13 julho 2019

TROCOU SEIS POR MEIA DÚZIA : Após massacre de detentos, Umanizzare deixa gestão de presídio no Amazonas

Compaj tem nova empresa gestora. Unidade é a mesma onde 56 presos foram mortos em um massacre há 2 anos. Em maio deste ano, outros 15 foram assassinados.







Por Patrick Marques, G1 AM
13/07/2019 19h11 

Complexo Penitenciário Anisio Jobim (Compaj), em Manaus
Foto: Sesip/AFP



A empresa Umanizzare deixou a administração do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus. Uma empresa de Salvador assumiu a gestão da cadeia, no dia 10, após o Governo do Amazonas dispensar licitação no valor de R$ 32.009.076,00. A unidade é a mesma onde 56 presos foram mortos em um massacre há 2 anos. Em maio deste ano, outros 15 presidiários foram assassinados no local.

De acordo com o Governo do Estado, o contrato é emergencial e a nova empresa, Reviver Administração Prisional Privada Ltda., atuará na cogestão penitenciária do Compaj até a conclusão de licitação que prevê a contratação de empresa de gestão compartilhada. A previsão é que o processo licitatório seja lançado em agosto.

Não há informações sobre a data em que o contrato deve vigorar, mas a nova empresa deve permanecer a gestão do presídio, pelo menos, até janeiro de 2020 - data em que deve ocorrer a assinatura do novos contratos, segundo a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap).

Após briga entre presos, situação é controlada no Compaj, em Manaus   
Marcelo Camargo/Agência Brasil


O contrato de cogestão em que o Governo do Amazonas e a Umanizzare dividiam funções para gerir o Compaj encerrou em 1º de junho deste ano.

Após série de mortes em unidades prisionais em maio, o Governo informou que não renovaria o contrato com a terceirizada responsável pela gestão de outros cinco presídios no estado. Na ocasião, a Umanizzare informou que vai concorrer na nova licitação para se manter na administração das cadeias.


Palco de massacres


O Compaj foi palco de um massacre em janeiro de 2017, considerado até hoje o maior do Amazonas. Na ocasião, 56 pessoas morreram depois de uma rebelião que durou 17 horas. Muitas das vítimas foram esquartejadas e queimadas.

Complexo Penitenciário Anisio Jobim (Compaj) 
Foto: Pedro Braga/Portal do Holanda


A matança começou no Compaj e se espalhou para outros presídios, como a Unidade Prisional do Puraquequara (UPP) e no Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM).

Em outro massacre, em maio de 2019, outros 15 detentos foram mortos na unidade prisional. Outras quatro unidades também registram assassinatos. Os crimes ocorrem em dois dias e, de acordo com autoridades de segurança, uma disputa entre integrantes de uma mesma facção causou a matança.




Fonte: G1