Briga começou após troca de mensagens ameaçadoras por WhatsApp. Tiro foi disparado por mulher do policial penal, que também é servidora da Polícia Penal.
Por g1 Minas — Belo Horizonte
17/10/2025
De acordo com o boletim de ocorrência, Luiz Fernando Ribeiro da Silva procurou Walace Barbosa Cardoso Soares, de 44 anos, interessado em alugar um espaço de festas que pertence a ele. Após a visita, o jovem começou a enviar mensagens ameaçadoras para o WhatsApp do policial, que decidiu procurá-lo nas imediações, acompanhado da esposa, Lucimar Faria de Almeida Soares, de 44.
Confira a transcrição do diálogo:
Luiz Fernando: “Cole, deixa te fala, não sou bobo, ok me pagar que me deve tá.”
Luiz Fernando: faz uma ligação de vídeo de três segundos de duração com o policial.
Luiz Fernando: “Você marcou não vir aqui atoa, para né, marcou comigo.”
Policial penal: “Você deve estar me confundindo com alguém.”
Luiz Fernando: envia uma mensagem de visualização única aberta pelo policial.
Policial penal: “Eu sou policial.”Luiz Fernando: responde a penúltima mensagem do policial dizendo “Tô não, não sou bobo.”
Luiz Fernando: envia uma série de mensagens com os dizeres “Pode ser o diabo.”
“Sua milha vai saber.”
“Ok.”
“Filme vicd.”
“Só paga o que deve, 150.”
O casal encontrou o homem sentado na parte externa de um bar na Rua das Magnólias. Walace se identificou como agente da Polícia Penal e apontou a arma para o jovem, que correu para dentro do estabelecimento, mas voltou e avançou contra ele. Os dois entraram em luta corporal, e Luiz Fernando conseguiu desarmar Walace.
Ainda conforme o registro da PM, durante o confronto, Lucimar gritou várias vezes para que o jovem soltasse a arma. De acordo com ela, Luiz Fernando respondeu: "Não vou soltar, vocês vão me matar".
Homem e marido baleados
Temendo pela vida do marido, a policial mirou a parte inferior do corpo do rapaz e atirou. Ao perceber que ele estava com o dedo no gatilho, fez mais dois disparos, que cessaram as agressões.
Uma testemunha que mora em frente ao bar disse ter visto a briga e ouvido os tiros. Ela acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), porque o casal estava em estado de choque.
Walace foi atingido no joelho esquerdo por um dos tiros e levado ao Hospital São Judas Tadeu. Depois, foi transferido para o Hospital Mater Dei, em Contagem. Já o corpo de Luiz Fernando foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Belo Horizonte.
Testemunhas relataram que Luiz Fernando aparentava estar sob efeito de drogas. O policial penal envolvido afirmou nunca ter tido contato com o agressor e nem saber o motivo do homem ter enviado as mensagens ameaçadoras.
Caso em investigação
Em nota, a Polícia Civil disse que a perícia foi ao local do crime para coletar elementos que subsidiarão as investigações. A instituição também informou que a policial penal prestou depoimento e foi liberada.
A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), responsável administrativamente pela Polícia Penal, afirmou que acompanha o caso. Ainda segundo a pasta, o casal de servidores estava fora do horário de trabalho no momento do ocorrido.
"Os policiais penais, que tiveram seus armamentos recolhidos para investigação criminal, serão ouvidos administrativamente. Informações sobre as investigações no âmbito criminal são de responsabilidade da Polícia Civil", concluiu.
Fonte:G1







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