16 setembro 2019

OS AGEPENS SABEM DISSO FAZ TEMPO: Quadrilhas que atuam dentro dos presídios têm apoio de mulheres do lado de fora em MG

Segundo a Polícia Civil de Minas, de 16 sequestros mediante extorsão registrados no primeiro semestre no estado, em 13 haviam mulheres envolvidas.







Por Jornal Nacional
16/09/2019 21h27 

Polícia Civil de MG registra aumento do número de mulheres em sequestros no estado



Números da Polícia Civil de Minas Gerais indicam que cada vez mais as quadrilhas que atuam dentro dos presídios estão tendo o apoio de mulheres. Do lado de fora.

Quem dirige o carro, mostrado no vídeo acima, é uma mulher. Segundo a Polícia Civil de Minas, minutos depois ela participou de uma das 16 extorsões mediante sequestro registradas no primeiro semestre no estado. Em 13, havia mulheres envolvidas.

A ordem para todos os sequestros partiu de celulares usados por presos da penitenciária de segurança máxima, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. De dentro das celas, os presos planejavam os crimes e contavam com mulheres de confiança de fora para executar tudo o que era necessário para o crime dar certo.

Segundo a polícia, as quadrilhas especializadas em sequestros têm usando mais mulheres por acharem que elas não levantam suspeita.

“Algumas que fazem levantamentos das residências das casas dos gerentes das instituições financeiras por exemplo, tem outras que emprestam os seus nomes e seus dados para criarem contas nos bancos e sacarem os dinheiros”, destaca Marco Matos, inspetor da Polícia Civil.

Veja o vídeo da matéria clicando aqui


Em um áudio, que faz parte das investigações, o chefe de uma das gangues chega a dizer que a mulher é perigosa, com passagens pelo artigo 157 do Código Penal, que eles chamam apenas de 57, que é o crime de roubo: “A menina é 57 nata. Ela já anda com a peça dela para você ter ideia! Cinco-sete daquele naipe, gruda dá show em muitos homens, viu”.

De acordo com a polícia, ela serviu de isca para levar fazendeiros interessados em comprar cabeças de gado para uma estrada de terra na zona rural do estado.

“No primeiro mata-burro nós fomos abordados pela quadrilha chegando na janela com armas. Dizendo que nós tínhamos perdido, que era pra gente fazer tudo o que eles mandassem e nos amarraram e amordaçaram e colocaram dentro de um banheiro minúsculo”, conta uma vítima.

Ao rastrear as ligações feitas de dentro da penitenciária, a polícia conseguiu estourar o cativeiro e salvar as três vítimas.

A mulher que aparece nas imagens da câmera de segurança de um bar, no interior de Minas, puxa papo com um dos donos. No dia seguinte, segundo a polícia, ela e outros dois homens renderam o rapaz dentro de casa, depois de se passarem por entregadores. Durante a negociação, feita com um dos parentes, as ameaças eram constantes em chamadas de vídeo.

“Colocava a faca na mão dele em cima das juntas dos dedos dele que ia cortar os dedos todos se eu não pagasse o sequestro e ficava perguntando pra ele o que é que eu tinha, quanto de dinheiro que eu tinha”, relata uma vítima.

O pagamento não chegou a ser feito porque a polícia conseguiu resgatar a vítima, que foi libertada sem nenhum ferimento.

A polícia afirma que prendeu todas as mulheres envolvidas nos crimes citados. O Departamento Penitenciário de Minas Gerais informou que realiza diversas ações para impedir o uso de celulares por presos.






Fonte: Jornal Nacional (G1)