28 julho 2017

PRESIDIÁRIOS APLICAM GOLPES POR TELEFONE; SAIBA COMO SE PROTEGER

Uma reportagem da edição de quinta-feira (27) do Jornal Nacional deixou milhões de pessoas indignadas com a covardia e a crueldade de um grupo de golpistas.

De dentro da cadeia, eles extorquiram dinheiro de pessoas que têm parentes internados em UTIs de hospitais.


Edição do dia 28/07/2017
28/07/2017 21h03 - Atualizado em 28/07/2017 21h03



Instrumento de criminosos nas Unidades Prisionais





‘Sempre desconfie e confirme informação com outra pessoa’, diz delegado.
Golpes do falso sequestro, do falso médico e da premiação são frequentes.

Veja como se proteger pra não ser a próxima vítima desse golpe e de outros, aplicados por presidiários com acesso a um telefone celular. Atenção quando a chamada for de um número desconhecido, primeiro passo: numa conversa com um estranho, não se deixe abalar emocionalmente.

Golpista: Eu venho através dessa ligação não para repassar uma boa notícia para vocês familiares.

Vítima: Não! Espera, espera que eu tô chegando aí.

A mulher que não quer se identificar entrou em contato com o Jornal Nacional depois da edição da quinta-feira (27). Nós mostramos que a polícia prendeu uma quadrilha especializada em extorquir dinheiro de famílias que têm parentes internados e em estado grave.

“Eu estava muito emocionada, minha mãe já há dias no hospital. E ela é uma paciente muito grave, ainda é muito grave. Então, naquele momento, foi um momento, assim, muito, muito frágil mesmo meu”, contou ela.

O prejuízo dela foi de R$ 5 mil com a promessa de exames fundamentais para o tratamento da mãe.
Segundo passo: desconfie da conversa.

“Em nenhum momento eu desconfiei porque ele falava muito bem. Não teve nenhum erro que a gente pudesse desconfiar. Como se fosse um médico”.

Terceiro passo: não siga as instruções sem antes confirmar a história.

Golpista: Vá pra agência bancária e, chegando lá, eu repasso a conta, o senhor efetua o pagamento e venha pro hospital pra gente dar início.
























O golpe do hospital acontece geralmente no horário bancário para que as vítimas possam ter acesso a grandes quantias de dinheiro. Em geral, os bandidos ligam de presídios e contam com ajuda de gente do lado de fora.

Este é mais um dos vários golpes que são aplicados por telefone. Um dos mais famosos é o do falso sequestro.

Golpista: Mãe.
Vítima: Oi. O que tá acontecendo?

Golpista: Mãe, eu tô sequestrada, mãe!

Deste golpe, qualquer um pode ser vítima. A tática da quadrilha é ligar de manhã cedo ou à noite,
inclusive de madrugada, quando as pessoas estão mais sonolentas. E, às vezes, no nervosismo, a própria vítima acaba passando informações para os bandidos.

Golpista: O que o senhor é dele?

Vítima: É minha filha. O que que tá acontecendo?

Golpista: É sua filha?

Vítima: Isso.


Preso aplicando golpe com celular do interior da Unidade Prisional

















Quem liga ameaça. Diz que você não pode desligar o telefone. O bandido não quer que você ligue para alguém da sua família.

Golpista: Mãe.

Vítima: Oi.

Golpista: Não fala nada pra ninguém, mãe.

Vítima: Não. Não vou falar, não.

“O meu celular tocou e eu peguei e escutei uma pessoa chorando. Eu na hora disse: o que houve Amanda? O que houve?’ Nisso veio um senhor passando e viu o meu estado e perguntou o que era, e pediu que eu discasse o telefone da minha filha no celular dele. Foi quando a minha filha me atendeu no trabalho. Mas o desespero, o susto que eu tomei, olha, não desejo isso pra ninguém”, diz Ana Luiza Nogueira, que foi vítima do golpe do falso sequestro.

Mas há outras maneiras para você confirmar se o sequestro é verdadeiro.

“Uma orientação básica é a pessoa perguntar uma informação pessoal como se fosse um apelido, um nome de animal de estimação para que a pessoa possa de certa forma se certificar se aquela pessoa que estaria atrás da linha é realmente ou não um familiar.

Mas a gente sempre vai orientar que a pessoa busque imediatamente apoio policial ou de um vizinho que esteja próximo, a pessoa que esteja mais próxima, para equilibrar o ambiente e melhor orientar a pessoa”, disse o delegado Gabriel Ferrando.


Presos com celulares dentro da prisão


























E o golpe do falso prêmio? A quadrilha já chega dando parabéns.
Golpista: Em primeiro lugar, uma ótima tarde. Os meus parabéns por ser cliente...
Vítima: Eu ganhei alguma coisa?

E o prêmio, geralmente, é bom demais pra ser verdade: um carro barato, um empréstimo sem juros.
Golpista: Parabenizando com R$18 mil e um automóvel na promoção recarga premiada, tudo bem?

Vítima: Jura?

“Quando a esmola é muita o santo desconfia. Qualquer vantagem desproporcional, qualquer vantagem absurda, a pessoa deve sempre desconfiar. E geralmente eles exigem um adiantamento. Uma taxa, um pequeno depósito, é aí que eles ganham. Eles faturam das vítimas.

Qualquer tipo de ligação que a pessoa for surpreendida, seja com informações pessoais, até muito exatas, sempre, sempre se certificar com a instituição da qual a pessoa se diz como representante para que a pessoa não seja vítima de um golpe. Então qualquer tipo de ligação, desconfiar”, explica o delegado.

Anote as dicas: afinal você pode não ter a mesma sorte dessa vítima que entrou em desespero, mas conseguiu escapar do golpe.


Celulares apreendidos dentro das prisões















Vítima: A gente não tem condições de pagar por isso, doutor...Agora no momento a gente não tem.

Golpista: E qual o valor que a senhora disponibiliza de imediato?

Vítima: Não sei, R$ 1 mil, não sei.

Golpista: A senhora tem R$ 1 mil?

Vítima: A gente consegue levantar R$ 1 mil. Ai, meu Deus do céu, como dói ouvir isso.

Golpista: Natália. Natália.

Vítima: Oi, pode falar.

Golpista: É mentira, é um golpe, nada disso que eu falei com a senhora é verdade.



Fonte: G1

Jornal Nacional

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