29 agosto 2025

Dois empresários são presos suspeitos de integrar plano do PCC para matar promotor em Campinas/SP; vídeo

Líder da facção, que supostamente vive na Bolívia, teria participado do planejamento; comandante da PM também estaria entre os alvos.

Folha-Coidiano

29.ago.2025

Empresários foram presos Empresários por financiar plano contra o promotor Amauri Silveira Filho – Vídeo: Polícia Federal
São Paulo - Dois empresários foram presos na manhã desta sexta-feira (29) por suspeita de participar de um plano para matar um promotor de Justiça de São Paulo, em conluio com a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).

O alvo era Amauri Silveira Filho, promotor que atua em Campinas, no interior de São Paulo, e já coordenou o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). 

O plano também incluía a morte de um comandante da Polícia Militar, segundo a própria corporação.

A ordem para o assassinato do promotor teria partido de Sérgio Luiz de Freitas Filho, o Mijão, integrante da alta cúpula da facção, a sintonia final geral. Ele está foragido há cinco anos. A suspeita de investigadores é que Mijão esteja na Bolívia, assim como outros líderes do PCC.

Pistola e munição apreendida em residência de empresário preso por suspeita de participar em
plano de assassinato de promotor, em Campinas, no interior de SP - Divulgação/PMESP
Os empresários —Maurício Silveira Zambaldi, o "Dragão", e José Ricardo Ramos— atuam no ramo de comércio de veículos e de transportes e foram presos em Campinas. Além do cumprimento dos dois mandados de prisão, um homem que estava na casa de Dragão também foi conduzido à delegacia depois de jogar um celular pela janela no momento em que policiais chegaram ao local.

O plano de assassinato foi descoberto numa investigação que há meses apura os crimes de organização criminosa armada, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, a Operação Linha Vermelha.

"Há poucos dias, foram coletadas informações que indicavam que um dos investigados estaria associado à liderança do PCC e, com o objetivo de prejudicar as investigações, teriam arquitetado e colocado em prática um plano para matar o promotor", afirmou o Ministério Público.

Amauri Silveira Filho atua no Gaeco e já foi ameaçado de morte anteriormente - Imagem: Reprodução/Youtube MPSP
Os envolvidos, segundo a investigação, teriam financiado e providenciado a aquisição de veículos e de armamento e a contratação de operadores para a execução de uma emboscada ao promotor. Contudo, o plano foi descoberto pelo Ministério Público, que identificou os articuladores e financiadores.

O Juiz da 4ª Vara Criminal da Comarca de Campinas, Caio Ventosa Chaves, acolheu os pedidos do Gaeco e expediu três mandados de prisão temporária e quatro mandados de busca e apreensão, que foram cumpridos por equipes do 1º Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia), acompanhadas de integrantes do Ministério Público.

Mijão é considerado um dos principais negociadores do tráfico de cocaína do PCC. Segundo o Ministério Público, mesmo fora do país ele segue coordenando esquemas de compra e venda de droga no Brasil.

"As investigações continuam para a identificação de outras pessoas envolvidas no plano que vinha sendo articulado", disse o MPSP.

Umas das mais altas lideranças do PCC “Mijão” (à esquerda) é acusado de mandar matar
o promotor Amauri Silveira Filho (à direita) – Imagem: mijao-amauri-silveira-filho

Quem é Serginho Mijão

Mijão, 46, é apontado pelo MP-SP (Ministério Público de São Paulo) como um dos principais nome do PCC em liberdade. Ele faz parte da sintonia final da facção, a ala responsável por tomar as principais decisões.

Segundo o MP-SP, Mijão é responsável pela compra, venda e autorização de pagamentos de drogas para abastecer mercados dominados pelo grupo. Ele tem a confiança dos principais líderes da facção.

Foragido, Mijão tem vinculado ao seu nome dois mandados de prisão, como mostra o BNMP (Banco Nacional de Mandados de Prisão). Ambos são por tráfico de drogas e associação criminosa. O mais antigo é de 22 de julho de 2020, expedido pela 1ª Vara Federal de Limeira, resultante de um processo que tramita desde 2014 e que está sob segredo judicial. O outro mandado está aberto desde 10 de fevereiro de 2023, emitido pela Vara Criminal de Limeira, mas no âmbito da Justiça estadual. A polícia desconfia que ele esteja escondido na Bolívia.

Vídeo jornalístico 

Fonte: Jornal Folha de São Paulo

Vídeo: CNN

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