Ministro afirmou que todo o efetivo do Comando Militar do Leste no Rio, com até 30 mil militares, estará à disposição
POR GERALDA DOCA
16/02/2018 21:40
Sérgio Etchegoyen, Raul Jungmann e Walter Souza Braga Netto explicam intervenção no Rio - Ailton Freitas / Agência O Globo |
BRASÍLIA — O ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse que todo o efetivo do Comando Militar Leste no Rio, entre 25 mil e 30 mil militares, estará à disposição durante o processo de intervenção federal no estado. Além disso, as operações poderão contar com reforço de militares de outros estados, como São Paulo.
Segundo o ministro, ainda não há um número fechado de homens que serão destacados para a missão porque isso dependerá do plano de ação a ser executado, como por exemplo, o cálculo do quantitativo de militares necessários nas ruas.
Jungmann disse que com a intervenção, além de policiamento ostensivo, haverá presença de tanques em algumas ruas, bloqueio de vias e varreduras em presídios. Mas a tendência, destacou, é fazer ações planejadas e "cirúrgicas", com base no serviço de inteligência, comandado pelas Forças Armadas.
— Este é o grande salto — afirmou o ministro, acrescentando que as Forças ficaram assumirão o controle da Secretaria de Segurança Pública, dos presídios, das polícias civil, militar e bombeiros no Estado.
haverá presença de tanques em algumas ruas, bloqueio de vias e varreduras em presídios |
Ele disse que o interventor, general Walter Souza Braga Netto, terá plenos poderes para governar o Estado na área de segurança. Ele poderá admitir e afastar policiais, explicou o ministro, fazer mudanças nos postos estratégicos da estrutura da segurança estadual. Na prática, o controle da segurança sairá das mãos do Estado e passará às Forças Armadas.
Segundo o ministro, a intervenção no Estado já vinha sendo cogitada pelo governo federal há algum tempo. Ele citou a intenção do governo federal em substituir comando da Secretaria de Segurança por um general da reserva.
A decisão foi tomada agora diante da necessidade de mudanças mais profundas na estrutura, o que demandaria também mais poderes do interventor. Neste caso, a chamada GLO (Garantia da Lei e da Ordem), seria limitada.
O ministro disse também que o presidente Michel Temer prometeu liberar todos os recursos financeiros necessários aos trabalhos das Forças Armadas, durante a intervenção. Os montantes também não estão fechados e dependerão do plano.
Ao ser indagado sobre a situação de outros estados que também enfrentam crise na segurança, Jungmann respondeu que o governo não pretende ampliar a intervenção para outros entes da federação.
— Não existe essa possibilidade.
Fonte: O GLOBO
Contraponto :
Decreto de Temer é questionado no STF
POR JULIANA BRAGA
16/02/2018 18:17
Jorge William | Agência O Globo |
Já chegou ao STF a primeira ação judicial questionando o decreto de intervenção no Rio de Janeiro.
O advogado Carlos Alexandre Klomfahs alega que não houve consulta ao Conselhos da República, nem da Defesa Nacional.
Os dois conselhos são órgãos consultivos de assessoramento ao presidente. O da República, por exemplo, é composto, além de Michel Temer, pelos presidentes da Câmara e Senado, de alguns líderes no Congresso e seis cidadãos brasileiros.
A relatora será a ministra Rosa Weber.
Fonte: Coluna Lauro Jardim( O GLOBO)