Marcello Streifinger comanda a Secretaria de Administração Penitenciária; pasta diz que 'prestou todas as informações' e que Promotoria propôs arquivamento do processo.
Tulio Kruse
11.jun.2025 às 11h55
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O secretário estadual de Administração Penitenciária, coronel Marcello Streifinger, na Assembleia Legislativa de São Paulo - Imagem: Rodrigo Costa - 13.mai.23/Alesp |
Ao mesmo tempo, coleciona brigas com os policiais penais e respondeu a ao menos um processo por abuso de autoridade durante a gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Como mostrou a Folha, Derrite deverá deixar o governo estadual até o final do ano —ele afirmou que tem a intenção de antecipar sua saída e voltar ao cargo de deputado estadual.
Publicamente, Streifinger, coronel da reserva com mais de 30 anos de carreira na Polícia Militar de São Paulo, adota uma postura que destoa de Derrite. Não usa o próprio perfil em redes sociais para debater política, por exemplo.
Enquanto o secretário de Segurança encampa o discurso de tolerância zero contra criminosos, Streifinger tem destacado esforços para melhorar as oportunidades de trabalho e estudo para os internos. Sua eventual escolha, portanto, sinalizaria uma mudança de direção da política de Tarcísio na área de segurança.
"Tenho participado desse processo de humanização, isso é um caminho natural das coisas", disse à TV Alesp no ano passado. "Nós temos de convencer a pessoa privada de liberdade que ela ainda tem um futuro a construir, e esse futuro depende dela."
A regulamentação da nova carreira foi comemorada pelos servidores, pois dá proteção jurídica contra eventuais planos de privatização dos presídios. Também houve investimento em novas viaturas e uniformes.
Ao mesmo tempo, o sindicato da categoria diz que o secretário não cumpriu promessas de aumento salarial e de mais contratações por meio de concurso público.
Em 2023, o secretário chegou a ser investigado sob suspeita de abuso de autoridade, num caso que envolveu a apreensão de armas de cinco agentes penitenciários. Todos tinham tinham certificado de registro emitido pela Polícia Federal.
A SAP entendeu que eles não tinham direito de portar as armas pois não tinham as autorizações inscritas nas suas carteiras funcionais. Os cinco agentes, embora já trabalhassem em unidades prisionais, eram alunos de um curso de aperfeiçoamento que é pré-requisito para a autorização do porte de arma emitido pela própria SAP.
Em depoimento sobre o caso, o secretário afirmou que não tinha outra decisão a tomar, "sob pena de prevaricação ou de condescendência criminosa".
O sindicato dos policiais penais diz que o controle da SAP sobre o porte de arma é ilegal, assim como as apreensões, pois entende que o cargo lhes dá prerrogativa automática para o uso de armamento pessoal. O Ministério Público de São Paulo entendeu que não houve abuso de autoridade e pediu o arquivamento da investigação contra Streifinger e outras autoridades da cúpula da secretaria.
Sob sua gestão, a pasta abriu procedimentos administrativos disciplinares (PADs) contra funcionários por terem publicado críticas nas redes sociais à secretaria, a Streifinger e ao governador. A reportagem colheu relatos de três policiais penais que foram alvo desses processos internos.
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Complexo Penal Campinas - Hortolândia sob direção e administrção da Coordenadoria Central da SAP/SP |
Questionada, a SAP afirmou que as medidas disciplinares contra servidores "tiveram como base manifestações ofensivas, e não críticas às condições de trabalho" e que os casos ainda estão em andamento. "Os indícios de crime comum foram noticiados à Polícia Civil ou Ministério Público", afirmou a secretaria, em nota.
Sobre a denúncia de abuso de autoridade, a pasta afirmou que "prestou todas as informações as autoridades competentes e o Ministério Público propôs o arquivamento".
Além da experiência no policiamento de rua, ele é coautor de três livros que servem como manual de direito penal militar. Foi instrutor de direito penal por anos no Centro de Altos Estudos de Segurança, onde fez mestrado e doutorado.
Esses oficiais citam a passagem dele pelo Copom —órgão central na comunicação com outras instituições— e suas credenciais acadêmicas para sustentar esse argumento.
"Desde a academia, sempre foi um aluno destacado, brilhante, muito correto e íntegro", disse o coronel da reserva José Vicente da Silva Filho.
Fonte: Jornal Folha de São Paulo
Put's, Agora o SAPO vai ficar sem o Príncipe!!!!!
ResponderExcluirOlha o tiro no pé!!!
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