10 fevereiro 2018

O CAPIM COMENDO A CABRA, CULPA AGORA É DA POLICIA: Corregedoria investiga se policiais pediram R$ 200 mil para soltar a "ex-madame do crime"

Maria Angélica Macedo da Silva afirmou em julgamento, em São Carlos (SP), que sofreu extorsão em DP no dia de sua prisão. Ela foi condenada a 9 meses no semiaberto por tentativa de furto.




Por Fabiana Assis, G1 São Carlos e Araraquara
10/02/2018 10h20  Atualizado há 3 horas


Maria Angélica " ex-madame do crime"  se encontra  na Penitenciária de Pirajuí desde novembro do ano passado
(Foto: SAP/ Divulgação)



A Corregedoria da Polícia Civil abriu inquérito policial e procedimento administrativo para investigar a denúncia de que policiais civis de São Carlos (SP) teriam pedido R$ 200 mil para soltar Maria Angélica Macedo da Silva, conhecida como a “madame do crime”, no dia de sua prisão, em 13 de novembro do ano passado. Se comprovadas as irregularidades, os policiais investigados podem ser demitidos.

Acusada de tentativa de furto, ela foi condenada a 9 meses de prisão no semiaberto no último dia 24 de janeiro. Para a polícia, ela teria comandado pelo menos 15 furtos a residências na cidade.


Maria Angélica Macedo da Silva, a ' madame do crime', foi presa há 3 meses (Foto: Reprodução/ Facebook)






Denúncia durante julgamento

A acusação veio à tona durante o julgamento de Maria Angélica, realizado em São Carlos, em 18 de janeiro.

A audiência estava sob segredo de Justiça, mas, na semana passada, imagens dos depoimentos no Fórum de São Carlos foram vazadas. Os trechos foram exibidos pela RecordTV.

'Madame do crime' pega 9 meses de prisão no semiaberto

Fórum Criminal de São Carlos (Foto: Reprodução/ EPTV)




Em um dos trechos divulgados, ao ser perguntada se conhecia os policiais que depuseram na audiência, Maria Angélica responde que não e depois de uma pausa pede a palavra e diz que eles tentaram extorqui-la.

“Posso dar uma palavra, por favor. Conheci eles no DP, eles queriam R$ 200 mil para me liberar. Conheci lá”, afirmou.


Investigação de extorsão

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP), informou que o inquérito policial e procedimento administrativo vão apurar os fatos. "Se comprovadas as irregularidades, os policiais investigados podem ser demitidos", informou no comunicado.

Membros da 3ª Corregedoria Auxiliar de Ribeirão Preto colheram depoimentos na sexta-feira (9), na Delegacia Seccional de São Carlos. A SSP não divulgou os nomes dos policiais envolvidos.

O G1 tentou, mas não conseguiu contato com o delegado Maurício Dotta, responsável pelo 1º Distrito Policial de São Carlos e pela investigação do caso que levou à prisão de Maria Angélica.

Corregedoria colheu depoimentos na Delegacia Seccional de São Carlos (Foto: Fabiana Assis/G1)




Vazamento será apurado

O Ministério Público pediu uma investigação sobre a autoria do vazamento e a Justiça pediu a lista das pessoas que tiveram acesso ao vídeo desde a audiência.

Como o processo de Maria Angélica corre sob segredo de Justiça, as informações sobre ele são vetadas à imprensa ou quaisquer outros interessados e isso inclui as imagens da audiência.

Só pode ter acesso ao processo a promotoria e os advogados da ré. Neste caso, é preciso fazer um pedido mediante a assinatura de um termo de compromisso.

A advogada de defesa da 'madame do crime', Luzia Helena Sanches, após audiência no Fórum Criminal de
São Carlos (Foto: Reprodução/ EPTV)



A assessoria de imprensa da Corregedoria do Tribunal de Justiça informou que a 3ª Vara Criminal de São Carlos determinou que fosse apurado, preliminarmente, se alguém, além das partes, teve acesso ao processo digital e, consequentemente, ao conteúdo dos vídeos.

Paralelamente, foi determinada remessa do pedido de investigação ao Ministério Público, tendo em vista a alegação de vazamento indevido de informações.

Defesa teme represálias após declaração


Penitenciária Feminina de Pirajui



Em outro trecho divulgado, Maria Angélica diz que convive com mulheres perigosas na penitenciária. Ela permanece presa no presídio de Pirajuí (SP), para onde foi levada em 14 de novembro de 2017, e aguarda transferência para uma unidade de regime semiaberto.

“Para mim foi um espanto chegar no presídio e todo mundo me conhecer, porque expandiu. Eu não tenho um convívio, eu não posso ter banho de sol”, afirmou na audiência.

Os advogados dela entraram com um pedido para a redução da pena e também com um habeas corpus para a sua soltura imediata, uma vez que ela já cumpriu mais de 1/6 da pena e tem direito a regressão, mas o juiz negou o pedido de liminar.

Agora a defesa entrou com um pedido de habeas corpus no Supremo Tribunal de Justiça que ainda não foi julgado.


A advogada Luzia Helena Sanchez tem medo que Maria Angélica sofra represálias pelas declarações feitas na audiência.


Entenda o caso


'Madame do crime' ostentava vida de luxo nas redes sociais em São Carlos (Foto: Reprodução/ Facebook)



A jovem de 25 anos foi presa após uma tentativa de furto a uma residência na Rua Campos Sales, em São Carlos. Segundo o boletim de ocorrência, ela estava em frente a uma casa, dentro de um carro, quando os proprietários do local chegaram e constataram que a casa tinha sido arrombada.

Maria Angélica foi apelidada de 'madame do crime' pelos policiais, que se surpreenderam com o poder aquisitivo e o nível de escolaridade da mulher. As investigações da polícia apontaram que ela comandou pelo menos outros 15 crimes parecidos.

'Fizemos de tudo', desabafa pai da 'madame do crime'

'Madame do crime' mentiu sobre formação superior

A jovem, que estava em São Carlos para visitar os pais em um condomínio de luxo, gostava de ostentar em postagens nas redes sociais. Ela aparecia em várias fotos segurando dinheiro e em casas luxuosas.

De acordo com o delegado Maurício Dotta, ela escolhia as casas a serem assaltadas, alugava carros e chamava outras pessoas para realizar o furto.

Em entrevista ao G1, o pai de Maria Angélica disse que a família fez de tudo para tirar a jovem da criminalidade.

Maria Angélica Macedo da Silva, a 'madame do crime', foi presa suspeita de furtos a casas em São Carlos
 (Foto: Reprodução/ Facebook)







Fonte: G1

Contraponto: Uma criminosa e mentirosa contumaz agora, depois de ser levemente condenada, vem fazer acusações contra os policiais, pais de família que a prenderam em combate a criminalidade cometida contra a sociedade, e periga serem pré julgados por membros desta mesma sociedade. Total inversão de valores que rege nossa sociedade atual, uma vergonha para quem trabalha sério.