13 abril 2019

SISTEMA É UMA PENEIRA : Pará registra 84 fugitivos em 2019 e prisões já possuem o dobro de detentos da capacidade

Com capacidade para 9 mil, presídios do estado abrigam 18 mil internos.






Por G1 PA — Belém
12/04/2019 19h01  


18 mil detentos estão em presídios que poderiam abrigar apenas 9 mil. — Foto: Reprodução/O Liberal



Dados apresentados nesta sexta-feira (12) revelam um cenário de superlotação e insegurança nos presídios do Pará. Oitenta e quatro pessoas escaparam das prisões em 2019, e atualmente o estado possui o dobro de detentos que a capacidade das carceragens. As informações foram divulgadas durante coletiva de imprensa, pelo Ualame Machado, titular da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup).

O raio-x do Sistema Prisional mostra que, com capacidade para receber 9.970 encarcerados, o Pará possui 18.242 internos, além dos 2.012 pessoas monitoradas por tornozeleiras eletrônicas. Destes, são 7.715 presos provisórios, 10.154 já receberam suas sentenças e há ainda 2.385 que já foram condenados por um crime mas aguardam julgamento por outro.

Os homens são ampla maioria entre os custodiados. Em Belém, eles são 10.062, enquanto elas somam 722 mulheres. Nas demais cidades, há 6.762 presos e 265 detentas.

Ainda de acordo com a Segup, de 1º de janeiro à 1º de abril foram registradas 45 fugas. Duas ocorreram em presídios femininos e 43 em centros de detenção masculinos. Um total de 84 pessoas fugiram nessas ocasiões e menos da metade delas foi recapturada até agora, exatas 37 pessoas.

Apenas no mês de março de 2019, dentro das unidades prisionais foram apreendidas 112 porções de drogas, 106 celulares, 78 litros de bebidas alcoólicas e 89 armas artesanais. Números sobre homicídios dentro dos presídios não foram divulgados.

De acordo com Mauro Matos, diretor-geral Penitenciário da Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará (Susipe), a realização de revistas de rotinas e ações para melhoria de condições de vida dentro dos presídios influenciou em uma redução do número de fugas.

“A Operação Opus nos permitiu intensificar as revistas de forma simultânea em todo o Estado e, com isso, manter a ordem dentro das prisões”, disse.

Mauro Matos falou dos investimentos do governo na geração de novas vagas no sistema prisional para diminuir a superlotação carcerária paraense. De acordo com ele, até julho deste ano mais 1.300 vagas devem ser criadas nas cidades de Abaetetuba, Tucuruí, Redenção e Parauapebas, onde novas unidades estão sendo construídas.





Fonte: G1