Penas somam 400 anos. Grupo tentou enviar nove toneladas de cocaína à Europa entre 2015 e 2017.
Por G1 SP — São Paulo
10/05/2019 17h51
Carros da PF saem para cumprir mandados durante a operaçãos realizadas Foto: Amós Alexandre/GloboNews |
Vinte e seis integrantes de uma quadrilha foram condenados por participar de um esquema de tráfico internacional de drogas em portos brasileiros, principalmente o Porto de Santos, no litoral de São Paulo. Na decisão proferida pela 9ª Vara Criminal Federal de São Paulo, as penas aplicadas somam quase 400 anos.
De acordo com a Procuradoria Geral da República (PGR), os condenados faziam parte de uma organização criminosa com mais de 150 integrantes. A Operação Brabo, deflagrada em setembro de 2017, levou à apreensão de aproximadamente nove toneladas de cocaína que seriam enviadas a terminais europeus de 2015 até aquele ano.
As investigações identificaram a participação direta de líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa que deu suporte logístico e financeiro às atividades do grupo.
Funcionário deixa carros carregados de drogas entrarem no Porto de Santos (SP), segundo informações da PF Foto: Reprodução/Bom Dia Brasil |
As drogas eram adquiridas em países vizinhos, como Bolívia e Colômbia, para distribuição na Europa por meio de portos na Itália, na Rússia, na Bélgica, na Espanha e na Inglaterra. Integrantes da máfia sérvia também estão entre os réus. Pelo menos dois deles faziam parte da cúpula da organização criminosa e participavam das decisões, da compra das drogas e de seu direcionamento.
Segundo as investigações, as ações do grupo seguiam uma extensa divisão de tarefas para viabilizar a movimentação das cargas desde o fornecimento até a recepção na Europa. Boa parte dos envolvidos dedicava-se à logística de embarque da droga, executando tarefas como a cooptação de tripulantes dos navios e a inserção dos carregamentos em contêineres previamente selecionados.
Funcionários dos terminais Deicmar e Santos-Brasil, no Porto de Santos, também foram identificados em atividades vinculadas à organização criminosa, assim como um agente de segurança portuário.
Clique na imagem para ampliar/ Foto: Arte/G1 |
Todos os réus condenados já estão presos e não poderão recorrer em liberdade. Embora a sentença acolha a maioria dos pedidos do Ministério Público Federal (MPF), a Procuradoria recorrerá para que a ordem judicial contemple outras requisições, entre elas a condenação de seis pessoas absolvidas.
Além desta ação, outras três relativas à Operação Brabo tramitam na Justiça. O desmembramento dos casos foi determinado ainda em 2017 devido ao grande número de acusados e às diferentes situações processuais em que se encontravam.
O nome da operação remete a um dos destinos da droga, o porto de Antuérpia (Bélgica). Brabo seria um soldado romano que teria libertado os habitantes da região do rio Escalda, onde se localiza Antuérpia, do jugo de um gigante e jogado sua mão no rio. A lenda deu origem ao nome da cidade.
Fonte: G1