23 julho 2017

A PÁTRIA DE TORNOZELEIRAS

O Brasil já é o segundo país do mundo com maior número de portadores do equipamento, cujo uso é um pouco mais complicado do que parece

Por Renato Onofre 23 jul 2017, 13h56 - Publicado em 23 jul 2017, 08h00

TORNOZELEIRA (Negreiros/VEJA)




O Brasil tem a segunda maior população de usuários de tornozeleiras eletrônicas do mundo. Hoje pelo menos 28 000 pessoas são monitoradas 24 horas por dia pela Justiça. 

A adoção do equipamento cresceu exponencialmente nos últimos cinco anos e deve quadriplicar nos próximos anos. Ultimamente, diante do brutal desequilíbrio entre oferta e procura, a busca do equipamento é disputada a tapas.

 O ex-deputado e assessor do presidente Michel Temer, Rodrigo da Rocha Loures, corre o risco de perder o seu equipamento e, consequentemente, ser obrigado a voltar para a cadeia. O Ministério Público de Goiás entrou com um pedido para que a justiça reconsidere a decisão que negou o recolhimento do equipamento.

 Para o promotor Fernando Krebs, o aliado de Temer furou a fila para conseguir sair da prisão. Hoje, 25 pessoas estão atrás das grades em Goiás por conta da falta do equipamento.

O equipamento que proporciona uma liberdade – ainda que restrita aos usuários – é também alvo de reclamação. A doleira da Lava-jato Nelma Kodama adaptou um assessório usado por jogadores de tennis no pulso – uma munhequeira – na perna para evitar o incômodo de passar o dia com o equipamento preso ao corpo.

Já o ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró teve que ficar mais de 30 minutos na chuva para que o sinal da tornozeleira fosse captado. Como se vê, é ruim a tornozeleira, bem pior sem ela.



Fonte: Revista Veja

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