.

Também podem ser incluídas saladas de cenoura, brócolis, couve-flor, berinjela, ervilha, pepino e tomate. Entre as sobremesas permitidas estão pudim, manjar, bolo simples sem recheio, brigadeiro sem granulado e mousse. São permitidos até três garrafas de água e refrigerante.

Foto de Robinho feita ao ingressar no sistema prisional - Reprodução
Entre os itens pessoais e de vestuário são permitidos chinelo de dedo, bermuda e blusa de frio. Ele também pode ter acesso a lápis, apontador, borracha, bloco de cartas, livro de didáticos, revistas (exceto pornográfica), bíblia ou livros de cultos religiosos.

Ele também pode receber fotografias, jogo de dominó ou jogo de damas.

Com escritório baseado em Brasília, o advogado José Eduardo Alckmin, que está à frente da equipe que faz a defesa do ex-jogador, articula para encontrar um defensor de sua confiança que tenha maior proximidade com o presídio em Tremembé para "estar com constância dando a assistência necessária" ao ex-atleta, como os trâmites para cadastrar a mãe dele entre os visitantes.

Condenado na Itália a nove anos de prisão em regime fechado pelo crime de estupro, Robinho está preso desde o dia 22 de março, após o STJ (Superior Tribunal de Justiça) ter homologado a sentença e determinar o cumprimento da pena no Brasil.

A defesa do ex-atleta protocolou um novo recurso no STF (Supremo Tribunal Federal) pedindo a revogação da prisão. O advogado de Robinho acredita que Fux deverá colocar o habeas corpus para ser julgado já na próxima semana.

Fonte: Jornal Folha de São Paulo

04 abril 2024

Após 50 dias, PF e PRF recapturam no Pará foragidos da penitenciária federal de Mossoró

Rogério Mendonça e Deibson Nascimento fugiram em 14 de fevereiro; buscas envolveram PF, PRF, Força Nacional e órgãos locais. Dupla estava em Marabá (PA), a 1,6 mil km de Mossoró.

Por José Vianna, Michele Mendes, Fábio Amato, Mahomed Saigg,

Isabela Camargo, César Tralli, 

Maurício Ferraz, TV Globo e GloboNews — Brasília e São Paulo

04/04/2024

Deibson Nascimento e Rogério Mendonça, fugitivos do presídio federal de Mossoró (RN), após recaptura - PF/Divulgação

A Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal recapturaram nesta quinta-feira (4), em Marabá (PA), os dois fugitivos que haviam escapado da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte.

Marabá, no Sudeste do Pará, fica a mais de 1.600 quilômetros de distância de Mossoró. Um trajeto em "linha reta" entre as duas cidades passa por pelo menos cinco estados: além de Pará e Rio Grande do Norte, também por Ceará, Piauí e Maranhão – e, a depender do trajeto, pelo Norte do Tocantins.

A operação envolveu o monitoramento de três veículos que, segundo as investigações, davam cobertura à fuga – ao todo, seis pessoas foram presas nos três carros. Um dos foragidos foi capturado pela PF, e outro, pela PRF.

Rogério da Silva Mendonça, de 35 anos, e Deibson Cabral Nascimento, 33 anos, tinham fugido do presídio no dia 14 de fevereiro – foram 50 dias até a recaptura.

"Na tarde desta quinta-feira (4), em uma ação conjunta das polícias Federal e Rodoviária Federal, foram presos, em Marabá (PA), os foragidos do Sistema Penitenciário Federal Rogério Mendonça e Deibson Nascimento", informou a PF em nota oficial.

Presos chegam a Delegacia da PF em Marabá no Pará


Os suspeitos foram presos na ponte que atravessa o Rio Tocantins. A abordagem ocorreu neste local para evitar a fuga pelo rio. Com o grupo, foi apreendida uma arma, dinheiro e celulares.

À colunista do g1 Andréia Sadi, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, disse que as prisões configuram "uma vitória do Estado brasileiro sobre o crime organizado".

Criminosos devem ser devolvidos a Mossoró

Investigadores informaram à TV Globo que a dupla de fugitivos deve ser devolvida a Mossoró – e que essa transferência seria uma "questão de honra" para o Ministério da Justiça e Segurança Pública, que coordena o sistema penitenciário federal.

Os dois presos, originalmente do Acre, estavam na unidade desde setembro de 2023 e integram a facção criminosa Comando Vermelho.

Para fugir da penitenciária de Mossoró, eles abriram passagem por um buraco atrás de uma luminária do presídio e cortaram duas cercas de arame usando ferramentas de uma obra que ocorria no local para escapar.

Foi a primeira fuga registrada na história do sistema penitenciário federal, que inclui ainda penitenciárias em Brasília (DF), Catanduvas (PR), Campo Grande (MS) e Porto Velho (RO).

Dinheiro, celulares e fuzil são encontrados em carros que transportavam fugitivos de Mossoró

Recaptura envolveu força-tarefa

Após a fuga, autoridades locais e federais criaram uma força-tarefa para capturar os fugitivos. O grupo incluía a Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil e Polícia Militar do estado.

A Força Nacional também foi enviada para ajudar na operação, mas deixou a força-tarefa em 30 de março, após 46 dias de buscas. Segundo o Ministério da Justiça, a partir de então, as buscas passaram a ser focadas em ações de inteligência.

Segundo um levantamento da GloboNews, apenas com as forças federais, a operação custou R$ 2,1 milhões aos cofres públicos. Veja abaixo:

Polícia Federal: R$ 497.812

Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen): R$ 372.218,62

Força Nacional: R$ 1.245.549

Total: R$ 2.115.579

Bastidores da prisão

A TV Globo apurou que, por volta das 10h da manhã desta quinta, um delegado da PF informou a Polícia Rodoviária Federal em Marabá de que os fugitivos passariam pela cidade de Tailândia, que fica a cerca de 300 quilômetros.

A polícia, então, começou a fazer o acompanhamento dos criminosos. Quando eles se aproximaram de Morada Nova, a 25 quilômetros de Marabá, policiais fecharam dois lados de uma ponte, na BR-222.

Um fugitivo estava em um carro e outro em um segundo veículo. Um terceiro carro, que dava apoio aos criminosos, também foi detido. Além dos fugitivos, quatro homens que os auxiliavam foram presos nesta quinta.

Fonte: G1

03 abril 2024

Egresso que estava em R.A e matou filha de forma cruel é encontrado morto no CDP II de Pinheiros/SP

Segundo a SAP, Wellington da Silva Rosas foi morto asfixiado por um preso no Centro de Detenção Provisória II de Pinheiros após um desentendimento na terça-feira (2).

Por Juliana Furtado, Leonardo Pinheiro, 

g1 SP e TV Globo — São Paulo

03/04/2024

Wellington Rosas tem 39 anos e diversas passagens criminais - Foto: Reprodução/PC-SP
Wellington da Silva Rosas, preso por matar a própria filha de 18 anos no Centro de São Paulo, foi encontrado morto dentro do Centro de Detenção Provisória (CDP) II de Pinheiros na noite desta terça-feira (2).

O homem, de 39 anos, é suspeito de esganar Rayssa Santos da Silva Rosas, transportar o corpo numa caixa de papelão, mandar queimá-lo e escondê-lo num buraco perto da Avenida 23 de Maio em 24 de março. Ele foi preso em flagrante dois dias após o crime.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), Wellington morreu depois de ter sido asfixiado por outro preso, de 38 anos. Ele foi levado para o Pronto Socorro da Lapa, porém não resistiu aos ferimentos.

A morte foi provocada por um desentendimento, complementou a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP).

Wellington teria assediado o companheiro de outro detento, segundo a emissora. O assédio teria ocorrido dentro da enfermaria, onde o suspeito estava em razão de uma reforma na cela dele. Uma briga teria começado na sequência, e Wellington foi asfixiado pelo companheiro do detento assediado.

"Eram 20h quando servidores ouviram pedidos de socorro vindos do local que o preso habitava. A equipe removeu outros detentos do ambiente e levou Rosas para o pronto socorro da região, onde foi constatado o óbito. A unidade registrou Boletim de Ocorrência no 91º DP (Ceasa). A direção do presídio tenta contato com familiares para comunicar o falecimento", informou a pasta em nota.

A Secretaria diz que abriu apuração preliminar para checar as circunstâncias da morte.

Wellington Rosas aparece em vídeo carregando caixa com o corpo da filha Rayssa, segundo a polícia - Foto: Repodução/PC-SP

Crime

Um dia antes de ser detido, na segunda-feira (25), Wellington aparece num vídeo gravado por câmera de segurança deixando o apartamento onde mora na Bela Vista, região central (veja vídeo abaixo).

Nas imagens, que estão com a investigação, é possível vê-lo usando um carrinho de mão para carregar uma caixa de papelão até um elevador. Dentro dela estava o corpo de Rayssa Santos da Silva Rosas, de 18 anos, segundo o Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

De acordo com a Polícia Civil, o pai matou a filha no domingo (24), quando ela foi visitá-lo. Rayssa morava com a mãe, em outra residência no Centro. Seus pais são separados. Em seu interrogatório, Wellington confessou o crime alegando que havia discutido com a jovem por causa dessa separação. Ele disse que a garota ficou do lado da mulher, o que o irritou.

                                        Pai mata filha e transporta corpo para ser queimado em SP

"Estavam bebendo juntos e surgiu uma discussão por conta da separação dos pais. A mãe de Rayssa estava separada do seu pai, Wellington, há alguns meses", disse nesta quarta-feira (27) ao g1 a delegada Ivalda Aleixo, diretora do DHPP. "Disse que foi pra cima da filha porque ela havia ficado ao lado da mãe na separação."

Ainda segundo o Departamento de Homicídios, o pai contou ter esganado a filha. "Por asfixia, na noite de domingo, quando Rayssa estava em seu apartamento", falou Ivalda.

Depois disso, Wellington declarou que foi dormir com a vítima morta dentro do seu apartamento. E na noite de segunda-feira, ele retirou Rayssa do imóvel. "Transportou o corpo da filha em caixa de papelão e utilizou um carrinho. E seguiu para a Avenida 23 de Maio, onde jogou o corpo numa vala existente na pista", disse a delegada.

Durante o seu interrogatório, Wellington declarou que contratou um andarilho desconhecido para ir a um posto, comprar combustível e queimar o cadáver de Rayssa. "Afirmou que pagou R$ 10 para que um homem em situação de rua ateasse fogo. E para tanto foi utilizado 1 litro de etanol", comentou Ivalda.

Como Rayssa não voltou para a casa da mãe até segunda-feira (25), a mulher foi a uma delegacia, onde registrou um boletim sobre o desparecimento da filha.

Na manhã de terça-feira(26), a Polícia Militar (PM) foi acionada por testemunhas que viram um corpo carbonizado numa cratera da Rua Asdrubal do Nascimento, na República. A via dá acesso à Avenida 23 de Maio, importante e movimentada rota para o trânsito de veículos naquela região.

PM encontrou corpo em buraco (à direita da foto) perto da Avenida 23 de Maio em São Paulo - Foto: William Santos/TV Globo
O local foi isolado para o trabalho da perícia da Polícia Técnico-Científica, que recolheu o cadáver, que depois passou por análise e extração de fragmentos para comparação genética com familiares de Rayssa.

Após a confirmação de que o corpo era da jovem desparecida, o DHPP prendeu Wellington. Segundo a investigação, ele confessou ter matado a filha. Levado a sede do Departamento, o homem foi indiciado por homicídio triplamente qualificado por usar recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio. Ele também responde por destruição e ocultação de cadáver.

A reportagem não conseguiu localizar a defesa de Wellington para comentar o assunto.

Matéria jornalística

Fonte: G1

Vídeo: Balanço Geral/Manhã

Dos dois lados das grades: presos, agentes e o sistema penitenciário

Uma análise profunda sobre os desafios enfrentados pelos profissionais do sistema penitenciário brasileiro.

Por Redação JTNEWS

0304/2024

Escritora Eli Torres, com um vasto curriculun acadêmico, que somados a experiência como
Policial Penal Federal discorre sobre o Sistema Prisional - Imagem: Divulgação
Este artigo, elaborado por Eli Narciso Torres, Socióloga, Especialista em Direitos Humanos e Execução Penal, e Doutora em Educação pela Unicamp, aborda uma análise profunda e reflexiva sobre o cotidiano dos servidores penitenciários no Brasil. Com base em sua experiência e conhecimento acadêmico, a autora lança luz sobre os desafios enfrentados por esses profissionais em um ambiente marcado pela violência, precariedade e estigmatização.

O servidor penitenciário trabalha naquela função que assusta inicialmente pelo perigo, causando asco em alguns, que viram imediatamente o nariz, pela proximidade com o submundo chamado prisão.

Uma construção social do operador penal, alimentada, às vezes, pelos resquícios de práticas, cada vez mais isoladas, porém medievais e inaceitáveis em sistemas democráticos ou pela imagem do carcereiro do séc. XVI da qual, tardiamente, o agente prisional, ainda não conseguiu descolar-se.

Construção mediada, especialmente pelos baixos salários. Cá pra nós: a obtenção de capital econômico auxilia e estabelece parâmetros sociais sobre o que é ou não uma profissão de prestígio!

Invisibilidade e estereótipos ainda marcam a atividade dos servidores penitenciários no Brasil - Imagem: Sindarspen
Mas eles continuam lá… Não podem parar! A prisão é um mundo desleal, perigoso e, literalmente, enlouquecedor. Vejam os relatos expostos no livro ou na série Carcereiros -, com a descrição ou inspirações “da realidade literária” de Dráuzio Varela.

Quando atuei como servidora do sistema penitenciário estadual, costumava dizer: “Ah, se escrevêssemos, também um livro, com os relatos nada literários que só os encarcerados [agentes e presos] sofrem e sabem!” Acontecimentos diários que adoecem e vitimizam seres humanos, quase sempre proporcionados pela precariedade e omissão do Estado Penal brasileiro!

Por outro lado, é preciso refletir sobre os códigos discursivos, socialmente aceitos e predominantes no campo penitenciário, sobretudo, os que reivindicam “melhorias”, “ressocialização”, “humanização” de pessoas e do sistema penitenciário.

Servidores penitenciários precisam ser enxergados pelo governo e por toda a sociedade - Imagem: Sindarspen

Como assim?

– Melhorias nas prisões são apenas paliativas, faço analogia à correção de uma vírgula num livro repleto de erros e sem revisão ortográfica;

– Reiteram o discurso político na direção humanizar aqueles que nunca deixaram a singularidade do nascimento e da vida humana;

Por fim, o equivoco semântico do emprego do conceito “ressocialização”, como se fosse possível, simplesmente, reprogramar as pessoas privadas de liberdade, inclusive, desconsiderando que a maioria dos indivíduos presos pertence aos extratos mais pobres da sociedade, alocados na base da pirâmide social e, assim, não passaram por um processo de socialização mais amplo.

Corredor do Pavilhão A da Penitenciária III de Hortolândia, que tem capacidade para 1.018 presos,
mas que abriga uma  população de 1.384 - Imagem: Reprodução / Defensoria Pública do Estado de São Paulo
Trata-se de um grupo formado por mais de 726 (mil presos), que no período anterior a prisão, não acessou as demais instituições sociais, e não obteve a mesma acolhida oferecida pelo sistema de justiça criminal para, por exemplo, permanecer na escola ou ingressar nas universidades, e também porque o grupo em questão não estava economicamente integrado às demandas da sociedade do consumo.

Por isso, a gestão do sistema penitenciário poderá com investimentos nas assistências (educacionais, sociais e laborais, dentre outras), e compreendendo o agente como o elo facilitador para a efetivação da política, nesta engrenagem, integrar sim, socialmente o condenado como prevê a Lei de Execução Penal.

Ambientes insalúbres e de alto nível de periculosidade, as Unidades Prisionais são onde
labutam diuturnamente os servidores prisionais - Penitenciária de Sorocaba durante a pandemia do Coronavírus -22/06/2020
Temos que nos preocupar em que condições estas pessoas estão aprisionadas. As ações e políticas penitenciárias devem partir do pressuposto que as prisões estão funcionando como fábricas de delinquência. Principalmente, porque o Estado produz e fomenta a reincidência penal, ao desrespeitar, em especial, as previsões da LEP que estabelecem disposições jurídicas para a custódia de presos no país.

A ausência de arranjos e compromissos institucionais, do ponto de vista da gestão pública, com a questão penitenciária estão estreitamente associados a ampliação do crime organizado, rebeliões nas prisões, reincidência e superencarceramento no país. 

Com isso, desconsideram que os mesmos indivíduos retornarão brevemente à sociedade, mais violentos e, por isso, o Estado não pode tratá-los com destroços empilhados de qualquer modo em depósitos penitenciários.

Portas de celas da Penitenciária II de Pirajui, de frente para a quadra com gol improvisado,
com capacidade para 1.310 presos mas que abriga uma população de 1.819  - Imagem: Defensoria Pública de São Paulo

Mas quem se importa? Bandido bom é bandido moro, não é máxima do senso comum?

Em síntese, enquanto os representantes do executivo e legislativo reproduzem o discurso recorrente que a prisão tem função ressocializadora ou insistirem que a fábrica funcionará muitíssimo bem se investirem em melhorias, reparos e puxadinhos. Tacitamente também dizem: beijinho no ombro para você aí no corredor! Para você que carrega as chaves! Para você que negocia com o crime organizado todos os dias para trancar uma ala ou, simplesmente para sobreviver!

Disse em outro lugar, que reconheço o agente como um sobrevivente nesta desproporcional “labuta diária”. Soldados num fronte de guerra, sem barricadas. Convivi com essa gente nobre [a maior parcela] e pouco valorizada que trabalha nas prisões. Tantos saberes e oralidades, compartilhadas durante as madrugadas frias, nos corredores da prisão que fundamentariam um belo roteiro de longa-metragem.

Anônimos, cobaias do Estado que arriscam diariamente suas vidas, como se fosse possível reconstituí-las feito nos filmes de super-heróis. Plantões com sete, oito servidores para conduzirem penitenciárias abarrotadas de seres humanos. Homens e mulheres que gerenciam diariamente o caos com maestria e, ainda conseguem rir e ironizar sobre a própria sorte.

Como disse o poeta James Russel, “Só os tolos e os mortos jamais mudam de opinião”.

Realidade dos servidores prisionais, ameças de morte, baixos salários, cargas de trabalho
excessivas, precarização dos quadros de servidores, desrespeito e assédio pelo Estado por meio de seus Dirigentes
Fonte: JTNEWS

02 abril 2024

Após perder a Páscoa, Robinho faz novo pedido de liberdade provisória ao STF; ele se nega a vestir a camisa do Tremembé FC

Advogado do ex-atleta defende que ele fique em liberdade até o trânsito em julgado e tenta viabilizar visita de familiares.

Luciano Trindade

Klaus Richmond

Rogério Pagnan

2.abr.2024 

Foto de Robinho feita ao ingressar no sistema prisional - Reprodução
SÃO PAULO e SANTOS - A defesa de Robinho, 40, protocolou um novo recurso no STF (Superior Tribunal de Justiça) pedindo a revogação da prisão do ex-jogador, condenado a nove anos em regime fechado pelo crime de estupro, conforme condenação pela Justiça da Itália.

O ofício ao STF foi encaminhado um dia após o feriado de Páscoa, quando o ex-atleta vivia a expectativa de já estar em casa, com seus familiares, conforme disseram à Folha agentes do presídio de Tremembé, no interior de São Paulo, onde o ex-atleta cumpre a sentença desde o último dia 22.

No pedido apresentado agora, os advogados do ex-atleta reafirmam o argumento de que ele deve aguardar em liberdade até que seu caso tenha trânsito em julgado, ou seja, não tenha mais recursos possíveis para reverter a decisão que o levou à prisão. Não há um prazo definido para a apreciação deste recurso.

"A decisão merece ser reformada porque o tema é o da prisão antes do trânsito em julgado e nos parece que não é razoável dizer que o trânsito em julgado do caso seria do processo da Itália", disse o advogado José Eduardo Alckmin à Folha.

Robinho surgiu como promessa no Santos em 2002. Ao lado de Diego, hoje no Flamengo, liderou
 a conquista do título de um time descreditado. Na final, contra o Corinthians foi o craque da
partida: marcou gol, seu assistência e enternisou o lance das pedaladas - Almeida Rocha - 15.dez.2002/Folhapress
A tese, segundo ele, é de que haja "trânsito em julgado no Brasil para não haver mais chances de recursos para o réu e aí não tem jeito para que fique com seu direito de liberdade", diz. "Salvo essa hipótese, toda a precipitação viola a presunção de inocência que não é só para casos restritos a ações penais, mas tudo o que possa conduzir a prisão."

O ex-jogador, revelado pelo Santos e que defendeu a seleção brasileira na Copa do Mundo de 2010, está preso por determinação do STJ (Superior Tribunal de Justiça). Por 9 votos a 2, os ministros validaram a sentença da Itália que o condenou a nove anos de prisão pelo crime de estupro coletivo. Ele sempre negou ter cometido qualquer crime.

O caso ocorreu em 2013, e a vítima foi uma jovem albanesa, em uma boate de Milão. A condenação em primeira instância ocorreu em 2017.

Robinho chegou ao Milan no segundo semestre de 2010 e ficou na equipe italiana até o fim de
2014. Por lá conquistou o Italiano da temporada 2010-2011 e a Supercopa de 2011. A condenação
por estupro aconteceu por um caso da época que Robinho jogava no Milan em 2013 - Oliver Morin - 28.set.2013/AFP
Apesar de o ex-atleta manifestar esperança em uma reversão rápida do atual quadro, os primeiros sinais vindos do STF não foram positivos a ele. Em decisão monocrática, o ministro Luiz Fux negou o habeas corpus para o ex-jogador por não ter sido demonstrado, segundo ele, "prática de coação ilegal a cercear a liberdade do paciente".

O advogado de Robinho acredita que Fux deverá colocar o habeas corpus para ser julgado já na próxima semana. "Pode ser que o ministro prefira mandar logo para a procuradoria colher o parecer e aí talvez possa ser julgado na semana que vem, na terça-feira (9) na turma, ou na quarta-feira (10) no plenário [do STF]", acredita Alckmin.

O defensor diz, ainda, que tem mantido contato com os familiares do ex-jogador e que eles também têm um outro advogado que faz visitas periódicas ao condenado.

O presidente do Santos, Orlando Rollo, cumprimenta Robinho ao anunciar sua contratação. Ele
voltaria ao clube em 2020 para sua quarta passagem, mas a contratação foi suspensa motivada
pelas reações à condenação por violência sexual na Iatália - Divulgação
Com escritório baseado em Brasília, Alckmin articula para encontrar um defensor de sua confiança que tenha maior proximidade com o presídio em Tremembé para "estar com constância dando a assistência necessária" ao ex-atleta.

Por enquanto, ele ainda não recebeu a visita de nenhum familiar, mas isso já está sendo viabilizado pelos advogados dele. Desde segunda-feira (1), Robinho deixou o isolamento na penitenciária e agora já poderá receber visitas que, normalmente, ocorrem aos finais de semana.

Durante os primeiros dias em que ficou preso, o ex-atleta ocupou uma cela de 8 m². Agora, ele já divide um espaço com, no mínimo, outras quatro pessoas, além de ter contato com toda a massa carcerária.

Fonte: Jornal Folha de São Paulo

E os heróis que descobriram os bilhetes? Bilhetes do PCC e CV revelam plano de explodir carro-bomba em Brasília; vídeo

Aliança de líderes das facções tinha o objetivo de atacar antiga sede do Departamento Penitenciário Nacional com 50kg em bombas.

FELIPE GARRAFFA

02/04/2024

Falam da Polícia Federal, de Desembargadores, de todo mundo, e nenhuma menção aos
verdadeiros heróis que descobriram os bilhestes nos canos dos esgotos, lamentável
O Brasil Urgente teve acesso aos bilhetes interceptados entre líderes do PCC e do Comando Vermelho, que tinham o plano de explodir a antiga sede Departamento Penitenciário Nacional, em Brasília. 

O objetivo dos três líderes do PCC, Roberto Soriano, o ‘Tiriça’, Abel Pacheco de Andrade, o ‘Vida Loka’, e Wanderson Nilton de Paula Lima, o ‘Andinho’ e Fernandinho Beira-Mar, do Comando Vermelho, era de sequestrar e explodir prédios públicos. 

A razão? Eles estariam irritados após serem transferidos para presídios federais e pela perda de direito a visita íntima. A ideia das lideranças era de explodir o prédio público de Brasília com mais de 50 kg de bombas em um carro e deixarem um bilhete para as autoridades. 

Materia jornalística parte I


O planejamento ocorreu em 2017, pouco antes do racha no PCC. Mas o plano foi frustrado quando bilhetes foram encontrados em tubulações de esgoto do presídio. A ideia dos líderes do PCC era de culpar o Comando Vermelho, denunciando para a polícia que daria a entender que a facção do Rio de Janeiro seria a responsável pelo plano, mas tudo foi descoberto antes. 

“Essa ideia que a gente tem do perigo e da violência que impõem esses indivíduos, Andinho, Vida Loka e Tiriça, que tentam montar essa contra-força e usando a violência para concorrer com outras facções”, explica a desembargadora Ivana David.

Matéria jornalística parte II

Fonte: Band/BRASIL URGENTE

Contraponto: 

Polícial penal essencial à paz, mas invisível à sociedade 
Em nenhum momento dos dois vídeos sequer é lembrado os responsáveis por terem descoberto os bilhetes nos canos dos esgotos, os Policiais Penais.

O policial penal é responsável por manter a ordem, a disciplina, a custódia e a vigilância de detentos nas unidades prisionais. Além de revistar as celas e as visitas, são eles que fazem a movimentação dos presos dentro e fora do presídio: levam os detentos para tomar sol, receber atendimento médico, assistir aulas, fazer exames fora da unidade, ir a audiências judiciais etc. Um trabalho que requer alto nível de atenção e possui um elevado grau de estresse, já que os agentes vivem sob o risco iminente.

A dura rotina de trabalho do agente penitenciário fica ainda mais pesada quando ele precisa fazer um trabalho que deveria ser feito por três. Logo após a divulgação dos dados da SENAPPEN com o dado assustador de que a SAP perdeu 2549 Policiais Penais em um ano (31/12/2022 a 31/12/2023), um levantamento inédito do SIFUSPESP baseado nas aposentadorias publicadas, mostra que entre 01/01 e 28/03 de 2024 se aposentaram 536 Policiais Penais, sendo 402 ASPs e 134 AEVPs.

Como acreditar nos “desmentidos” da SAP, que falam que não existe déficit funcional nas unidades, que todos os equipamentos estão perfeitos e que a estrutura das unidades é bem conservada, quando além dos números que são públicos, vivemos essa dura realidade em nosso dia a dia.

Polícial penal essencial à paz, mas invisível à sociedade 

Uma liderança verdadeira assume as falhas e tenta corrigir os problemas

Falar a verdade, assumir erros e apontar soluções são considerados por especialistas como as melhores ações para garantir o direito à informação e proteger uma organização contra o descrédito da sociedade.

Tentar enganar a imprensa com desmentidos padronizados ou acusar de inverdades quem faz uma denúncia embasada, leva ao risco de descrédito de desmoralização da organização e do gestor que adota esse caminho.As informações verdadeiras vão surgir e a organização corre o risco de ser desmentida e perder credibilidade junto à sociedade.

Estas são algumas das premissas básicas de gerenciamento de crises na área de relações públicas.

Frequentemente vemos a SAP respondendo a questionamentos sobre déficit funcional e problemas nas unidades com respostas padronizadas e facilmente desmentidas, tanto por testemunhos, quanto por dados de visibilidade pública.

Como negar os problemas de manutenção das unidades quando o próprio Ministério Público de Contas aponta a falta de AVCB na maioria das unidades e o MP processa e consegue a condenação do Estado por isso?

Polícial penal essencial à paz, mas invisível à sociedade 
Como dizer que um concurso sem data para ser lançado com 1100 vagas resolverá o déficit, quando em um ano e três meses perdemos mais de três mil policiais penais?

Como acreditar em uma direção que afirma que os Policiais Penais são treinados e habilitados a operar o Scanner corporal quando sabemos a realidade das unidades?

Intimidação e censura não calam a verdade

Uma característica das ditaduras quando se enfraquecem e não conseguem conter a insatisfação é censurar a verdade e intimidar quem denuncia os problemas.

Na administração pública ocorre a mesma coisa, frente a incapacidade de dar respostas concretas e resolver os problemas o mau gestor parte para o assédio e a intimidação, tentam impedir que a verdade apareça como forma de se manter no poder. Mesmo que não tenham a capacidade para isso.

Polícial penal essencial à paz, mas invisível à sociedade 

Nosso papel é denunciar e buscar soluções

O SIFUSPESP foi a primeira entidade a denunciar o surgimento do PCC, na época o governo desmentiu, apenas para dentro de poucos anos ver o estado mergulhado em violência com as rebeliões e ataques de 2006.

Novamente estamos denunciando o sucateamento do quadro funcional e o declínio das condições de trabalho.Entramos com ações na justiça e trabalhamos para mobilizar a categoria, antes que o pior aconteça. 

Em resposta, o Governo Tarcísio na figura do Secretário da SAP, além de negar a verdade, proíbe o sindicato de entrar nas carceragens e persegue os dirigentes sindicais, será que com isso esperam evitar o caos que se anuncia?

Fonte: Sifuspesp

Gestão Tarcísio encerra Operação Verão com 56 mortes e 1.025 presos no litoral de SP

Governo afirma que ação dará lugar à ampliação de efetivo de 341 policiais que atuarão de forma permanente na Baixada Santista.

Folha Cotidiano

 02.abr.2024 

Base da operação Verão da Policia Militar estacionada perto da praia do Gonzaga, em Santos -
Rubens Cavallari - 15.mar.2024/Folhapress
SÃO PAULO - A gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou nesta segunda-feira (1º) o encerramento da Operação Verão. A incursão Polícia Militar na Baixada Santista teve início em dezembro, mas foi intensificada em fevereiro, após a morte do soldado Samuel Wesley Cosmo —desde então, acumula um saldo de 56 mortes.

Somada com a operação Escudo, que resultou em 36 vítimas no ano passado, as duas ações totalizaram 92 mortes.

Operação mirou combate ao tráfico de drogas, segundo a SSP. Desde dezembro, 1.025 pessoas foram presas, 47 adolescentes foram apreendidos e 2,6 toneladas de drogas foram recolhidas. O trabalho resultou na redução de roubos em 25,8% em Santos, São Vicente e Guarujá no primeiro bimestre do ano, quando comparado ao do ano anterior, ainda de acordo com a Secretaria.

O anúncio foi feito pelo secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite. O encerramento da operação ocorre dias após a morte de Edneia Fernandes Silva, 31, mãe de seis filhos que estava estudando para ser enfermeira, baleada durante uma ação policial em Santos.

Movimentação de policiais militares do BAEP na Vila Baiana, no Guarujá, em 2023 - Danilo Verpa - 31.jul.23/Folhapress
A escalada de mortes no litoral paulista resultou em uma série de críticas às atuação da polícia, entre as quais está uma queixa ao Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) apresentada no mês passado pela Conectas Direitos Humanos e a Comissão Arns.

Ao ser questionado sobre o tema, na ocasião, o governador afirmou que não está "nem aí" para as denúncias de abusos cometidos durante a Operação Verão.

"Sinceramente, nós temos muita tranquilidade com o que está sendo feito. E aí o pessoal pode ir na ONU, pode ir na Liga da Justiça, no raio que o parta, que eu não tô nem aí", disse Tarcísio.

Em outra frente de contestação à atuação da polícia na Baixada, o Gaesp (Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial), do Ministério Público de São Paulo, abriu uma notícia fato para investigar denúncias de que os mortos na operação estão sendo levados como vivos para hospitais.

Operação Verão "não tem prazo determinado para acabar", diz Guilherme Derrite, secretário
de Segurança Pública de SP  após morte do soldado Cosmo - (crédito: Reprodução/TV TEM)
A Operação Verão é a segunda ação mais letal da história da polícia de São Paulo, atrás apenas do massacre do Carandiru, quando 111 homens foram mortos durante a invasão da Casa de Detenção, em 2 de outubro de 1992.

Em nota divulgada na noite desta segunda, a Secretaria da Segurança Pública afirmou que a estratégia adotada para "combater o crime organizado por meio da asfixia financeira do tráfico de drogas, agora dá lugar à ampliação de efetivo de 341 policiais que passam a atuar de maneira permanente nas cidades da região".

"A operação cumpriu os seus objetivos, seja capturar alvos identificados por um trabalho de inteligência conjunto entre as polícias como reduzir os índices criminais na Baixada Santista. Agora, com a ampliação do efetivo, podemos dar continuidade a esse combate, que será constante", afirmou o secretário Guilherme Derrite. .

Ainda segundo a nota divulgada pelo governo Tarcísio, desde dezembro, 1.025 infratores foram presos, sendo quase a metade (438) procurada pela Justiça, além de 47 menores apreendidos. "Ao todo, 56 criminosos entraram em confronto com as forças policiais e morreram", diz a nota da Secretaria.

A Baixada Santista, região litorânea de São Paulo, foi palco de uma série de eventos violentos após
o trágico assassinato do soldado Samuel Wesley Cosmo
"As Polícias Civil e Militar retiraram das ruas 2,6 toneladas de drogas e apreenderam 119 armas de fogo ilegais. Esse trabalho resultou na redução de roubos em 25,8% em Santos, São Vicente e Guarujá no primeiro bimestre do ano, quando comparado ao do ano anterior. Em toda a Baixada Santista, fevereiro de 2024 foi o mês com a menor taxa de roubos da série histórica, iniciada em 2001", afirmou a gestão Tarcísio.

A terceira fase da ação, iniciada em 7 de fevereiro, foi deflagrada depois da morte do soldado Cosmo, da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), foi atingido por um tiro no rosto durante uma operação no dia 2 daquele mês. As 56 mortes em confrontos policiais computadas oficialmente pelo governo ocorreram nessa terceira etapa agora encerrada.

Fonte: Jornal Folha de São Paulo

01 abril 2024

Derrite prepara projeto que pode aposentar 40% da cúpula da PM de SP

OUTRO LADO: gestão Tarcísio de Freitas diz que mudança de regras para ida à reserva ainda é estudada.

Rogério Pagnan

1º.abr.2024 

O secretário da Segurança de São Paulo, Guilherme Derrite, participa de evento no Batalhão da
Rota em SP, dividindo palanque com o ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) - Zanone Fraissat/Folhapress
SÃO PAULO - O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, prepara um projeto de lei que prevê a implantação de novas regras para aposentadoria compulsória na Polícia Militar e, se aprovado, deve mandar imediatamente para a reserva cerca de 40% dos coronéis –ou 25 dos 63 existentes.

A medida é vista por integrantes da PM e especialistas de segurança como uma nova ofensiva contra o grupo de coronéis que resiste ao avanço da politização nos principais postos da instituição militar que, atualmente, tem cerca de 80 mil homens e mulheres.

Procurada, a Secretaria da Segurança confirmou a veracidade do documento ao qual a Folha teve acesso, mas diz que se trata de uma versão antiga e que, por ora, não há nenhuma mudança definida. A pasta não enviou nenhuma versão mais atualizada do texto.

A versão obtida pela reportagem foi assinada digitalmente por Derrite às 8h18 da última quinta (21). Ele subscreve a mensagem de encaminhamento do texto ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), para eventual apresentação da proposta à Assembleia Legislativa.

Integrantes da cúpula da segurança pública ouvidos pela Folha também confirmaram a autenticidade do documento e dizem que o projeto de Derrite caminha "a passos largos" dentro da gestão Tarcísio. O texto também circulou em diversos grupos de policiais, assim como ocorreu com a tabela de reajuste salarial em 2023, cujo teor havia sido negado inicialmente pelo governo.

Militares afirmam à reportagem que já aguardavam medida do gênero desde fevereiro, quando o secretário movimentou 34 coronéis da corporação e exonerou o número 2 da PM, o coronel José Alexander de Albuquerque Freixo, considerado um dos mais respeitados oficiais da PM paulista.

Reprodução de documento com assinatura digital do secretário Guilherme Derrite da última quinta-feira (21) - Reprodução
Na ocasião, o secretário foi informado de que os oficiais ficaram revoltados e pediram passagem para a reserva, como, em tese, deveria ocorrer com a indicação de um oficial mais recruta para o posto de subcomandante —no caso, o coronel José Augusto Coutinho, aspirante da turma de 1994.

A maioria dos desafetos é da turma de 1993 (primeira e segunda turmas).

Ao continuarem na ativa, ainda que em férias ou licenças, os coronéis conseguiram ao menos atrasar o suposto plano de Derrite de promover para a cúpula da instituição nomes ligados ideologicamente a ele. A turma de aspirante de 1996, que está sendo promovida agora, teria tal alinhamento.

Até agora, apenas um dos coronéis considerados do grupo de resistência foi para reserva, porque não tinha dias acumulados para conseguir se afastar e não ser obrigado a assumir os cargos designados pelo secretário.

Um sinal de que o principal alvo do projeto sejam os coronéis de 1993 está em trechos do documento que indica a transferência para a reserva de oficiais que tiverem ao menos dois anos no posto e tenham sido declarados aspirantes em data anterior ao comandante-geral ou subcomandante.

Em entrevista à Folha, ele afirmou que um dos empecilhos no combate ao crime é o déficit de
policiais no estado. Por isso, sugere concursos paralelos para ampliar o efetivo - Greg Salibian - 1º de jan.23/Folhapress
"Excetuando-se os ocupantes dos cargos de chefe da Casa Militar do governador, comandante-geral da Polícia Militar, subcomandante PM, comandante do Corpo de Bombeiros e subcomandante do Corpo de Bombeiros", diz o anteprojeto.

Atualmente, o oficial é obrigado a ir para a reserva, na chamada expulsória, quando atinge 62 anos de idade (fato raro em SP) ou quando completa cinco anos no posto de coronel, exceção feita ao comandante-geral, ao subcomandante e ao chefe da Casa Militar dentro da mesma gestão de governo.

Para os tenentes-coronéis, os limites de idade e tempo no posto são os mesmos.

Conforme tabela anexada ao projeto, em caso de aprovação, só em maio de 2024 também irão para a reserva obrigatória, além dos 25 coronéis, um total de 182 tenentes-coronéis, ou 74,9% dos 243 existentes.

Para o advogado Marco Antônio Innocenti, especialista em direito administrativo, a proposta estudada pelo governo contraria entendimento do STF (Supremo Tribunal Federal) que veda aspectos discricionários para ingresso e permanência da carreira.

"É exatamente o caso aí. É uma coisa arbitrária que está acontecendo, não é uma coisa que tem um fundamento previdenciário, que tenha alguma lógica administrativa", afirma o advogado.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), cumprimenta policial militar em evento em SP - Governo do Estado de SP
Para o diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima, a discussão sobre o tempo de ascensão de carreira na Polícia Militar paulista é, de fato, muito lenta em comparação a outras PMs do país, principalmente à de Santa Catarina.

O projeto estruturado não tem, porém, elementos suficientes para resolver essa questão.

"A discussão sobre qual a melhor distribuição de tempo, de cargos e postos não é ruim por si só. Mas quando não faz uma discussão com o modelo de gestão, de organização da Polícia Militar, no fundo parece mais uma conveniência política e não um procedimento para melhorar a prestação de serviço."

Para ele, se a preocupação do governo fosse essa, teriam utilizado no projeto, por exemplo, a Lei Orgânica das Polícias Militares, aprovada recentemente mas não citada no texto do projeto.

A diretora-executiva do Instituto Sou da Paz, Carolina Ricardo, diz ver a proposta como parte do processo de mudança de perfil dos gestores da PM, explicitada pela movimentação dos 34 coronéis em fevereiro.

"Esse projeto de lei é a pedra fundamental para que essas mudanças sejam perenes. É uma das mudanças mais profundas que eu vejo na PM, talvez desde a Favela Naval [março de 1997]. Parece-me muito grave, porque ela não é precedida de estudos, de impacto da atuação e resultados do trabalho da Polícia Militar", afirma.

Policiais militares do Baep, na Vila Baiana, em Guarujá, durante Operação Escudo - Danilo Verpa - 31.jul.23/Folhapress
Ainda segundo ela, essas mudanças podem transformar definitivamente o perfil da PM paulista, podendo significar um retrocesso nas conquistas feitas ao longo de anos.

"A gente sabe que a atual gestão tem imprimido uma outra lógica de atuação da PM, que não foca o patrulheiro, o trabalho preventivo, que é o grosso do que a PM faz, mas foca uma lógica de operação com tropas especiais, de combater o crime a qualquer preço, de enfrentar o inimigo, que é o que estamos vendo na Baixada Santista", afirma.

Secretaria diz ainda estudar mudanças no fluxo de carreira

Em nota, a gestão Tarcísio afirma que estuda mudanças para se adequar à legislação federal.

"A Lei federal 13.954/19 estabeleceu novas diretrizes relativas ao tempo de serviço e às condições para o recebimento de direitos na inatividade militar. Diante dessa mudança, a Secretaria da Segurança Pública avalia as adaptações necessárias para atualizar e adequar a legislação estadual às normas federais."

Sobre o documento recebido pela Folha, o governo diz que o debate ainda não está encerrado. "Eventuais aprimoramentos no fluxo da carreira policial também são estudados, porém, não há qualquer definição sobre o tema tampouco previsão imediata para qualquer alteração", diz a nota.

Fonte: Jornal Folha de São Paulo