Em noite de assembleia sindical, cujo assunto principal era a prestação de contas anual, onde foram de fato aprovadas, apenas dois associados presentes. Reclamar é muito mais fácil.
Leandro Leandro
31/12/2018
Momento da aprovação das contas |
Em uma Assembléia praticamente vazia, onde dois únicos filiado não diretores da entidade estavam presentes, era eu, da cidade de Bauru e mais um filiado de Araraquara, me senti envergonhado. Pois vemos diuturnamente pessoas jogando pedras e desatando palavras de todo calão(substantivo masculino, 1.linguajar rude, grosseiro; geringonça, gíria. "o c. dos malandros") para enxovalhar um trabalho que está sendo feito em silêncio e sem alarde. Mas que tem efetividade.
Ai então me pego a pensar em ir a Assembléia de prestação de contas da Entidade, na tarde de ontem, 30/11/2018, e lá chegando, fora os membros da diretoria, o Contador, o Advogado, um associado de da cidade de Araraquara e com ninguém mais, além destas duas pessoas. Fiquei aturdido, pois imaginava que iria muito mais pessoas para realmente ver como funciona e a quantas andam as finanças do Sindicato, mas para minha surpresa, ninguém além de nós dois.
Este descaso da categoria em relação a uma das principais entidades que representa os servidores penitenciário, mostra claramente que precisamos avançar e muito nas cobranças de nossos direitos e também no uso de nossa cidadania, pois é dever de cada associado ter conhecimento e inclusive questionar o que está sendo feito com as finanças da entidade com o qual ele contribui, mas o que vemos somente muitos e muitos a reclamar.
Fora os diretores, o advogado Dr. Marques e o contador, apenas dois associados, eu Leandro, sentado ao lado do Dr. Marques de bermuda e mais um associado de Araraquara de camisa amarela ao fundo |
E de forma muitas vezes cômica até, pessoas que nem mesmo filiadas a nenhum sindicato ou quer seja, nenhuma entidade representativa, se põem como idealizadores de uma nova ordem sindical, e se colocam na ordem do dia a dar conselhos e idéias funestas e trágicas a respeito dos sindicatos, mas eles mesmos, não tem a grandeza de se filiar e ajudar a categoria. Pois não existe outro meio, sem ser este, a representatividade sindical e política são as duas principais bandeiras de uma categoria, é o que lhe dá autenticidade e identidade, e então desata a falar besteiras e baboseiras sem tamanho a respeito de algo que desconhece.
Mas isso eles também não têm a grandeza de falar, alguns incitam a ideia de invadir e "tomar a força" os sindicatos, como se estivéssemos na idade da pedra ainda, "tomar a força", algo do qual ele não faz parte, não participa, não contribui, e se contribui também não participa, não procura saber os mecanismos de funcionamento, sequer tem o conhecimento básico de sua estrutura, mas ainda assim, ousadamente, cacarejam em "tomar a força".
Ai então eu pergunto, para que "tomar a força" cara pálida? Pois se não têm conhecimento do funcionamento básico, não participam, não contribuem, não têm a mínima vontade de estar ali, pois é muito mais fácil estar por trás de um vídeo e de um teclado e rugir como uma fera, porque diacho querem então "tomar a força"? Para falir? Para nos deixar de vez sem a devida representatividade? E ai, quem irá negociar por nós? Quem irá levar nossas insatisfações e anseios, demandas e necessidades ao patrão?
Contador expões suas conclusões aos presentes |
A única conclusão que eu chego, infelizmente, é que são pessoa frustradas e que não se encontraram ainda na vida, desconhecem seu papel na sociedade a qual estão inseridos, são pessoas deslocadas socialmente, e que pregam o ódio e a violência simplesmente para aplacar suas frustrações diárias, incapazes que são de darem soluções para seus próprios problemas, ai então se vêm e se acham no direito de consertar o mundo, real, concreto, duro e dolorido, à partir do mundo virtual, pois participar de passeatas, de protestos longe de casa, viajar quilômetros e quilômetros, dormir mal, se alimentar mal, viajar em ônibus desconfortáveis, levar gás de pimenta e bala de borracha no corpo, ah....isso é chato, dói, é arriscado....não vale a pena.....
Assim como presenciei em várias destas situações, a presença de mulheres, tidas como o sexo frágil, ali, ao nosso lado em Brasília, bravas e vociferando palavras de ordem, verdadeiras guerreiras, ainda que em pequeno número, contra tudo o que pretendiam aplicar contra os servidores. Em São Paulo também por várias vezes, tanto na Assembléia Legislativa, como também na Paulista, na Sé e no Palácio do Governo.
Companheiros de trabalho já em quase ritmo de se aposentar, muito com tanto tempo de trabalho, como eu, mais de 28 anos somente na função, e até mais, como Dominguinhos e Julio, que agora eu me recordo, Sr. João Offerni já aposentados e outros que agora não me lembro, pessoas com dificuldades de locomoção como o Fernando de Neves Paulista e outros, que fizeram e tiveram a grandeza de comparecer, mas que para isso sacrificaram folgas Sap e Abonadas e também em alguns casos trocando dias, de forma cansativa, tudo para lutar em nome de valorização, respeito e identidade.
Vice presidente Carlos Neves fazendo considerações |
Mas isso não vale a pena, não iremos conseguir absolutamente nada, melhor ficar aqui em casa, no conforto do lar, no computador e acompanhar tudo pela tv, se é que estes caras vão conseguir algo.....E assim continuamos nossa luta, praticamente solitária, dado a o pequeno número de participantes sempre presentes, por este motivo talvez não tenhamos tido até hoje o reconhecimento e as valorizações tão sonhadas, pois fazemos parte de uma Categoria, que não acredita em si própria.
Está e já passou da hora de cada um sair de sua zona de conforto e se preparar para o combate se quiser de fato ter um emprego com direitos e valorizações, pois tempos sombrios se aproximam, falam em privatizações e terceirizações, e quem viver verá, tempos de protestos e de lutas para somente muitas vezes apenas preservar direitos já adquiridos, e sem a possibilidade de avançar um milimetro sequer além disso. Preparem-se e um conselho, participem mais se quiserem dar pitacos e opiniões, pois lá nas assembleias é que de fato as coisas acontecem.
Imagens: Inês Ferreira