22 outubro 2017

QUEM NÃO QUER SE SENTIR CONSTRANGIDO, QUE NÃO VÁ VISITAR PRESOS : Desipe nega que mulheres que visitam detentos de presídio em Aracaju estejam sendo constrangidas durante revista

Procedimento teria motivado rebelião com 97 reféns.




Por G1 SE
21/10/2017 21h11  

 Policiamento foi reforçado dentro e fora do Compajaf, em Aracaju (SE) durante a rebelião.
(Foto: TV Sergipe/Rafael Carvalho)



Familiares dos presos que se rebelaram e fizeram 97 parentes reféns, durante cerca de 19 horas no Complexo Penitenciário Advogado Antônio Jacinto Filho (Compajaf), no Bairro Santa Maria em Aracaju (SE), reclamaram do rigor excessivo durante a revista feminina e dizem que isso motivou a revolta dos presos. A rebelião foi encerrada um pouco antes das 10h, deste sábado (21).

Elas se dizem constrangidas durante as visitas aos presos. “Colocaram uma máquina de raio X e quando passamos por ela dizem que tem alguma mancha no nosso corpo. Estamos passando por exame de toque”, disse a dona de casa Jéssica Oliveira, que tem o marido preso no Compajaf .

A comerciante Sandra Marta, que tem um filho preso no local, acredita que a situação motivou a rebelião dos detentos. “Porque botaram esse scanner que vê tudo que tem dentro da gente e mesmo assim mandam a gente tirar a roupa e fazem exame de toque”, diz.

Segundo o diretor Departamento do Sistema Penitenciário do Estado (Desipe), Agenildo Júnior a acusação das mulheres não corresponde ao proceso realizado na rotina do presídio. “O procedimento está sendo feito com equipamento de scanner corporal e quando verificado um material no corpo a mulher é encaminhada à delegacia. E posteriormente é emitida uma guia para que ela seja conduzida ao IML e seja feito o exame. Nós não fazemos esse exame aqui”, explicou.

A rebelião

Polícia, Samu e Bombeiros deram apoio durante rebelião em presídio de Aracaju
(Foto: Michele Costa, TV Sergipe)



A rebelião no Complexo Penitenciário Advogado Antônio Jacinto Filho (Compajaf), em Aracaju, iniciada por volta das 15h de sexta-feira (20) e foi encerrada na manhã deste sábado (21). 80 presos fizeram 97 parentes reféns e só encerram a rebelião com a presença da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/SE). O Compajaf tem capacidade para 595 presos e atualmente abriga 530 presos.

A Secretaria de Justiça informou que o vice-diretor do presídio foi atingido no rosto por uma pedra. Ele foi socorrido e encaminhado para um hospital da capital sergipana, mas já foi liberado. O caso será investigado pela Polícia Civil.

Na sexta-feira (20), durante um protesto realizado na porta do presídio uma mulher sofreu queimaduras após ficar próxima à barricada de pneus. Ela foi socorrida e encaminhada ao Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), em Aracaju. O Samu informou que a vítima sofreu queimaduras em 35% do corpo.



Fonte: G1