13 dezembro 2017

TEJE PRESO: Juiz preso por extorquir dinheiro de empresário é transferido para presídio em Tremembé/SP

Justiça determinou a transferência nesta segunda-feira (11). Detento chegou por volta de 16h20 em Tremembé.



Por G1 Vale do Paraíba e região
13/12/2017 16h18  Atualizado há 20 minutos


Juiz perdeu cargo após condenação por extorquir dinheiro de empresário (Foto: Reprodução/TV Globo)


O juiz Gersino Donizete do Prado, preso por extorquir dinheiro de um empresário 170 vezes, foi transferido nesta quarta-feira (13) para a P2 de Tremembé, a Penitenciária Doutor José Augusto Salgado, conhecida por abrigar presos de casos de grande repercussão, como Daniel Cravinhos, um dos condenados pela morte dos pais de Suzane Richthofen, e Alexandre Nardoni, condenado a 30 anos de prisão pela morte da filha Isabella.

A Justiça determinou a transferência nesta segunda-feira (11). O detento chegou à unidade por volta de 16h20 desta quarta. Gersino Donizete foi condenado a 8 anos e 4 meses de prisão em regime fechado, mas a pena foi convertida para o regime semi-aberto, em que o preso trabalha durante o dia e dorme no presídio a noite.

No entanto, o juiz, que era integrante da 7ª vara de São Bernardo do Campo, no ABC, está detido desde o início de outubro em regime fechado em uma sala da cavalaria da Polícia Militar, que teve seu uso adaptado para abrigar o preso. Como não é um presídio, o local, em São Paulo, não tem estrutura para o controle de entrada e saída do detento, segundo a Justiça.

Prado apresentou à Justiça uma proposta de trabalho para "ministrar noções gerais de direito" em uma empresa. A Justiça determinou que ele cumpra a pena em uma unidade da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP). O pedido para trabalhar fora da unidade ainda será julgado.
A SAP foi procurada e o G1 aguardava um retorno até a publicação da reportagem.

Extorsão

De acordo com a denúncia da Procuradoria Geral de Justiça, o empresário José Roberto Ferreira Rivielo tinha uma empresa que fabricava peças para carros. Quando o negócio ameaçou quebrar, ele entrou com um pedido de recuperação judicial para não ir à falência. O empresário disse que o juiz aceitou o pedido, mas, em troca, exigiu colaborações que começaram em R$ 1 mil e chegaram a R$ 5 mil por semana. Ele teria recebido do empresário relógios e joias.

Em 2015, o Tribunal de Justiça determinou a aposentadoria compulsória do juiz. Ele seguiu recebendo R$ 52 mil por mês pela aposentadoria, porém perdeu o cargo a partir de 31 de outubro.
A defesa de Gersino não comentou.


Fonte: G1