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17 agosto 2025

Auditor fiscal considerado gênio do crime é transferido para o 'Presídio dos Famosos' em Tremembé/SP

Marcelo de Almeida Gouveia foi transferido para a P2 de Tremembé na tarde desta sexta-feira (15). Investigação apura se ele está envolvido em esquema que arrecadou cerca de R$ 1 bilhão em propinas desde 2021.

Por g1 Vale do Paraíba e Região

108/2025

Auditor fiscal detido com R$ 330 mil em apartamento é transferido para o 'presídio dos famosos'
em Tremembé  - Imagem: Foto 1: Divulgação | Foto 2: Laurene Santos/TV Vanguarda
O auditor fiscal Marcelo de Almeida Gouveia, que foi preso suspeito de ter envolvimento em um esquema de fraude tributária, foi transferido para a Penitenciária II de Tremembé, local conhecido como o 'presídio dos famosos', nesta sexta-feira (15).

Marcelo foi detido na última terça-feira (12) em São José dos Campos (SP), durante uma operação do Ministério Público de SP (MP-SP) que investiga um esquema de fraude tributária na Secretaria de Estado da Fazenda. A operação é a mesma que também prendeu o dono e fundador da Ultrafarma, Sidney OIiveira.

Marcelo, que inicialmente era alvo apenas de busca e apreensão, foi preso após o MP encontrar R$ 330 mil, cerca de US$ 10 mil e € 600 em espécie no apartamento dele. Além disso, foram apreendidos três celulares, 10 pen drives, seis notebooks e um computador.

O g1 apurou que a transferência de Marcelo para Tremembé ocorreu por volta das 18h desta sexta-feira (15). A Penitenciária 2 costuma receber presos famosos ou envolvidos em crimes de grande repercussão nacional e que se estivessem em outro presídio correriam risco de vida.

Servidor e outras cinco pessoas foram presas devido ao esquema, entre elas o dono da
Ultrafarma, Sidney Oliveira - Imagem: Reprodução/TV Globo e Divulgação/Ultrafarma
O ex-jogador de futebol Robinho, que cumpre pena por estupro; o empresário Thiago Brennand, que foi condenado em três processos de violência contra a mulher; e o ex-médico Roger Abdelmassih, condenado a mais de 100 anos de prisão por estuprar pacientes, são alguns dos detentos famosos que cumprem pena na P2 de Tremembé - veja a lista completa.

Nesta semana, o g1 revelou com exclusividade que o governo de SP vai fazer a transferência dos presos famosos para Potim (SP) e que haverá uma alteração no perfil dos detentos que vão passar a cumprir pena na P2 de Tremembé. Todo o processo deve ser finalizado até o fim de novembro - leia mais clicando aqui.

Ao g1, a Secretaria de Administração Penitenciária confirmou a transferência de Marcelo para a P2 de Tremembé.

O g1 tenta contato com a defesa de Marcelo. A reportagem será atualizada se houver uma posição

O auditor fiscal Artur Gomes da Silva Neto, apontado por promotor do MP-SP como
coringa em suposto esquema de fraudes do ICMS - Divulgação

Gênio do crime

O Ministério Público de São Paulo aponta o auditor fiscal Artur Gomes da Silva Neto, 47, como o principal articulador de um esquema bilionário de fraude tributária envolvendo créditos de ICMS. Preso na terça-feira (12), ele é investigado por acelerar e ampliar indevidamente ressarcimentos a empresas, em troca de propina.

Descrito pelos promotores como “gênio do crime” e considerado um servidor “brilhante” por colegas, Artur é graduado e mestre em engenharia aeronáutica pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), onde se formou como o primeiro da turma, segundo informações obtidas pelo G1.

Na Sefaz-SP desde 2006, chegou ao cargo de supervisor da Diretoria de Fiscalização (Difis), responsável por controlar outros auditores. Segundo o MP, ele “dominava praticamente todas as etapas” do processo de liberação de créditos, do preparo de documentos ao aval final.

Perfil e trajetória

Além da carreira na Fazenda paulista, Artur se destacou por conquistas acadêmicas: foi aprovado também no Instituto Militar de Engenharia (IME) e em Medicina na USP. Recebeu da Embraer um prêmio que incluiu viagem aos Estados Unidos para visitar a Nasa e empresas aeroespaciais, conforme apontado pelo jornal.

No serviço público, teve salário bruto de R$ 33,8 mil em junho, com remuneração líquida de R$ 25,5 mil, segundo o Portal da Transparência.

Nos últimos meses, tirou férias e licenças-prêmio em períodos próximos, o que chamou a atenção dos investigadores. Essas licenças são concedidas a cada cinco anos de exercício sem penalidades administrativas.

Como era o esquema

De acordo com a investigação conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão aos Delitos Econômicos (GEDEC), o auditor preso manipulava processos administrativos para facilitar a quitação de créditos tributários às empresas.

Em contrapartida, ele recebia pagamentos mensais de propina por meio de uma empresa registrada em nome de sua mãe.

Segundo o Ministério Público, a operação é fruto de meses de trabalho investigativo, com análise de documentos, quebras de sigilo e interceptações autorizadas pela Justiça.

Os investigados poderão responder pelos crimes de corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Em nota, a Secretaria de Estado da Fazenda informou que acabou "de instaurar processo administrativo para apurar, com rigor, a conduta do servidor envolvido" e que solicitou formalmente ao MP compartilhamento das informações. Abaixo, leia a íntegra da nota da Secretaria da Fazenda:

"A Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo (Sefaz-SP) está à disposição das autoridades e colaborará com os desdobramentos da investigação do Ministério Público por meio da sua Corregedoria da Fiscalização Tributária (Corfisp).

Enquanto integrante do CIRA-SP – Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos - e diversos grupos especiais de apuração, a Sefaz-SP tem atuado em diversas frentes e operações no combate à sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e ilícitos contra a ordem tributária, em conjunto com os órgãos que deflagraram operação na data de hoje.

Além disso, a Sefaz-SP informa que acaba de instaurar processo administrativo para apurar, com rigor, a conduta do servidor envolvido e que solicitou formalmente ao Ministério Público do Estado de São Paulo o compartilhamento de todas as informações pertinentes ao caso.

A administração fazendária reitera seu compromisso com os valores éticos e justiça fiscal, repudiando qualquer ato ou conduta ilícita, comprometendo-se com a apuração de desvios eventualmente praticados, nos estritos termos da lei, promovendo uma ampla revisão de processos, protocolos e normatização relacionadas ao tema."

Fonte:G1

16 agosto 2025

Paciente pega arma de policial penal e dispara em corredor de hospital em Londrina/PR; diz polícia

Policial penal estava no local fazendo escolta quando tudo aconteceu. Homem foi preso em flagrante na sexta-feira (15) e ficou em silêncio durante depoimento. Homem foi soltou no começo da tarde deste sábado (16).

Por g1 PR e RPC Londrina — Londrina

16/08/2025

Homem de 27 anos foi preso em flagrante na noite de sexta-feira (15) depois de tomar a arma de
um policial penal e dar tiros dentro do Hospital de Zona Norte de Londrina, no norte do Paraná - Imagem: Reprodução
Um homem de 27 anos foi preso em flagrante na noite de sexta-feira (15) depois de tomar a arma de um policial penal e dar tiros dentro do Hospital de Zona Norte de Londrina, no norte do Paraná. De acordo com o boletim de ocorrência registrado na Polícia Civil (PC-PR) pela Polícia Militar (PM-PR), foram seis disparos.

Os tiros não acertaram as pessoas que estavam no local. O homem passou por audiência de custódia e o juiz de plantão decidiu pela soltura dele, por entender que se trata de um crime de menor gravidade. 

A PM e a direção do hospital informaram que, ao que tudo indica, o paciente teve um surto psicótico.

Tiros atingiram as paredes do hospital - Imagem: Reprodução
A RPC, afiliada da TV Globo no Paraná, apurou que o suspeito estava internado na sexta-feira para tratar uma infecção no tornozelo. No mesmo hospital, estavam policiais que faziam a escolta de um preso que recebia cuidados médicos. Segundo o boletim de ocorrência, o suspeito estava passando pelo corredor da unidade de saúde quando foi até o policial e pegou a arma que estava com ele.

O policial penal disse em depoimento que, quando teve a arma retirada, conseguiu conter o homem e "travar" a mão dele com a própria mão. Porém, o paciente conseguiu disparar seis vezes a arma, mesmo estando no chão.

Conforme as fotos acrescentadas ao inquérito, os tiros atingiram as paredes do hospital.

A polícia identificou os crimes de disparo de arma de fogo, resistência, lesão corporal qualificada contra agente de segurança pública e dano qualificado ao patrimônio público.

Suspeito foi liberado após audiência com juiz

O suspeito foi levado pela polícia e escolheu ficar em silêncio durante o depoimento. Ele foi encaminhado a uma unidade prisional, passou por audiência com um juiz de plantão e liberado em seguida.

Em nota enviada ao g1, a Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa-PR), responsável pelo hospital, informou que "o episódio não comprometeu o funcionamento" e que "trata-se de uma ocorrência isolada"

O g1 também entrou em contato com a Polícia Penal do Paraná, onde o agente trabalha, mas não houve retorno até a publicação desta reportagem.

Fonte: G1

Policial penal mata namorada a facadas em apartamento em Belo Horizonte/MG

Crime aconteceu na manhã deste sábado (16), no bairro Padre Eustáquio, na Região Noroeste de Belo Horizonte.

Por g1 Minas, tv globo — Belo Horizonte

16/08/2025 

O corpo de Priscila Mundim foi encontrado no quarto - Imagem: Arquivo pessoal

O policial penal Rodrigo Caldas, de 45 anos, foi preso neste sábado (16) suspeito de matar a companheira, identificada como Priscila Azevedo Mundim, de 46 anos, a facadas. O crime aconteceu no apartamento onde o casal morava, no bairro Padre Eustáquio, na região Noroeste de Belo Horizonte.

O policial teria ligado para o próprio tio confessando o crime e revelando a intenção de cometer suicídio em seguida. O homem, então, acionou a polícia. Ao arrombar a porta, os militares encontraram o apartamento com diversas marcas de sangue. 

O indivíduo foi socorrido e levado sob escolta da PM para o Hospital João 23. Segundo a Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), o homem estava afastado das atividades penitenciárias desde janeiro de 2024 por motivos psiquiátricos e sua arma institucional havia sido recolhida,

Patricia Mundim de 46 anos foi morta a facadas em um apartamento na Rua
Vereador Geraldo Pereira, no bairro Padre Eustáquio - Imagem: Danilo Girundi/TV Globo
Segundo o tenente Raul Souza, do Corpo de Bombeiros, a briga aconteceu no apartamento que fica no segundo andar do prédio. O corpo de Priscila Mundim foi encontrado no quarto. Ainda, segundo ele havia muito sangue espalhado pelo imóvel. Informações preliminares indicam que a discussão pode ter começado ainda durante a madrugada.

Vizinhos relataram ter ouvido gritos e acionaram a Polícia Militar, mas as viaturas só chegaram ao local por volta das 11h, quando várias equipes foram mobilizadas. O g1 entrou em contato com a PM para questionar a demora relatada pelos moradores e aguarda retorno.

Eles namoravam há cerca de cinco meses e ela deixa dois filhos de outro relacionamento, um jovem de 22 anos e uma menina de 11.

Matéria jornalística

Possessivo

É assim que Leonardo Alves de Sousa, cunhado de Priscila Azevedo Mundim, morta neste sábado em BH, se refere ao principal suspeito do crime, um policial penal de Minas Gerais.

“O sentimento é de muita dor. Isso é um feminicídio. Até quando as mães irão chorar. Pais e irmãos vão enterrar suas entes queridas por crimes parecidos”, lamentou Leonardo.

Ainda segundo o parente, a família da vítima não sabe se ela chegou a ser agredida pelo namorado em outras ocasiões. No entanto, Leonardo afirma que todos já haviam percebido que Rodrigo tinha comportamentos de “uma pessoa possessiva”. Após o morte da cunhada, ele clama por justiça e pede que o suspeito não saia impune. 

A pasta, por meio do Departamento Penitenciário (Depen) instaurou um procedimento administrativo pela Corregedoria para auxiliar a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) ao longo do inquérito que vai investigar o crime.  “A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) lamenta imensamente a morte de Priscila Azevedo Mundim, vítima de feminicídio, neste sábado (16/8), em Belo Horizonte”. 

Fonte: G1

14 agosto 2025

“Batonzinho”: Reportagem flagra venda ilegal de microcelulares em SP. Vídeo

O núcleo investigativo do Primeiro Impacto flagrou a venda ilegal de microcelulares na região central de São Paulo. 

SBTNEWS

14/08/2025

Celulares de tamanho super reduzido e que não são detectáveis por equipamentos de raio-x têm valores altos - Imagem: Reprodução
Aparelhos pequenos, de até 10 centímetros e 20 gramas, passam despercebidos pelos detectores de metal, facilitando a entrada nos presídios. 

Contando até com apelidos, como “batonzinho”, esses dispositivos são usados para fraudes, comunicação do crime organizado e têm alto valor dentro das cadeias, chegando a custar até R$ 20 mil.

Celulares pelo tamanho super reduzido e que não são detectáveis por equipamentos de raio-x têm valores altos - Imagem: Reprodução
A Anatel diz que intensifica ações contra o uso irregular desses aparelhos. 

Matéria jornalística

Fonte: SBTNEWS

Fim do "Presídio dos Famosos": SP vai transferir Robinho, Brennand e outros de Tremembé para a PII de Potim

Governo estadual decidiu mudar o perfil de presos da unidade, que há anos recebe presos envolvidos em casos de grande repercussão. g1 apurou que processo deve ser concluído até o fim de novembro.

Por Carlos Santos, g1 Vale do Paraíba e região

14/08/2025 

Penitenciária Dr. José Augusto César Salgado, a P2 de Tremembé, no interior de São Paulo - Imagem: Leandro Leandro
O governo de São Paulo decidiu transferir os presos da Penitenciária II de Tremembé, no interior do estado, para outra unidade e mudar o perfil dos detentos da PII.

A cadeia deixará de abrigar criminosos condenados em casos de grande comoção social, como o ex-jogador Robinho e o empresário Thiago Brennand, e passará a receber apenas presos em regime semiaberto. O Tribunal de Justiça de São Paulo confirmou que foi “cientificado sobre a mudança”.

O g1 apurou que o destino dos presos de Tremembé será a Penitenciária II de Potim, a 46 quilômetros de distância e mais longe da capital paulista.

Penitenciária 2 de Potim deve se transformar no novo 'presídio dos famosos' após
mudanças em Tremembé - Imagem: Rauston Naves/TV Vanguarda
De acordo com dados públicos da Secretaria de Administração Penitenciária, a PII de Potim tem capacidade para 1.063 detentos, mas, na terça-feira, abrigava 1.439.

Não há data definida para que as transferências sejam concluídas, mas o g1 apurou que todo processo – que envolve também o deslocamento de presos de Potim para outras unidades do estado – deve ser concluído até o fim de novembro.

A reportagem recebeu imagens de caminhões com presos deixando Potim e duas listas com nomes e matrículas de detentos já removidos da unidade. Procurada pela reportagem, a SAP informou que não comenta eventuais movimentações de presos por motivo de segurança. Por este motivo, não é possível confirmar a autenticidade das listas.

O modelo de funcionamento da PII de Tremembé foi criado após a desativação do Carandiru, concluída definitivamente em 2002, 10 anos depois do massacre em que 111 detentos morreram.

SP vai transferir presos como Robinho e Brennand e retirar presídio dos famosos de Tremembé - Imagem: Arte/g1
Os procedimentos e tratamento aos presos são os mesmos praticados em todas as unidades do estado. A diferença está apenas no perfil dos presos, a fim de evitar conflitos. Este modelo deve ser adotado na PII em Potim.

Parentes de presos em Potim, contrários às mudanças, procuraram a Defensoria Pública. O órgão informou que fez uma consulta à direção do complexo penitenciário de Potim mas não teve resposta.

Consultado pelo g1, o Tribunal de Justiça de São Paulo afirmou que já foi comunicado sobre a mudança e que a SAP "possui discricionariedade para realizar a transferência de presos entre suas unidades, não sendo necessária autorização judicial".

Fonte: G1

10 agosto 2025

STF invalida contratação temporária de policiais penais em MG

Corte considerou que lei mineira violou emenda constitucional que exige ingresso por concurso público.

Da Redação

domingo, 10 de agosto de 2025

STF confirma que MP pode atuar no esporte e restringe intervenção judicial em entidades - Imagem: Reprodução/DEPPEN
Por unanimidade, o STF declarou a inconstitucionalidade do art. 19, inciso I, da lei 23.750/20 do estado de Minas Gerais, que autorizava a contratação temporária de agentes de segurança penitenciários.

A Corte acompanhou o voto do relator, ministro Luiz Fux, ao entender que a norma estadual contraria o art. 4º da emenda constitucional 104/19, que exige o ingresso nas carreiras da Polícia Penal exclusivamente por concurso público ou pela transformação de cargos equivalentes.

A decisão, proferida em julgamento no plenário virtual, teve eficácia prospectiva, preservando os contratos temporários atualmente em vigor até sua expiração.

STF confirma que MP pode atuar no esporte e restringe intervenção judicial em entidades - Imagem: Reprodução/DEPPEN

Entenda o caso

A ADIn 7.505 foi ajuizada pela Ageppen - Associação dos Policiais Penais do Brasil contra dispositivos da lei mineira 23.750/20. A entidade impugnou a expressão "finalísticas, na área da segurança pública", constante do art. 3º, VI, "b", e o art. 19, I, que autorizava a contratação temporária de agentes penitenciários enquanto não implementadas, no estado, as diretrizes da EC 104/2019.

A Ageppen sustentou que a norma estadual violava frontalmente os princípios constitucionais da legalidade e do concurso público, previstos nos arts. 37 e 144 da CF, além do art. 4º da EC 104/19, que determina que os quadros da Polícia Penal sejam compostos exclusivamente por concursados ou por transformação de cargos equivalentes.

O Estado de Minas Gerais alegou que a norma teria caráter excepcional e transitório, voltado à garantia da continuidade dos serviços prisionais até a finalização do concurso público. Informações atualizadas demonstraram que, até janeiro de 2025, havia 609 policiais penais contratados temporariamente, com previsão de término dos vínculos ainda neste ano, e que todos os 3.405 aprovados no concurso público regido pelo edital SEJUSP 02/21 já foram nomeados.

STF confirma que MP pode atuar no esporte e restringe intervenção judicial em entidades - Imagem: Reprodução/DEPPEN

Norma violou diretamente a emenda constitucional

O relator, ministro Luiz Fux, conheceu parcialmente da ação, limitando-se ao art. 19, I, e julgou procedente o pedido. Fux reafirmou o entendimento da ADIn 7.098, segundo o qual a contratação temporária para exercer funções da Polícia Penal é incompatível com a EC 104/19.

"Considerando que a norma impugnada permite expressamente a contratação temporária de pessoal para realizar as atribuições dos policiais penais, impõe-se a mesma conclusão, de sorte a reconhecer a inconstitucionalidade da cláusula autorizativa."

O relator também reafirmou "a necessidade de prestigiar a regra do concurso público, critério democrático e republicano eleito pelo Poder Constituinte para selecionar os candidatos mais habilitados ao exercício do cargo."

Quanto à modulação de efeitos, Fux afastou a prorrogação de 24 meses pedida pelo estado, mas preservou os contratos temporários vigentes:

"Apenas a preservação dos atuais contratos temporários, previstos para findarem no corrente ano, a evitar a descontinuidade do serviço nesse lapso programado."

Policia Penal de Minas Gerais realizamdo Intervenção na Penitenciária de Patrocínio - 
Imagem: Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp)

Confira o voto.

O ministro Flávio Dino acompanhou o relator, mas apresentou ressalvas quanto à interpretação rígida da EC 104/19. Para ele, a vedação à contratação temporária não pode ser absoluta.

"Não extraio do teor do art. 4º da EC 104/2019 [...] óbice intransponível à contratação temporária, em especial quando presentes situações de extrema gravidade e que demandem pronta resposta por parte das autoridades públicas responsáveis."

Segundo Dino, é necessário preservar certa flexibilidade para responder a emergências no sistema prisional.

"A realidade afeta à rotina e à segurança das prisões no País recomenda não vedar por completo a possibilidade do contrato temporário [...], especialmente se a administração penitenciária se encontrar ou estiver em vias de se encontrar incapacitada de atuar de forma adequada, célere e efetiva."

Diferentemente de Fux, o ministro Flávio Dino propôs a modulação dos efeitos com prazo de 12 meses.

Processo: ADIn 7.505 

Fonte: Site Migalhas/https://www.migalhas.com.br/quentes/436093/stf-invalida-contratacao-temporaria-de-policiais-penais-em-mg

Fuga de Alcatraz: como presos usaram papel higiênico e bote feito de capas de chuva para escapar da prisão mais temida dos EUA; INFOGRÁFICO

Fuga da prisão, em junho de 1962, está entre as mais espetaculares da história americana, e fugitivos nunca foram encontrados. Trump tem planos de reabrir Alcatraz como prisão.

Por Wesley Bischoff, g1 — São Paulo

10/08/2025 

Os fugitivos de Alcatraz: John Anglin, Clarence Anglin e Frank Morris - Imagem: Otavio Camargo e Verônica Medeiros/g1
Era manhã de 12 de junho de 1962. Três cabeças falsas repousavam sobre as camas da prisão mais temida dos Estados Unidos. De longe, pareciam presos dormindo, mas eram bonecos de papel, sabão e cabelo humano. Quando os guardas perceberam, já era tarde. Três detentos haviam escapado de Alcatraz, no que se tornaria a fuga mais famosa da história americana. Mais de 60 anos depois, o mistério continua, com algumas pistas apontando até para o Brasil.

O Presídio Federal de Alcatraz funcionou entre 1934 e 1963. A prisão ficava em uma ilha isolada na Baía de São Francisco, na Califórnia, e era conhecida como “A Rocha”. Pela localização e pela segurança máxima, fugir dali era considerado praticamente impossível.

Durante 29 anos, Alcatraz recebeu mais de 1.500 detentos. O governo mandava para lá criminosos considerados perigosos, com histórico de fuga ou considerados "difíceis de encarar". Entre eles estavam Frank Morris e os irmãos John e Clarence Anglin.

*Frank chegou à ilha em 1960. Ele tinha condenações por assalto a banco, arrombamento e outras infrações. Também já havia tentado fugir de várias prisões.

*Os irmãos Anglin foram transferidos para Alcatraz em 1961. Eram conhecidos por uma série de roubos a bancos.

*Os três já se conheciam de outras penitenciárias.

O trio começou a planejar a fuga com ajuda de um quarto preso, Allen West. O plano foi liderado por Frank, que tinha experiência no assunto. Por meses, eles reuniram materiais e construíram, em uma oficina secreta, um bote inflável, remos e coletes salva-vidas.

A ideia era simples: sair da ilha de Alcatraz com o bote e chegar em terra firme.

Agentes federais tentaram encontrar os fugitivos por anos. Em 1979, o FBI encerrou a investigação. A principal hipótese é a de que os três morreram afogados durante a travessia da baía de São Francisco.

No entanto, novas evidências reveladas nos últimos anos sugerem outro cenário. Relatos de familiares e uma carta indicam a possibilidade de que Frank e os irmãos Anglin tenham sobrevivido — e que dois deles, inclusive, vieram para o Brasil.

Nesta reportagem você vai entender em detalhes:

*💡 Oficina secreta: como foi o início do plano

*🎵 Como música foi usada para disfarçar tudo

*🔍 Cabeças falsas, buscas e investigação

*🤔 Onde os fugitivos foram parar

*⛓️ Como está Alcatraz hoje

A prisão de Alcatraz por dentro - Imagem: Library Congress via FBI

Oficina secreta: o início do plano

Em quase três décadas de funcionamento, 36 presos tentaram escapar de Alcatraz em 14 tentativas. Os que não foram recapturados morreram durante a fuga — seis foram baleados e dois se afogaram. Tudo mudou em junho de 1962, quando Frank, John e Clarence conseguiram fugir.

Segundo registros oficiais do FBI, o plano começou alguns meses antes, em dezembro de 1961, quando um dos detentos encontrou lâminas de serra velhas.

Na época, os presos sabiam que um simples buraco na parede não bastava para escapar de Alcatraz. Era preciso atravessar as águas geladas da Baía de São Francisco e seguir a pé em terra firme. Isso exigia uma estrutura: eles precisariam construir um bote.

Fazer uma embarcação em segredo dentro de um presídio era uma tarefa quase impossível, principalmente dentro das celas do presídio. Eles decidiram que precisavam encontrar um lugar seguro, que funcionasse como uma oficina secreta.

O grupo escolheu montar a estrutura em cima do teto do bloco de celas, onde havia um vão. Para chegar até o local, abriram um buraco na parede que dava acesso a um corredor sem vigilância.

Guarda observa buraco feito na parede para fuga em Alcatraz - Imagem: FBI

Música para disfarçar o barulho

A abertura foi feita com uma furadeira improvisada, montada com o motor de um aspirador de pó e as serras velhas, além de colheres roubadas do refeitório. Para disfarçar o barulho, os detentos agiam durante o horário reservado para música. Frank tocava acordeão.

Para montar o bote e os coletes salva-vidas, os presos usaram mais de 50 capas de chuva. As costuras foram seladas com o vapor quente de canos da prisão. Pedaços de madeira serviram para construir remos.

O grupo ainda tinha outra missão: enganar os guardas para ganhar tempo na fuga. A ideia era colocar objetos nas camas das celas para simular que os detentos continuavam lá. Eles, então, fizeram cabeças falsas com papel higiênico, sabão e cimento. Cabelo humano recolhido na barbearia do presídio deu um toque realista às peças.

▶️ Momento decisivo: Em 11 de junho, noite da fuga, o grupo escalou cerca de nove metros, o equivalente a três andares, usando a rede de canos de Alcatraz. O ventilador de ar do poço foi aberto, e eles acessaram o telhado.

*Allen West foi deixado para trás, pois não conseguiu sair da cela.

*Os outros três desceram do telhado de Alcatraz pela chaminé da padaria.

*O trio ainda precisou pular cercas da prisão até chegar à costa nordeste da ilha.

*O bote foi colocado na água e inflado com o uso de uma concertina — instrumento semelhante a um acordeão — que foi modificado para fornecer ar.

O passo a passo da fuga de Alcatraz, em 1962 - Imagem: Otavio Camargo e Verônica Medeiros/g1

A vistoria constata o sumiço

A fuga de Frank e dos irmãos Anglin só foi descoberta na manhã do dia seguinte, 12 de junho, durante uma vistoria nas celas. Os guardas encontraram as cabeças falsas nas camas, com um cobertor cobrindo roupas e toalhas que simulavam um corpo deitado.

Naquele momento, a prisão foi fechada, e as buscas pelos fugitivos começaram. Alertas foram enviados ao escritório do FBI em São Francisco, e barcos que estavam na baía foram avisados da fuga.

Imediatamente, os agentes entraram em contato com todos os familiares de Frank, John e Clarence em busca de pistas. Os investigadores acreditavam que os fugitivos haviam cruzado a Baía de São Francisco, passando pela Angel Island, e chegado ao Condado de Marin.

Nos dias seguintes, poucos rastros da fuga foram encontrados. Pedaços de madeira, que seriam dos remos, foram localizados na Angel Island, a menos de 3 km de Alcatraz. Os agentes também recuperaram um colete salva-vidas caseiro.

Remo e colete salva-vidas recuperado da fuga de Alcatraz - Imagem: FBI
Na época, os investigadores descobriram que Allen West também estava envolvido no plano, mas havia sido deixado para trás. O prisioneiro revelou todos os detalhes da fuga em troca de não ser punido pela tentativa.

Segundo os registros da investigação, West afirmou que a parte final do plano envolvia roubar um carro e roupas no Condado de Marin. No entanto, de acordo com o FBI, nenhum crime do tipo foi registrado pela polícia na região no dia da fuga.

O plano para a fuga de Alcatraz, em 1962 - Imagem: Otavio Camargo e Verônica Medeiros/g1

Onde eles foram parar?

Passados 17 anos da fuga, o FBI encerrou as investigações —era 31 de dezembro de 1979. O órgão justificou que nunca surgiu nenhuma evidência que confirmasse que os fugitivos haviam concluído a travessia. Com isso, os agentes chegaram às seguintes conclusões:

*Não houve prova de que os fugitivos receberam ajuda de familiares ou conhecidos, especialmente apoio financeiro.

*As fortes correntes da Baía de São Francisco podem ter dificultado a travessia prevista no plano original.

*Em caso de qualquer problema com o bote, mesmo com salva-vidas, a permanência por muito tempo na água — que tinha temperatura média de 12 °C — poderia ser fatal.

*Diante das evidências, o FBI concluiu que o trio havia morrido, possivelmente afogado. Os corpos teriam sido arrastados para o Oceano Pacífico.

Apesar da conclusão, o fato de nenhum corpo ter sido encontrado alimentou suspeitas e teorias da conspiração no país. No fim da década de 1970, o FBI repassou o caso ao Serviço de Delegados dos Estados Unidos (US Marshals), órgão ligado ao Departamento de Justiça.

Mais de 60 anos após a fuga, o Serviço de Delegados mantém o caso aberto. Os nomes de Frank, Clarence e John continuam na lista de procurados. Em 2012, o governo divulgou imagens atualizadas dos três fugitivos com uso de tecnologia. Se ainda estiverem vivos, todos já passaram dos 90 anos.

Simulação de como estariam os fugitivos de Alcatraz em 2012 - Imagem: U.S. Marshals
Nos últimos dez anos, dois episódios fizeram o caso voltar à mídia.

🌎 Teoria do Brasil: em 2015, um documentário do History Channel indicou que os irmãos Anglin teriam deixado os Estados Unidos após a fuga e se mudado para o Brasil.

*Sobrinhos de John e Clarence revelaram, no documentário, o que seriam cartões de Natal enviados pelos tios no Brasil.

*A versão foi confirmada por um amigo da família, que também mostrou uma imagem dos irmãos em uma fazenda brasileira em 1975.

*Esse mesmo amigo afirmou que eles haviam sido resgatados da baía por um barco cúmplice.

✉️ Teoria da carta: em 2018, o FBI revelou que havia recebido uma carta supostamente escrita por John Anglin. O documento foi enviado à delegacia de polícia de São Francisco cinco anos antes.

“Meu nome é John Anglin. Escapei de Alcatraz em junho de 1962 com meu irmão Clarence e Frank Morris. Tenho 83 anos e estou em péssimo estado. Tenho câncer. Sim, todos nós sobrevivemos naquela noite, mas por pouco!”, dizia a carta, segundo a CBS News.

Clint Eastwood e o diretor Don Siegel reúnem-se mais uma vez, em seu quinto filme juntos,
nesta fascinante proeza dos únicos três homens que escaparam da famosa prisão de segurança máxima Alcatraz
*De acordo com o texto, Frank e Clarence morreram em 2008 e 2011, respectivamente.

*John afirmou que informaria onde estava caso os agentes prometessem que ele receberia tratamento médico.

*O FBI analisou a carta em busca de impressões digitais ou material genético. Os resultados foram inconclusivos.

*O Serviço de Delegados dos EUA divulgou um comunicado desacreditando a autenticidade do documento.

As hipóteses para onde foram parar os fugitivos de Alcatraz - Imagem: Otavio Camargo e Verônica Medeiros/g1

Prisão de Alcatraz vai voltar a funcionar?

Em 1973, dez anos após ser desativada, Alcatraz passou a receber turistas. Atualmente, segundo o governo, cerca de 1,2 milhão de pessoas visitam a ilha todos os anos. É possível entrar nos antigos blocos do presídio e ver as celas.

A lenda que envolve o presídio também inspirou várias obras cinematográficas, inclusive "Alcatraz: Fuga Impossível" (1979) — que conta a história de Frank, interpretado por Clint Eastwood, e os irmãos Anglin — e "A Rocha" (1996), com Sean Connery e Nicholas Cage.

 The Rock recebeu a seguinte crítica da Collection e Criterion como "clássicos e
contemporâneos importantes" que representam "o cinema em sua melhor forma".
Em maio deste ano, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que pretende reabrir e expandir a prisão de Alcatraz. Segundo ele, a unidade passará a abrigar os "criminosos mais cruéis e violentos da América".

“A reabertura de ALCATRAZ servirá como símbolo de Lei, Ordem e JUSTIÇA”, escreveu nas redes sociais.

Dois meses após o anúncio de Trump, a procuradora-geral dos Estados Unidos, Pam Bondi, visitou a prisão. Ela não conversou com jornalistas nem deu detalhes sobre a ida ao local.

O governo dos Estados Unidos ainda não divulgou um prazo concreto para o início das obras ou para a viabilidade de reabertura da prisão. Por enquanto, a ilha continua funcionando como uma espécie de máquina do tempo para turistas interessados na história do local.

Antes considerada uma fortaleza inexpugnável, a prisão de Alcatraz foi construída em uma ilha
na baía de São Francisco, no Estado americano da Califórnia - Imagem: Reuters
Segundo o site do Departamento Federal de Prisões, Alcatraz foi fechada por ser cara demais para manter: operar a unidade custava quase três vezes mais do que qualquer outra prisão federal, principalmente devido à sua localização insular.

Transformar Alcatraz novamente em uma prisão funcional exigiria uma quantia enorme de dinheiro, disse, em maio, o professor Gabriel Jack Chin, da Faculdade de Direito da Universidade da Califórnia em Davis, à BBC.

Fonte:G1