Na filmagem ela nega que tinha conhecimento do crime, mas admite ter abrigado um dos suspeitos na própria casa um dia antes do ocorrido. Ação deixou 11 presos fugirem e 5 foram recapturados.
Por Vanessa Martins, G1 GO
14/07/2017 17h58
Delegado explica que ela é companheira de um dos presos que encomendaram o crime e agiu por causa dele. Ação deixou casa destruída, uma moradora ferida e possibilitou a fuga de 11 detentos.
Mayara de Souza é presa suspeita de planejar a explosão do presídio de Guapó (Foto: Divulgação/ Polícia Civil) |
Polícia Civil prendeu na manhã desta sexta-feira (14) Mayara Camargo de Souza, apontada como companheira de um dos presos que fugiram com a explosão do presídio de Guapó, na Região Metropolitana de Goiânia. Segundo os investigadores, ela é a responsável por planejar a fuga.
“Ela arquitetou o plano de fuga, deu a casa dela para dar suporte para a organização criminosa. Acreditamos que ela entrou para o mundo do crime porque causa dele”, disse ao G1 o delegado responsável pelo caso, Arthur Curado Fleury.
De acordo com os policiais, após a explosão, Mayara fugiu com o companheiro, Diemerson de Sousa, vulgo Pará. Ele é apontado como um dos mentores da explosão e foi preso logo depois. Já ela estava foragida.
Fleury explicou que ainda deve ouvir Mayara. Por isso, mais informações sobre a prisão dela só serão divulgadas em uma coletiva de imprensa marcada para esta tarde.
Explosão abriu buraco na parede de presídio e destruiu a casa vizinha (Foto: Vitor Santana/G1 ) |
Explosão
A fuga Aconteceu na manhã do dia 30 de maio deste ano. Criminosos arrebentaram o portão da residência que fica ao lado do presídio, entraram na casa e agrediram a moradora, Taynna Karita Silva Barros, de 20 anos.
Após fazer a jovem refém por dez minutos, eles detonaram os explosivos para facilitar a fuga dos presos. Onze presos fugiram na ação, mas cinco foram recapturados.
Com a destruição da casa, a moradora teve de ser resgatada dos escombros (veja o vídeo no fim do texto). A jovem foi levada ao Hospital de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), em Goiânia, e liberada dias depois.
Taynna Karita, de 20 anos, teve de ser resgatada dos escombros da casa (Foto: Reprodução/ TV Anhanguera) |
Horas após a explosão, três homens foram presos suspeitos de cometer o crime: Lucas Coelho Costa, de 19 anos, João Wellington Lira do Nascimento, de 19, e Higor Lemes da Silva, de 20. O trio disse à PM que os presos que encomendaram o crime pagariam R$ 15 mil a eles. Porém, eles não tinham recebido ainda.
De acordo com a investigação, a Polícia Civil apurou que os presos e os suspeitos pela explosão do presídio criaram um grupo em um aplicativo de celular para planejar a fuga. Toda a negociação durou cerca de três semanas.
Apesar da casa ter ficado completamente destruída, a estrutura do presídio não foi abalada. Assim, os presos permanecem na unidade. Ao todo, 87 presos estavam internos o local. O buraco feito em uma das celas, por onde o grupo fugiu, foi tapado com cimento.
Trio foi preso suspeito de explodir muro de presídio em Guapó a mando de detentos (Foto: Paula Resende/G1) |
O dono da casa em que Taynna morava, o açougueiro Rodrigo Raimundo dos Reis, de 27 anos calcula que teve um prejuízo de R$ 400 mil. Segundo ele, até a fundação do imóvel ficou abalada.
Quando a moradora recebeu alta, Taynna prestou depoimento na Polícia Civil. A jovem relatou que foi agredida e que, quando estava embaixo dos escombros, criminosos tentaram encontrá-la para se certificarem que ela havia morrido.
“Os bandidos queriam matá-la porque ela viu o rosto deles. Ela está sofrendo um trauma psicológico muito grande. Disse que foi ameaçada sob uma arma de fogo, que vasculharam a casa à procura de pessoas e que, por cerca de 10 minutos recebeu coronhadas. Após a explosão, eles queriam ter certeza que ela tinha morrido, mas não a acharam nos escombros ”, contou ao G1 o delegado Carlos Levegger, que a ouviu.
Fonte: G1
Grupo explode fundo de presídio e destrói casa em Guapó
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