Imagens revelam que detento pagava agentes penitenciários para receber regalias; assista. Segurança Pública afirma que servidores já tiveram contratos vencidos.
Por G1 GO
07/10/2017 20h49
Vídeo mostra detento sendo levado por agentes para visitar família (Foto: Reprodução/TV Globo) |
Imagens obtidas pela TV Anhanguera mostram um preso sendo levado por agentes prisionais para visitar família na Região Metropolitana de Goiânia. Segundo o Ministério Público de Goiás (MP-GO), a Operação Regalia apurou que detentos pagavam por vantagens que variavam entre transferências de presídios até visitas a parentes. Ainda conforme o órgão, agentes penitenciários cobravam até R$ 500 mil por benefícios.
No vídeo, uma van da Agência Prisional é vista estacionando e um detento sai do veículo, sem as algemas, e entra em uma casa. Pouco depois, três agentes penitenciários fardados e armados também entram na residência. Durante a visita, o detento, que havia sido condenado a 36 anos de prisão pelo crime de tráfico de drogas, encontra familiares e até abre uma bebida.
Cerca de 20 minutos depois, um agente recebe algo do preso e divide com os demais. Segundo o MP-GO, seria um maço de dinheiro com a quantia de R$ 6 mil. Por fim, o detento se despede dos parentes e todos retornam ao veículo para ir embora.
A assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária de Goiás (SSPAP) informou, por meio de nota, que os agentes não fazem mais parte do quadro de servidores do órgão. Ainda conforme o texto, a corporação “apoia integralmente ações que visam coibir irregularidades e sempre atua no combate a comportamentos ilícitos de servidores”.
Conforme apurou a TV Anhanguera, os três agentes que aparecem no vídeo e um quarto servidor estão detidos em prisão preventiva.
A Operação Regalia apurou que, nesta situação, os agentes desviaram o caminho após uma consulta do preso a um hospital. Segundo o MP-GO, os benefícios chegam até a transferências entre presídios. O órgão apura todos os casos identificados, como explicou o promotor do Grupo de Repressão ao Crime Organizado, Ramiro Carpenedo.
“O preso tem que ser recolhido na penitenciária para cumprir essa pena. Esses agentes estão fazendo exatamente o contrário, como se fosse um serviço particular de escola de presos, o que é um absurdo”, destacou à TV Anhanguera.
Fonte: G1