17 maio 2025

Número 1 do PCC fora da cadeia, Tuta é preso em operação na Bolívia

O criminoso é Marcos Roberto de Almeida, o Tuta, se encontrava foragido e que já chegou a ser apontado como o número 1 da facção fora dos presídios.

Jornal Folha de São Paulo

17.mai.2025 

Polícia da Bolívia prende Marcos Roberto de Almeida, o Tuta, chefe do PCC foragido da
Justiça brasileira, nesta sexta-feira (16). — Foto: Foto cedida por Ariel Melgar/El Deber
São Paulo e Brasília - Em ação com ajuda da Polícia Federal brasileira, agentes da Fuerza Especial de Lucha contra el Crimen da Bolívia prenderam, na tarde desta sexta-feira (16), um brasileiro por uso de documento falso na cidade de Santa Cruz de la Sierra.

Segundo a PF, trata-se de Marcos Roberto de Almeida, o Tuta, que estava foragido e já chegou a ser apontado como o número 1 da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) fora dos presídios.

"O Marcos Roberto, vulgo Tuta, já era da sintonia de 1, mas não era o número 1 do PCC. Com a remoção do Marcola, ele foi elencado, nominado pelo Marcola para ser o novo n° 1 do PCC, tanto dentro como fora dos presídios. É um velho conhecido nosso. Só que, em liberdade, ele atingiu o status, seria o novo Marcola na nossa concepção", explicou na ocasião o promotor Lincoln Gakiya, que investiga o PCC há décadas em São Paulo.


Preso pela PF, Tuta é considerado o substituto de Marcola no comando do PCC — Foto: Reprodução
Tuta é acusado de ser um dos principais articuladores de um esquema internacional de lavagem de dinheiro vinculado ao PCC.

Segundo nota da PF, o preso foi recentemente condenado por associação criminosa e lavagem de capitais, com pena superior a 12 anos de reclusão. 

Oficiais bolivianos durante ação contra o tráfico de drogas; brasileiro preso nesta sexta é Marcos Roberto de Almeida, o Tuta, um dos líderes do PCC - Vice Ministry of Social Defense/via Reuters
Além disso, ele consta na Lista de Difusão Vermelha da Interpol (polícia internacional), o que motivou a intensificação dos esforços para sua localização e captura.

"O indivíduo permanece sob custódia das autoridades bolivianas, aguardando os procedimentos legais que poderão resultar em sua expulsão ou extradição ao Brasil", finalizou a nota da PF.

Em 2020, o Ministério Público de São Paulo realizou uma operação conjunta com a Polícia Militar para tentar prender um grupo de criminosos ligados PCC, entre eles Tuta, que fazia parte da cúpula, chamada de Sintonia Final da Rua. Alvos foram identificados na Bolívia, no Paraguai e até na África.

O novo organograma da cúpula do PCC em São Paulo, apresentado pelo Ministério Público de SP no ano de 2020 - Imagem: Reprodução - Clique na imagem para ampliar
Segundo o então procurador-geral de Justiça, Mário Luiz Sarrubbo, Tuta assumiu o comando do PCC por escolha do próprio Marcola.

Tuta era responsável, segundo o Ministério Público de São Paulo, por planejar o resgate de outras lideranças do PCC em prisões do Brasil e arquitetar a morte de autoridades que investigam a facção.

Na ocasião, quatro suspeitos foram presos e um, morto em confronto com policiais militares durante a tentativa de prisão. O líder, porém, continuou foragido.

Matéria jornalística 

O Ministério Público chegou a informar que Tuta teria sido morto pelo tribunal do crime após ordenar, em 2021, a morte de Nadim Georges Hanna Awad Neto, o Nadim, por não cumprir a missão de resgatar líderes da organização criminosa em penitenciárias federais.


O PCC, no entanto, transmitiu via sistema prisional que ele não havia sido morto, mas sim expulso da organização sob as acusações de "má conduta" e "falta de responsabilidade".

Em janeiro deste ano, Marcos Roberto de Almeida esteve envolvido em outra investigação. Desta vez, da Corregedoria da Polícia Militar paulista, que apontou mais de dez agentes suspeitos de repassar informações privilegiadas à cúpula do PCC. Entre eles estariam homens com passagem pela Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), tropa de elite da PM que realiza diversas ações de combate ao crime organizado, e de outros batalhões. E Tuta seria um dos que recebiam as informações.

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Segundo a investigação, haveria dois núcleos na PM associados ao PCC. Um deles seria de integrantes da Rota, e outro por policiais de outras unidades da corporação.

No caso dos agentes da Rota, a investigação ressalta que eles integravam a agência de inteligência do batalhão e "tiveram acesso às informações sigilosas de operações policiais em andamento".

A denúncia recebida pela corregedoria também afirma que um sargento e um cabo, que trabalharam na sala de rádio da Rota, passavam informações para Tuta e Silvio Luiz Ferreira, o Cebola, sobre as operações do batalhão.

Fonte: Jornal Folha de São Paulo

Vídeos: CNN Brasil

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