Polícia Civil cumpriu nesta quinta 35 mandados de prisão e deteve Gilberto Ferreira, responsável pelas informações dos criminosos. Suspeito também atuava em 'atacadão das drogas' na Cracolândia.
Felipe Resk, O Estado de S.Paulo
29 Novembro 2018 | 19h30
Polícia de SP diz que encontrou lista com todos os membros do PCC no Brasil |
SÃO PAULO - Uma operação da Polícia Civil de São Paulo cumpriu 35 mandados de prisão nesta quinta-feira, 29, contra suspeitos de integrar o Primeiro Comando da Capital (PCC) e comandar o tráfico de drogas na zona leste de São Paulo. Entre os presos, Gilberto Ferreira, o Beto, apontado como “pen drive geral”, seria responsável por guardar o cadastro de todos os membros da facção no Brasil.
Gilberto Ferreira, suposto integrante do PCC com quem foram encontradas listas com todos os membros da facção |
Com o material apreendido, investigadores têm expectativa de mapear hierarquia funcional do PCC no País, incluindo as lideranças de cada Estado. “Não é o Livro Branco do Estado de São Paulo, é o Livro Branco do Brasil, de todos os Estados da federação”, disse o delegado Alberto Pereira Matheus Junior, divisionário do Denarc.
Também será possível saber qual o número exato de membros do PCC até a presente data, de acordo com o delegado. “Até hoje, o que temos é especulação”, afirmou. “Vai ser um trabalho não só para o Denarc, mas para a Polícia Civil inteira.”
Objetivo da operação também era combater o “atacadão do crack” Foto: FELIPE RAU/ESTADÃO |
Cracolândia
Batizada de “Linha Cruzada”, a operação do Denarc teve oito meses de investigação e nasceu da Operação Campos Elísios 1, de maio de 2017, que desmontou a “feira da droga” na região da Cracolândia. Na época, tijolos de crack eram vendidos a céu aberto em barracas loteadas pelo PCC.
Com a mudança do modelo de comércio da droga - que passou a entrar no território em quantidades menores, modalidade chamada de “formiguinha” -, o objetivo da operação também era combater o “atacadão do crack”.
Segundo investigações do Denarc, Beto recebia salário para exercer o “RH” da facção, mas também era autorizado a atuar como traficante. Ele seria um dos responsáveis por abastecer a região da Cracolândia, no centro, desde que a megaoperação de maio 2017 desmontou a “feira da droga”, em que barracas loteadas pelo PCC vendiam tijolos de crack a céu aberto.
Fonte: ESTADÃO