SOMOS A POLÍCIA PENAL

Profissionais invisíveis que garantes a segurança da sociedade.

QUREMOS QUE NOSSOS DIREITOS SEJAM RESPEITADOS

Arriscamos nossas vidas para garantir a segurança de todos.

SOMOS GUERREIROS E INCANSÁVEIS

Lutamos pelos direitos de todos os servidores públicos.

ACREDITAMOS NUM PAIS MENOS DESIGUAL

Não compactuamos com os demsandos dos governos.

QUEREMOS QUE HAJA JUSTIÇA SOCIAL

Somente assim haverá segurança pública real.

20 julho 2019

Servidores Penitenciários, a companheira de trabalho Elvira Cristina da P II de Pirajui necessita de nossa solidariedade

Elvira Cristina trabahou conosco no Ipa de Bauru em meados dos anos 2.000, por poucos anos, mas nós a chamavamos de Cristina e ela foi transferida para a P II de Pirajui a pedido por estar proximo de seus familiares. 







Leandro Leandro
20/07/2019

Asp Elvira Cristina


Nossa companheira de trabalho, a  Agente Penitenciária Elvira Cristina Pires, está internada a quase 4 meses na UTI - Unidade de Terapia Intensiva, com uma doença auto-imune chamada Miastenia Gravis. Essa doença neuromuscular causa fraqueza e fadiga anormalmente rápida dos músculos voluntários. A fraqueza é causada por um defeito na transmissão dos impulsos dos nervos para os músculos.

Elvira Cristina contraiu esta doença já há oito anos e devido aos remédios diários que ela estava tomando a doença estava controlada. Porém, com o organismo debilitado pelo fato de já estar tomando remédios,  veio a ser infectada pelo vírus da dengue e dessa forma, não conseguiu dar continuidade aos seus medicamentos para o controle da Miastenia.

Passados os dias, após ser curada da dengue, ela começou a entrar na crise da doença, onde o seu diafragma não teve força para respirar sozinho. No dia 1.º de abril ela teve uma parada respiratória, teve que ser internada as pressas e entubada. No dia seguinte, ela foi transferida para um hospital a 70 km de seu município, mais precisamente no Hospital Estadual na cidade de Bauru/SP.

A contribuição de qualquer valor pode ser feita por este canal

Após alguns dias de internação, nossa amiga e companheira de trabalho precisou passar por um procedimento de traqueostomia e desde então ela depende da ventilação mecânica que é o bipap, equipamento que trabalha com o sistema de bipressão positivo que consiste em uma pressão de dois níveis nas vias aéreas. O objetivo do dispositivo é fornecer ao paciente pressão e oxigênio, servindo como um suporte respiratório temporário para aqueles indivíduos que têm problemas respiratórios.

Assim, o BiPAP é uma máquina que ajuda o paciente, por isso aplica pressão de ar direcionada para os pulmões, enquanto o indivíduo exala ou expira de uma maneira que mantém os alvéolos abertos.Obviamente, esta máquina é usada em pacientes que não têm a capacidade de respirar corretamente. Portanto, eles precisam de oxigênio no sangue, para que, artificialmente, forneça ao indivíduo uma respiração completa.

Equipamento que irá manter a sobrevivência da companheira de trabalho
Elvira Cristina


O equipamento Bibap os familiares conseguiram e agora a família precisa montar um quarto equipado para ela, porém, faltam algumas coisas que ficam em torno de 6 mil reais. A família não tem condições de arcar com esse valor, pois, devido nossa companheira de trabalho morar em Pirajui e estar internada em Bauru, existem os gastos de locomoção da família para poder visitá-la, mais os gastos que já tiveram devido à sua enfermidade.

A residência na verdade terá que ser totalmente adaptada as necessidades da companheira de trabalho, tais como: Piso emborrachado nos corredores e entrada da casa, rampas nos lugares das escadas, devido ao uso da cadeira de rodas, e o quarto que terá que ser transformado em uma mini UTI residêncial para atender suas necessidades atuais.

Equipamentos de aspiração de traqueostomia, colchão de água par evitar escaras (feridas), um criado mudo de aço inox pois o Bibap esquenta muito e sobre um criado de madeira pode incendiar, multiusos, bancada para higienização e banho, materiais para curativos e dieta, materiais este que não foram fornecidos pelo hospital ou posto de saúde, e os familiares estão pedindo na justiça, mas isso é demorado.

Categoria unida se faz também com solidariedade

Elvira Cristina já trabalhou na casa de Detenção em Campinas, trabalhou no I.P.A - Instituto Penal Agrícola em Bauru, atual CPP III, foi minha companheira de trabalho e conheci seus filhos ainda pequenos, sendo que um deles, a Ana Beatriz nasceu aqui em Bauru, na época que trabalhava conosco, atuamente ela está lotada na Penitenciária II de Pirajuí, na qual estava trabalhando normalmente até o dia que foi acometida da parada respiratória.

Sabemos que os tempos são bicudos e que estamos há muito esquecidos por sucessivos governos, não temos nossas recomposições salariais e muito menos os reconhecimento do administrador, porém temos algo que pode fazer a diferenca, o sentimento de solidariedade para com os nossos.

Vamos tentar nos unir e colaborar, não importa o valor da quantia, mas sabendo que esta pequena ajuda nossa pode vir a trazer uma condiçao melhor de vida e de saúde para esta grande mulher que é a Elvira Cristina Pires, mulher responsável com suas atribuições e sempre disposta também a colaborar com quer que fosse.


As colaborações podem ser feita via Vakinha ou ainda na seguinte conta: 
Banco do Brasil Agência nº 2980-7
Conta nº 70475-x, se a transferência for efetuada pelo celular, trocar o X pelo 0(zero)


Nossa amiga querida é uma grande mulher, um exemplo de servidora e de mãe,  ela necessita de voce, de sua ajuda e de suas orações também.





Fonte Imagens: Arquivo pessoal

HERÓIS INVISÍVEIS : Agentes penitenciários interceptam mula com maconha na Penitenciária de Casa Branca/SP

Os fatos ocorrerram na manhã deste sábado 20/07/2019, durante os horários permitidos as visitações na Penitenciária "Joaquim de Sylos Cintra" de Casa Branca/SP.








Leandro Leandro
20/07/2019
Agentes penitenciários SAP em ação



Agentes penitenciários durante os trabalhos de rotina na fiscalização dos visitantes e de seus pertences, na manhã deste sábado na penitenciária de Casa Branca, conseguriam interceptar uma visitante durante a passagem da mesma pelo equipamento de "Body Scanner".

Invólucro estava introduzido no corpo da visitante


Como as imagens acusavam um volume estranho na cavidade vaginal da visitante, foi encaminhada a mesma a uma sala reservada, onde, na companhia de Agentes Penitenciárias Femininas, foi questionada sobre o volume mostrado nas imagens, sendo que a mesma por vontade própria acabou retirando o invólucro.

Foi então aberto e confirmado ser uma substância análoga a "cannabis sativa"(maconha), substância tóxica de uso proibido em território nacional, e cujo porte configura crime e também de 20 comprimido de cor azul.

Após sua retirada foi aberto e ...

Levada a presença da Autoridade Policial sob escolta de Agentes Penitenciários, após a elaboração do Boletim de Ocorrência e da lavratura do Auto de Flagrante, ficou a disposição do Delegado de Policia.

O detento que iria receber a visitante foi separado cautelarmente em Pavilhão Disciplinar para futuras oitivas sobre sua participação no ato criminoso de introdução de drogas alucinógenas na U.P.

Constatado se tratar de substância análoga a "cannabis sativa"(maconha)



Fonte Imagens: Aplicativo de Wattsapp

Parabéns a Todos os Servidores e a Equipe da Penitenciária de Casa Branca por este excelente trabalho realizado, que mesmo sem o reconhecimento e a falta de respeito do Governo, patrão, continuamos a demonstrar nosso profissionalismo e empenho em todos os trabalhos realizados, seja nas revistas pessoais, revistas por Body Scanner, Raio-X, de Jumbos, também por Sedex e nas muralhas, eles os governantes são passageiros, efetivos e titulares de cargos somos Nós. Não seremos irresponsáveis como ele.

AVENTURA, ADRENALINA E PERIGO : O que move um agente infiltrado da PF? "Quem já prendi e quem vou prender

Ele põe para tocar o samba-enredo "O Amanhã", na voz da cantora Simone, e faz um desabafo para a plateia:









Eduardo Militão
Do UOL, em Brasília
20/07/2019 11h27

Agente da PF dá palestra para juízes, promotores, policiais e agentes penitenciários
 Imagem: Reprodução




"Todo dia em que eu acordo, eu penso em duas coisas. O cara que eu prendi ontem e aquele que eu vou prender hoje. É isso que norteia minha vida há 18 anos. Muitos riem de mim. A minha obsessão, segundo os meus críticos, não me leva a nada mais que à loucura ou à morte precoce. Mas eu acho que eles estão errados".


A frase é o que o basta para uma onda de palmas em pé para o agente da Polícia Federal Nicodemos, o Nico.

Diante de um grupo formado por juízes, promotores, policiais e agentes penitenciários, ele fala em mais uma palestra sobre sua atuação como investigador especializado em infiltração em organizações criminosas.A mais famosa delas foi como infiltrado na quadrilha que fez o assalto do Banco Central em Fortaleza, em 2005.

Ex-professor e ex-cobrador de ônibus que migrou do Nordeste, Nicodemos agora tenta melhorar o salário preparando-se para voltar às salas de aula. Para garantir sua segurança, o UOL preserva seu sobrenome, sua imagem e o estado em que ele reside.

Mais de cem missões por ano


Membro da PF observa terra retirada do túnel pelos ladrões
 no roubo do BC em 2005 Imagem: Jarbas Oliveira/EFE
Nicodemos começa a trabalhar cedo. Muitas vezes vai direto para a rua, principalmente nas missões em que atua como agente infiltrado em alguma quadrilha.

Para os criminosos, é só mais um comparsa. Para a Polícia Federal, é mais um agente dentro de uma delegacia que combate assaltos a bancos, agências de Correios - que guardam altas somas de dinheiro no interior - e lotéricas. A maioria dos casos está associada a tráfico de drogas, uso de explosivos, reféns, tiros e algumas mortes.

O time conta com outros seis policiais, que têm que lidar com uma média de cem casos por ano. A líder da equipe é uma delegada, cujo nome será omitido para não revelar a base de atuação do grupo.

Por escrito, ela repassa as missões aos agentes. Com ou sem a técnica de infiltração, eles executam várias delas para cada caso. Ou seja, são mais de cem missões anuais.

Se o caso merece infiltração, a ação é mais sensível. Autorizada pela Justiça, a técnica coloca o policial dentro das organizações criminosas, simulando ser um dos bandidos para obter informações e repassar à polícia a fim de que a investigação chegue até o líder do bando. Se a identidade falsa for descoberta, o agente pode ser assassinado.

Nicodemos se recusa a dar detalhes de suas técnicas próprias de infiltração. Não revela sequer quantas ações deste tipo faz a cada ano. Adianta apenas o que não faz por questões éticas.

Ele se proíbe de tomar algumas medidas de aproximação da quadrilha. Uma delas é se achegar à família do criminoso a ponto de namorar a filha de um
traficante. Da mesma forma, não atua para que uma filha do chefe da quadrilha se apaixone por ele, contou ao UOL.


São condutas que não são vedadas pela lei mas que são num outro nível pela ética e pela moral que a gente também tem que respeitar" 

Nicodemos, agente da PF especialista em infiltração


Ordens dadas, orientações decoradas


Nem sempre a ação exige disfarces tão complicados e a técnica de infiltrar-se. A delegada repassa missões mais simples para desvendar outros crimes. Com os dizeres em papel memorizados na cabeça, Nicodemos volta a rua e retorna alguns dias depois.

As atividades podem ser uma vigilância ou acompanhamento, seguidas de registros com fotografias e vídeos. Também conversa com informantes e testemunhas, muitas vezes sem dizer que é policial.

Também é preciso fazer pesquisas em bancos de dados, checar números de identidade, fotografias de suspeitos, consultar placas de veículos, levantar dados na internet ou em sites de notícias. Tudo isso para conseguir o máximo de informação para facilitar a descoberta de quem está praticando um crime ou se prepara para cometer outro. "A gente está quase sempre na rua", resume Nicodemos.

E, com frequência, outros crimes e outros criminosos são descobertos, alguns sem relação alguma com a apuração original pedida pela chefia. "É dinâmico", explica Nicodemos. "A investigação anda mais rápido que o inquérito."

Mas tudo tem que ser repassado à chefia. Nicodemos volta para a delegacia e escreve os relatórios com os resultados de todas as missões pedidas pela delegada. E ainda escreve os dados dos possíveis outros crimes que acabou descobrindo em suas andanças. O relatório anexa fotografias, vídeos, links da internet, extratos e tudo o mais que for preciso para ajudar a esclarecer o crime.

Após cinco anos e seis nomes falsos, foragido é preso


Homem é apontando como assaltante que utilizava
 vários nomes diferentes Imagem: Reprodução
O último desafio do agente Nicodemos foi prender um assaltante de bancos e agências dos Correios - onde funciona o banco postal - que estava foragido há pelo menos cincos anos. Já haviam sido localizados seis nomes que ele usou para fazer roubos e praticar outros crimes. Mas não adiantava procurar por Antonio da Silva Dantas. Esse também era um nome falso.

"É um lobo solitário", narrou Nicodemos, ao citar que, na maioria dos assaltos, ele atua praticamente sozinho. Já havia feito assaltos em Pernambuco e no Piauí. Numa ação, levou R$ 200 mil, muita coisa para o padrão de pequenas cidades.

Durante cinco anos, Nicodemos e seus colegas procuraram provas e pistas sobre o paradeiro do assaltante misterioso. Nunca achavam. Quando encontraram uma prisão dele seguida de soltura ficaram chocados - "tapa na cara do Estado".

Depois de muito procurar e trocar informações com outros colegas, foi a PM de Pernambuco que acabou topando com o foragido.

Em junho passado, "Dantas" foi preso. O nome verdadeiro seria Antônio Cândido dos Santos. Foi detido em Pernambuco pela Polícia Militar do estado numa ação de rotina. Ele foi encaminhado à Polícia Federal em Salgueiro (PE) para apuração dos demais assaltos dos quais é suspeito. Há um pedido da PF para que seja encaminhado a um presídio federal. O UOL não localizou a defesa de Antônio Cândido.

"Na policia não basta prender"




"Na polícia, não basta prender"


Nicodemos diz que sempre "reencontra" criminosos que conheceu investigando o assalto à agência do Banco Central em Fortaleza. Em 2005, bandidos cavaram um túnel na cidade, por onde furtaram R$ 164 milhões. Os líderes do bando foram presos.

Nico diz que, apesar de não trazerem tanta fama, as investigações que mais satisfizeram o agente foram as apurações sobre homicídios. Uma delas foi a chacina de Unaí (MG), quando um motorista e três fiscais do trabalho que faziam inspeção em fazendas foram assassinados no entorno de Brasília. A equipe em que Nicodemos trabalhou fez contato com as famílias das vítimas.

"Essa é uma das razões pelas quais entrei na polícia", avalia . "A gente tem a oportunidade de identificar crimes. A investigação bem feita do policial é uma forma também de fazer justiça aos mais simples, combater covardias. Em Unaí, o que está por trás da morte de fiscais... Uma situação de extrema covardia. Participar da prisão dessas pessoas é também passar uma mensagem para a sociedade. Na polícia, não basta prender. Tem que passar uma mensagem, uma mensagem positiva."

O Estado tem múltiplas funções e a ressocialização é uma delas."



"Não resolvemos todos os problemas de segurança com algemas"


O presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, professor Renato Sérgio de Lima, contestou algumas avaliações de Nicodemos sobre a necessidade encarcerar mais. Sem ser informado do nome do agente, disse que isso é uma atitude típica dos policiais. "É natural este tipo de reação", afirmou ao UOL. "O dia a dia do trabalho policial vai endurecendo o profissional e, exatamente por isso, temos que separar polícia de administração prisional. O Estado tem múltiplas funções e a ressocialização é uma delas."

O professor afirma que prender não é a única função dos agentes. "É uma delas. Polícia tem várias funções. Mas no Brasil virou sinônimo. Prevenção também é função policial."

Nicodemos diz que, na palestra, falou a frase de efeito sobre fazer prisões para uma plateia com muitos agentes penitenciários. "A gente investiga fatos. O que me lembra das pessoas que eu prendi e das que eu vou prender é em cima de fatos que elas praticaram e que continuam praticando."

Para ele, o trabalho do policial tem "uma função educativa e pedagógica muito grande". "Não vamos resolver todos os problemas da segurança pública com algemas."

Nicodemos passou a infância no interior profundo de um estado do Nordeste



Do interior nordestino para aulas sobre Machado de Assis


Nicodemos passou a infância no interior profundo de um estado do Nordeste. O pai e a mãe são lavradores, e criaram sete filhos. Para tentar melhorar a vida, ele mudou-se para Brasília em 1993. Foi camelô nas feiras em Planaltina, cidade do Distrito Federal. Também trabalhou em lojas e no McDonald's.

Depois passou a rodar pelo Plano Piloto como cobrador de ônibus. Conseguiu entrar no vestibular da Universidade de Brasília. Formou-se em letras e arranjou um emprego como professor de literatura do Colégio Objetivo e de cursinhos. Ensinou Machado de Assis e outros autores clássicos por três anos. Ainda tentou ser policial militar em Brasília em 1997.

Em 2001, passou no concurso da PF e foi enviado para o Norte e Nordeste do país. Além de letras, estudou direito e agora faz mestrado.

Valorizações dos profissionais servidores é importante fator de fortalecimento das
 Instituições da Segurança Pública



"Não consigo viver só de sonho"


Na PF, os agentes recebem cerca de R$ 12 mil brutos por mês, segundo o Sindicato dos Policiais Federais no DF. Quem tem mais de 13 anos de profissão, como Nicodemos, recebe o teto: R$ 18 mil mensais.

Ele entende que a carreira está desvalorizada e que recebe metade do que deveria por causa da complexidade e risco da atividade. Por isso, faz novos concursos que podem tirá-lo da polícia. Fez provas para promotor de Justiça e delegado em estados do Centro-Oeste e do Nordeste. Delegados e peritos da PF, por exemplo, ganham R$ 23 mil mensais. Em 2017, Nicodemos tentou obter um aumento salarial retroativo que havia sido concedido aos delegados, mas a Justiça negou.

"Não consigo viver só de sonho", explica Nico, pai de dois filhos. "Sou demandado pela minha família também. Tanto é que atualmente me preparo para um mestrado para, em paralelo à atividade policial, encontrar tempo para dar aula em alguma faculdade."





Fonte: UOL

A OPÇÃO DELES FOI INVESTIR EM POLÍTICA: Superlotadas, prisões no Brasil gastam R$ 15,8 bilhões ao ano, diz TCU

O Brasil gastou R$ 15,8 bilhões para custear os sistemas prisionais em 2017 e precisaria investir mais R$ 5,4 bilhões por ano até 2037 para dar mais estrutura e acabar com déficit de vagas nas cadeias.







Carlos Madeiro
Colaboração para o UOL, em Maceió



Prisões superlotadas - Imagem: iStock





Os dados estão em uma auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União), que gerou uma decisão com uma série de críticas e recomendações ao Ministério da Justiça e estados. A auditoria do tribunal teve como ponto de partida a investigação dos repasses do Funpen (Fundo Penitenciário Nacional).

Segundo dados divulgados na sexta-feira (12) pelo Ministério da Justiça, o país tinha 726 mil presos em junho de 2017 --706.619 detidos em sistemas penitenciários e o restante detidos provisoriamente em delegacias. Não há dados mais recentes.

O levantamento do TCU aponta que um preso no país custa, em média, R$ 23 mil por ano. Para efeito de comparação, em 2017, o Ministério da Educação definiu para o Fundeb (Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica) o custo anual mínimo por aluno de R$ 2.875,03.

Para o TCU, o país precisaria investir R$ 97 bilhões em 18 anos seguidos para"extinguir o déficit de vagas prisionais, reformar unidades prisionais precárias e viabilizar seu pleno funcionamento".

O levantamento do TCU afirma que, de 2000 a 2016, o déficit prisional saltou de 39 mil para 322 mil --crescimento de 720%.

Nesse cenário, diz o texto, "a União assumiria o financiamento integral de investimentos na infraestrutura e uma parcela do custeio, resultando na monta de R$ 49 bilhões em 18 anos (ou R$ 2,7 bilhões anuais). Nesse quadro, as unidades da federação arcariam com o restante do custeio do sistema, que totalizaria, ao longo do período de 18 anos, o valor de R$ 48,84 bilhões, ou o valor anual médio de R$ 2,7 bilhões", afirma.

Os dados do TCU também mostram que o Brasil deixou de investir muitos recursos previstos em novas vagas nos últimos anos e não há previsão de número significativo de novas vagas em cadeias. "Mesmo com o maior envolvimento do governo federal no setor, a criação de vagas provável até 31 de de dezembro de 2019 é de 2.854 nas UFs fiscalizadas [12 ao todo]. O quantitativo é insuficiente para sequer fazer frente ao possível incremento da população prisional no período de 2016 a 2018", aponta o estudo.

Repasses insuficientes


Segundo o TCU, os recursos do Funpen podem ser repassados aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios por meio de convênios, de acordos ou na forma de transferências obrigatórias. Os valores obrigatórios, diz o tribunal, foram feitos em três repasses, totalizando R$ 1,8 bilhão --sendo 70% desse valor repassado apenas no ano de 2016.

"Os repasses obrigatórios do Funpen a partir de 2020, projetados em R$ 17,94 milhões anuais, não serão suficientes para fazer frente às necessidades do sistema penitenciário nacional", diz o TCU.

Além de pouco, os valores destinados aos estados não foram utilizados em sua grande maioria. "Com relação à execução financeira, houve repasse de R$ 383,3 milhões para criação de vagas em 26 de dezembro de 2016 às 12 unidades da federação fiscalizadas. Desse valor, foram executados R$ 27,6 milhões (7,2% do total repassado em 2016) até setembro de 2018", diz.

41,5% da população carcerária brasileira ainda não foi julgada 
Foto: CNJ


Superencarceramento


Especialistas consultados pelo UOL apontam que os gastos elevados com presídios são fruto de uma política de superencarceramento que o Brasil adotou neste século. "'A gente vem com uma política de encarceramento desde o final da década de 1990. Nenhum país da América Latina ou do mundo cresce tanto [a população carcerária] como no Brasil", afirma Juliana Melo, professora da UnB (Universidade de Brasília) e pesquisadora do tema.

Segundo o próprio Depen (Departamento Penitenciário Nacional), desde o ano 2000, o Brasil teve, em média, uma taxa anual de crescimento de sua população prisional de 7,14%. Já a taxa de aprisionamento aumentou mais de 150%. Em junho de 2017, o Brasil registrou 349 pessoas presas para cada 100 mil habitantes.

"É possível observar que a maior parte dos custodiados é composta por jovens, pretos, pardos e com baixa escolaridade. O crime de roubo e de tráfico de drogas foram os responsáveis pela maior parte das prisões", relata o estudo Infopen, divulgado na sexta-feira.

O Brasil possui hoje 1.507 unidades ativas, com um total de 423.242 vagas no sistema, disponibilizadas para uma população carcerária de mais de 726 mil pessoas. Hoje, diz o Infopen, "todos os estados da federação possuem déficit de vagas em seus respectivos sistemas prisionais".

O UOL fez pedidos à assessoria de imprensa do Ministério da Justiça, nos dias 10, 12 e 15 de julho, para que comentasse a auditoria e o acórdão do TCU, mas não obteve resposta.




Fonte: UOL

DESCONTROLE : Em que resultaria a aliança entre PCC e a maior organização criminosa do mundo?

Para especialistas, a movimentação "não é de agora", e pode ser observada há décadas.









SPUTNIK
ANÁLISE
20.07.2019 - 05:12



Primeiro Comando da Capital (PCC) é a maior facção criminosa do Brasil e faz do tráfico de drogas a sua principal moeda
© AP PHOTO / JONNE RORIZ / AGÊNCIA ESTADO



Nesta semana, a imprensa informou que o PCC – Primeiro Comando da Capital, maior facção criminosa do Brasil, e a 'Ndrangheta, considerada a maior organização criminosa do mundo, estão formando uma aliança no Brasil para o tráfico de drogas.

Hoje, a 'Ndrangheta movimenta cerca de 43 bilhões de euros por ano com tráfico ilegal de drogas e também através de empresas de construção, restaurantes e supermercados.


Quais são, para a população pacífica, os impactos dessa aliança entre PCC e 'Ndrangheta? Quais são os interesses da máfia italiana no Brasil?

Aliança no Brasil para tráfico de drogas- © AP Photo / Arnulfo Franco

Sputnik Brasil conversou sobre o tema com o cientista político, estudioso do PCC e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Guaracy Mingardi. Para ele as notícias estão longe de ser uma surpresa.

O estudioso explicou que o Brasil sempre abasteceu o mercado de cocaína da Europa. E a estrutura da PCC já vem sendo utilizada há alguns anos em parceria com a máfia da calábria.

"A aproximação com o grupo da Calábria não é de agora. Há alguns anos eles são destinatários da cocaína enviada para a Europa pelo PCC. Normalmente pelo porto de Santos", disse Mingardi.


'Capital dos Piratas': Coari vira base do PCC na Amazônia na luta pelas rotas do tráfico (EXCLUSIVO) https://sptnkne.ws/jCh6

"Não é necessáriamente algo da organização, às vezes um líder do PCC que está colocando cocaína lá. Eles compram na Bolívia, via de regra vem pela fronteira seca do Paraguai, depois levam até o porto de Santos, entregam para alguém colocar dentro do navio e a organização criminosa italiana tira lá", acrescentou.

Ou seja, segundo o especialista, o interesse do PCC na "exportação" não é novo, mas é fruto de uma realidade que foi se intensificando durante anos de atividade. Inclusive, segundo Mingardi, alguns quadros do PCC preferiram se dedicar somente ao "comércio exterior", promovendo assim uma renovação nas lideranças regionais do Comando.


O coronel da Polícia Militar de São Paulo e secretário nacional de Segurança Pública do governo Fernando Henrique Cardoso, José Vicente da Silva, concorda com Mingardi.
EXCLUSIVO: Narcosul, o cartel do PCC que cresce na Amazônia e pode ser o 1° transnacional do mundo https://sptnkne.ws/j9hD

Segundo o militar, já se sabe há mais de 20 anos que "o Brasil reexporta praticamente 50% da cocaína que vem dos países vizinhos".


O território brasileiro, em função da sua extensão e facilidade geográfica, é rota de todos os produtores da droga no continente.

"Os grupos criminosos, como a máfia italiana, máfias russas e outros grupos criminosos entraram nesse festival de drogas", destacou Vicente da Silva.

PF apreende 70 toneladas de cocaína em 2018 e bate recorde anual
Policia Federal-Divulgação



A movimentação de drogas pelo país é intensa, pois as fronteiras e as estradas no Brasil não são bem vigiadas, alertou o coronel. Por outro lado, o crime organizado brasileiro não tem condições de operar da fronteira para fora e se associa com grupos estrangeiros que também buscam contato.

"Os nossos criminosos aqui, o nosso crime organizado, não tem capacidade de fazer toda essa movimentação comercial internacional. Quando muito, coloca alguns agentes para arrumar facilidades de compra nesses países menos estruturados", explicou.

"Quando chega em âmbito internacional, existe um grau de sofistificação tal, que essas máfias tradicionais da Europa tem muito mais condição de fazer o trabalho logístico e comercial das drogas", ponderou o especialista.

Ou seja, "isso acontece há décadas", acrescentou.

José  Luís Carlos de Valois defende a descriminalização das drogas como arma contra o tráfico no Brasil
Foto reprodução: Facebook


Quanto à segurança para a população, o ex-secretário nacional acredita não haver motivo para pânico.

"Isso não afeta quase nada no dia a dia das nossas cidades. Porque é uma movimentação sofisticada de criminosos que movimentam cargas sofisticadas, containers, uma movimentação financeira, que não impacta a segurança do dia a dia do cidadão".

O problema mesmo seria a droga que fica no país durante o percurso até os portos, que, segundo ele, é quase a metade de tudo que passa pelo país.





Fonte: SPUTNIKNEWS

O CAOS, 24ª CIDADE: 812 mil presos: apenas 23 municípios têm população maior que as prisões brasileiras

De acordo com CNJ, 41,5% da população carcerária do país, ou 337 mil pessoas, ainda aguardam julgamento.








Igor Carvalho
Edição: Pedro Ribeiro Nogueira
Brasil de Fato | São Paulo (SP)

41,5% da população carcerária brasileira ainda não foi julgada
Foto: CNJ



Há duas semanas, o Brasil chegou a impressionante marca de 812.564 pessoas presas, de acordo com o Banco de Monitoramento de Prisões do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Se fosse um município, o sistema penitenciário brasileiro teria a 24ª população do país, logo atrás de Nova Iguaçu (RJ), que tem 818.875 habitantes e à frente da capital da Paraíba, João Pessoa, que acumula 800.323 munícipes, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Desse total de presos, 337 mil, ou 41,5% da população carcerária, são provisórios, ou seja, aguardam julgamento. O índice pode ser ainda maior por dois motivos: o banco de dados do CNJ é alimentado diariamente pelos estados. Porém, São Paulo e Rio Grande do Sul ainda não enviaram os números de todos os seus municípios. Outro componente que deve fazer esse número subir é que há 366,5 mil mandados de prisão pendentes no Brasil.

O último levantamento elaborado pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen), do Ministério da Justiça, em 2016, apontava que a população carcerária brasileira era de 726 mil pessoas. Em apenas dois anos, são quase cem mil presos a mais.

Os números garantem ao Brasil uma posição nada confortável no ranking de países com maiores populações carcerárias atrás somente dos EUA, com 2,1 milhões de presos, e da China, que mantém 1,6 milhão de pessoas encarceradas.




Fonte: Brasil de Fato

18 julho 2019

Alcatraz das Rochosas, como é a rotina na prisão mais segura dos EUA, lar de terroristas e espiões, que deve abrigar o traficante El Chapo

Narcotraficante mexicano, que já escapou de duas prisões de segurança máxima no passado, foi sentenciado nesta quarta-feira,17/07/19  à prisão perpétua mais 30 anos.








Alessandra Corrêa
De Winston-Salem (EUA) para a BBC News Brasil
18/07/2019 17h42 


A penitenciária federal de segurança máxima foi projetada para abrigar os presos 'mais violentos' e que
representam maior risco de fuga — Foto: Tracy Harmon/The Pueblo Chieftain via AP




Apelidada de "Alcatraz das Montanhas Rochosas", em referência ao mítico presídio da Califórnia, a penitenciária onde o traficante mexicano Joaquín Archivaldo Guzmán Loera, o "El Chapo", deve cumprir sua pena de prisão perpétua é a mais segura dos Estados Unidos e lar de alguns dos mais notórios criminosos do país, como Ted Kaczynski (o Unabomber), Terry Nichols (responsável pelo atentado de Oklahoma, em 1995) e Dzhokhar Tsarnaev (autor do atentado na Maratona de Boston, em 2013).

Aberta em 1994 em uma região remota nas montanhas do Estado do Colorado, a Supermax, também chamada de ADX Florence, é uma penitenciária federal de segurança máxima projetada para abrigar os presos "mais violentos" e que representam maior risco de fuga, segundo o Federal Bureau of Prisons (BOP), agência do Departamento de Justiça responsável pelo sistema federal de prisões.

A ADX Florence tem capacidade para 490 presos do sexo masculino e é parte do Complexo Penitenciário Federal de Florence, que inclui outras duas prisões. Quase todos os 376 detentos atualmente alojados na penitenciária, vários deles cumprindo múltiplas sentenças de prisão perpétua, passam 23 horas por dia isolados em celas individuais, com pouquíssimo contato humano.

A penitenciária federal de segurança máxima foi projetada para abrigar os presos 'mais violentos' e que
 representam maior risco de fuga/FEDERAL BUREAU OR PRISONS



El Chapo foi sentenciado nesta quarta-feira (17) à prisão perpétua mais 30 anos adicionais, depois de ter sido condenado em fevereiro por todas as dez acusações criminais contra ele, entre elas a de liderar uma organização criminosa e distribuir toneladas de cocaína, heroína e outras drogas. Durante os três meses de julgamento, os jurados ouviram relatos de testemunhas sobre assassinatos cometidos ou ordenados pelo líder do cartel de Sinaloa.

O BOP, que é a agência responsável por determinar onde o condenado deverá cumprir a pena, ainda não confirmou o destino final de El Chapo, mas analistas apostam que ele deverá cumprir sua pena na ADX Florence.

O narcotraficante bilionário já escapou de duas prisões de segurança máxima no México. Em 2001, teve ajuda de guardas e deixou a prisão escondido em um cesto de roupas sujas. Recapturado em 2014, fugiu de novo em 2015, desta vez por um túnel cavado em sua cela. Mas especialistas dizem que é impossível escapar da ADX Florence.

Até ser fechada, em 1963, a Alcatraz original abrigou criminosos famosos, como o gangster Al Capone




"É a prisão mais segura do planeta. Foi projetada especificamente para alojar os criminosos mais perigosos do mundo", diz à BBC News Brasil o advogado de defesa criminal e ex-promotor federal Duncan Levin.

Segundo Levin, a ADX Florence foi projetada especificamente para evitar fugas e também para impedir os detentos de ferir os guardas ou uns aos outros. O objetivo é que tenham o mínimo possível de interação humana.

"É um dos lugares mais desoladores da Terra. É desprovido de qualquer sinal externo de vida", ressalta Levin. "Todas as prisões são deprimentes. Mas esta é despida de humanidade."

Até ser fechada, em 1963, a Alcatraz original abrigou criminosos famosos, como o gangster Al Capone
Foto: Justin Sullivan/Getty Images/AFP



Isolamento completo


Os detentos ficam em celas individuais de cerca de 7m², equipadas com cama, mesa e banco, todos feitos de concreto, além de um móvel que é combinação de pia e vaso sanitário e de um chuveiro de acionamento automático (no qual é preciso apertar um botão para que a água corra, por apenas alguns segundos de cada vez). As camas de concreto são cobertas por um fino colchão e têm dispositivos para imobilizar os presos, se necessário.

As celas têm grossas paredes de concreto e portas sólidas de metal, com um pequeno espaço que é aberto para a passagem de comida ou medicamentos, além de uma segunda porta interna. Como estão localizadas em apenas um lado do corredor, mesmo nos poucos momentos em que a porta é aberta os presos não conseguem ver uns aos outros.

 A ADX Florence tem capacidade para 490 presos do sexo masculino
Foto: Chris McLean/The Pueblo Chieftain via AP



Cada cela tem uma janela vertical, de apenas 10 cm de largura, cujo ângulo permite aos presos ver apenas um pedaço de céu, e nada mais. Algumas celas têm rádio ou TV, com programação educacional, religiosa e filmes selecionados pela administração, transmitidos em circuito fechado.

Segundo a advogada Deborah Golden, da organização de defesa dos direitos de prisioneiros Human Rights Defense Center, que visitou a ADX Florence diversas vezes, a principal diferença entre a penitenciária e outras prisões de segurança máxima é que lá os detentos são deixados na cela o tempo inteiro, completamente isolados.

"Em uma prisão normal de segurança máxima, apesar de ser um ambiente controlado, as pessoas podem sair da cela, caminhar, participar de atividades. Mas a Supermax é muito diferente de outras prisões de segurança máxima. Há pouquíssima interação humana", diz Golden à BBC News Brasil.

O traficante escapou de duas prisões de segurança máxima no México - uma das vezes,
por um túnel cavado em sua cela — Foto: AP Photo/Marco Ugarte



Sem contato humano


As refeições são entregues pela abertura da porta externa da cela. As limitadas interações com guardas, psiquiatras e outros funcionários também ocorrem dentro da cela. Os presos podem sair de sua cela apenas para tratamento médico que não possa ser administrado no local, visitação e recreação.

O tempo de recreação é limitado a uma ou duas horas diárias, e somente em dias de semana. Em alguns dias, os detentos são levados sozinhos a um ginásio sem janelas, dentro da prisão. Em outros, cada preso é escoltado por no mínimo três guardas a uma área com paredes de concreto e abertura - protegida por grades - no teto, onde é colocado em uma espécie de jaula individual.

El Chapo é acusado de liderar uma organização criminosa e distribuir toneladas de cocaína, heroína e outras drogas
Foto: Eduardo Verdugo/AP


No máximo cinco detentos, um em cada jaula, ficam nesse espaço externo ao mesmo tempo. Eles podem ver e conversar uns com os outros, mas o único contato físico possível é tocar a ponta dos dedos. Para aqueles considerados mais perigosos, ou que cometeram alguma infração, a recreação é em outra área, composta de pequenos espaços de concreto, com vista para o céu, mas totalmente isolados.

Não há nenhum contato físico com os visitantes, que ficam separados por uma grossa camada de vidro e conversam por meio de um telefone. Os presos não têm acesso a email e podem fazer no máximo três ligações telefônicas de 15 minutos por mês.

"Tudo na ADX Florence, desde a estrutura física, a maneira como as celas são projetadas e todo o resto, tem o objetivo de minimizar o contato humano. Basicamente, é projetada para destruir as pessoas mentalmente", diz à BBC News Brasil o diretor-executivo do Human Rights Defense Center, Paul Wright.

Presos famosos


Assim como a Alcatraz original, que até ser fechada, em 1963, abrigou criminosos famosos, como o gangster Al Capone, a ADX Florence é lar de alguns dos mais notórios prisioneiros dos Estados Unidos. Terroristas domésticos e internacionais, membros de gangues e espiões estão presos lá.

Ted Kaczynski, o ex-professor de matemática conhecido como Unabomber, autor de uma série de ataques a bomba que deixaram três mortos e mais de 20 feridos entre 1978 e 1995, cumpre oito penas consecutivas de prisão perpétua. Terry Nichols, condenado por seu papel no atentado de Oklahoma, que matou 168 pessoas em 1995, cumpre 161 penas de prisão perpétua consecutivas.

El Chapo é acusado de liderar uma organização criminosa e distribuir toneladas de cocaína, heroína e outras drogas
GETTY IMAGES


Outros detentos famosos que cumprem prisão perpétua são Zacarias Moussaoui, membro da al-Qaeda que participou do planejamento dos atentados de 11 de setembro de 2001, Ramzi Yousef, responsável pelo atentado ao World Trade Center em 1993, e Eric Rudolph, autor de vários ataques a bomba, entre eles o do Parque Olímpico de Atlanta, durante os jogos de 1996.

Dzhokhar Tsarnaev, responsável pelo atentado a bomba na Maratona de Boston em 2013, aguarda execução. O ex-agente do FBI Robert Hanssen, acusado de atuar como espião para os russos entre 1979 e 2001, cumpre 15 penas consecutivas de prisão perpétua.

Também cumprem prisão perpétua na ADX Florence o "homem do sapato bomba", Richard Reid, que em 2001 tentou explodir um avião da American Airlines com uma bomba escondida no calçado, e o "homem-bomba da cueca", Umar Farouk Abdulmutallab, que tentou explodir um avião com uma bomba escondida na roupa íntima.

Zacarias Moussaoui, membro da al-Qaeda que participou do planejamento dos atentados de 11 de setembro de 2001
Image copyright 2018 Getty Images.


Problemas mentais


Mas apesar da longa lista de prisioneiros famosos, muitos dos detentos não foram sentenciados diretamente à ADX Florence por causa da gravidade dos crimes que cometeram.

Em relatório de 2018, o District of Columbia Corrections Information Council (CIC), órgão independente de fiscalização de condições de confinamento, disse que 90% dos detentos na época haviam sido transferidos para lá após problemas disciplinares em outras penitenciárias, como tentativas de fuga ou ataques contra guardas e outros presos.

Vários desses detentos sofrem de doenças mentais e, segundo críticos, o isolamento agrava esses problemas. "Depois de cerca de duas semanas em regime de isolamento, o cérebro humano muda, e fica muito difícil interagir com outras pessoas", afirma Deborah Golden, do Human Rights Defense Center.

Dzhokhar Tsarnaev, responsável pelo atentado a bomba na Maratona de Boston em 2013,
aguarda execução/Reprodução:Today Show




Duncan Levin salienta que, em outras prisões federais, há situações em que os detentos são colocados na solitária, para serem isolados do resto da população ou para sua própria segurança.

"Na ADX Florence, todos estão no equivalente à solitária. A penitenciária inteira é uma solitária", ressalta.

"É um dos lugares mais sombrios do mundo. Um lugar para onde você espera nunca precisar ir, nem mesmo como visitante."






Fonte: BBC/NEWS BRASIL

17 julho 2019

PRIVATIZAR SERÁ O CAOS, SAIDA É APROVAÇÃO DA POLICIA PENAL: CNJ registra pelo menos 812 mil presos no país; 41,5% não têm condenação

Marca dos 800 mil foi ultrapassada há duas semanas. Cálculo inclui presos nos regimes fechado, semiaberto e os que cumprem pena em abrigos.







Por Luiz Felipe Barbiéri, G1 — Brasília
17/07/2019 18h55 


Cela superlotada na Casa de Prisão Provisória de Paraíso do Tocantins
Foto: Defensoria/Divulgação



O Brasil tinha nesta quarta-feira (17) pelo menos 812.564 presos, segundo o Banco de Monitoramento de Prisões, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

O número é próximo ao da população de uma cidade como Nova Iguaçu (RJ) – 818.875 habitantes, segundo estimativa do Instituto Geográfico Brasileiro de Estatística (IBGE).

Os dados mostram que, do total da população carcerária, 41,5% (337.126) são presos provisórios – pessoas ainda não condenadas. E que há em todo o país 366,5 mil mandados de prisão pendentes de cumprimento, dos quais a grande maioria (94%) de procurados pela Justiça. Os demais estão foragidos.

O banco de monitoramento do CNJ é alimentado diariamente com dados fornecidos pelos tribunais estaduais. A marca de 800 mil presos foi ultrapassada há duas semanas. O número de presos pode ser ainda maior porque alguns estados não completaram totalmente a implantação do sistema e por isso ainda fornecem informações parciais.

Segundo o Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), do MInistério da Justiça – a base de dados do CNJ ainda não tem informações que permitam a comparação com outros anos –, o Brasil tinha 726,7 mil presos em junho de 2016. Naquele mês, a população prisional brasileira havia ultrapassado a marca de 700 mil, segundo os dados do Depen.

A contabilização do CNJ considera presos já condenados e os que aguardam julgamento. Entram na conta os que estão nos regimes fechado, semiaberto e aberto em Casa do Albergado, uma espécie de abrigo público destinado a cumprimento de pena, previsto na Lei de Execuções Penais. O monitoramento exclui os presos com tornozeleira eletrônica e os que estão em regime aberto domiciliar.

CDP de Itatinga inugurado em 23/09/16,  primeiro CDP com automação total das celas
com 40% das verbas oriundas do Funpen,




Superpopulação carcerária

Os dados do CNJ apontam para o aumento da população prisional brasileira que, de acordo com diagnóstico do Depen, cresce a um ritmo de 8,3% ao ano.

Nessa marcha, o número de presos pode chegar a quase 1,5 milhão em 2025, o equivalente à população de cidades como Belém e Goiânia. Atualmente, o Brasil tem a terceira maior população carcerária do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e da China.

A superpopulação carcerária e a quantidade de presos aguardando julgamento foram dois pontos criticados por ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) em setembro de 2015, quando o STF finalizou o julgamento de uma ação proposta pelo PSOL em que se questionava “ações e omissões” do poder público em relação ao sistema penitenciário brasileiro. O partido argumentava que a superlotação e as condições "degradantes" do sistema prisional eram "incompatíveis com a Constituição".

Ao analisar a ação, o plenário da Corte registrou que o sistema viola de forma generalizada os direitos dos presos em relação à dignidade e integridade psíquica e física.

Destacou ainda que a violação dos direitos fundamentais dos presos produziria ainda mais violência contra a própria sociedade. Os ministros concluíram ainda que a situação não é de responsabilidade de um único poder, mas dos três — Legislativo, Executivo e Judiciário.

Em seu voto, o relator, ministro Marco Aurélio Mello, avaliou a situação dos presídios como “vexaminosa”.

"A superlotação carcerária e a precariedade das instalações das delegacias e presídios, mais do que inobservância, pelo Estado, da ordem jurídica correspondente, configuram tratamento degradante, ultrajante e indigno a pessoas que se encontram sob custódia”, sustentou o relator.

CDP de Icèm, segundo entregue com automação completa, inaugurado em 10/02/17
com 40% das verbas oriundas do Funpen

“As penas privativas de liberdade aplicadas em nossos presídios convertem-se em penas cruéis e desumanas. Os presos tornam-se ‘lixo digno do pior tratamento possível’, sendo-lhes negado todo e qualquer direito à existência minimamente segura e salubre”, afirmou Marco Aurélio na oportunidade.

Apesar disso, os números não melhoraram. A população carcerária continua em crescimento e o número de presos provisórios segue no mesmo patamar de quatro anos atrás (40%), como mostra a ferramenta do CNJ.

Para Gustavo Ribeiro, defensor público da União que atua no STF, a situação do sistema prisional brasileiro se prolonga por fatores como a demora na conclusão dos processos, as prisões cautelares (sem condenação) que se estendem por muito tempo e o encarceramento de pessoas por crimes de baixo potencial lesivo.

“Recebo muitos processos de prisão cautelares que duram três, quatro anos, sem condenação nenhuma. Ele acabam cumprindo pena sem condenação”, afirmou Ribeiro.

Para ele, embora haja casos de reiteração criminosa, pequenos crimes, como furtos famélicos – aqueles em que se furta para suprir uma necessidade urgente, como fome – devem ser tratados do ponto de vista social. “É uma questão muito mais social do que de polícia”, disse o advogado.


“Em relação ao tráfico, qualquer circunstância é usada para manter o regime mais gravoso. Grande parte não tem histórico e são presos com pequenas quantidades de droga”, concluiu.

CDP de Limeira inaugurado em 20/04/2018, com 40% das verbas oriundas do Funpen
Imagem arquivo pessoal




'Estado de coisas inconstitucional'

No julgamento da ação apresentada pelo PSOL, o Supremo concluiu que as condições carcerárias do país violavam preceitos fundamentais dos presos e reconheceu o chamado “estado de coisas inconstitucional” em relação ao sistema penitenciário nacional.

O “estado de coisas inconstitucional” é uma figura jurídica que surgiu Corte Constitucional da Colômbia e pode ser reconhecida diante de três situações:

*situação de violação generalizada de direitos fundamentais;
*inércia ou incapacidade reiterada e persistente das autoridades públicas em modificar a situação;
*superação das transgressões exigir a atuação não apenas de um órgão, e sim de uma pluralidade de autoridades.

CDP de Nova Independência inaugurado em 24/11/2018  com 40% das verbas  oriundas do Funpen
Foto de Moises Eustaquio


Na oportunidade, o STF determinou que o governo federal liberasse todo o saldo acumulado no Fundo Penitenciário Nacional (Funpen), destinado à construção e reforma de presídios, e proibiu novos contingenciamentos da verba.

A Corte também decidiu que os tribunais e juízes do país teriam de adotar medidas para implantar as chamadas audiências de custódia, procedimento pelo qual presos em flagrante são levados em até 24 horas a um juiz para determinar a necessidade ou não de permanecerem na cadeia antes da condenação.

Questionado, o Ministério da Justiça informou que desde 2016 não há contingenciamentos no Funpen.

Segundo o órgão, em 2019, mais de R$ 1,1 bilhão do fundo foram liberados para construção, ampliação, aprimoramento e reforma das instalações.

Em relação às audiências de custódia, o Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas (DMF) do CNJ informou que, de 2015 a julho de 2019, foram realizadas 543 mil audiências.

Desse total, em 60% dos casos, houve a manutenção da prisão preventiva, e em 37%, a concessão de liberdade provisória.

CDP de Nova Independência/SP, inaugurado em 24/11/2018 com40% das verbas oriundas do Funpen
 Foto de Moises Eustaquio




Iniciativas


Em junho deste ano, o CNJ aprovou uma resolução com o objetivo de atualizar a política institucional do Poder Judiciário para a promoção de aplicação de penas alternativas à prisão, como o uso de tornozeleiras eletrônicas, proibição de frequentar determinados locais, recolhimento domiciliar noturno entre outros.

O texto aborda a estruturação de serviços de acompanhamento desse tipo de pena e a criação de varas especializadas na execução de penas e medidas alternativas.

Na oportunidade, o presidente do CNJ e do STF, Dias Toffoli, classificou como estarrecedor o “ritmo de crescimento população prisional” brasileira. Toffoli ainda disse que a maioria dos encarcerados está nessa situação por crimes praticados sem violência.

“A violência não tem sido diminuída. A sensação de insegurança na sociedade tem aumentado. As facções criminosas vem se aproveitando da farta oferta de mão de obra do sistema prisional para fortalecer e ampliar seu poder ganhando espaço na capilaridade do sistema prisional. Esse é um diagnóstico que tem sido feito pelas instâncias federais e estaduais que atuam no sistema prisional”, afirmou Toffoli.

Outra estratégia adotada foi a criação, em 2016, de um Sistema Eletrônico de Execução Unificado (Seeu). A plataforma permite o controle informatizado da execução penal e das informações relacionadas ao sistema carcerário brasileiro em todo território nacional. Mas, até o momento só aderiram 20 de 32 tribunais do país, entre estaduais e regionais federais.

De acordo com o DMF, as ferramentas do sistema podem evitar, por exemplo, que pessoas fiquem presas além do tempo previsto.

“O Seeu é plataforma eletrônica que representa uma mudança de paradigma, pois faz frente aos graves problemas da demora do processo, do atraso nas decisões, do congestionamento de benefícios e do reconhecimento efetivo de direitos e posições jurídicas a presos e egressos”, afirmou o departamento em nota.

CPP I e II de Pacaembu/SP, inaugurados em 10/04/2019 com 40% das verbas oriundas do Funpen




Novas vagas


O Depen informou que tem atuado para melhorar a realidade do sistema prisional nos estados, a partir de investimentos para a ampliação de vagas nas penitenciárias, ampliação de parcerias público-privadas e troca de experiências por meio de diálogos com as associações de Proteção aos Condenados (APACs).

Em nota enviada à reportagem, o Departamento Penitenciário Nacional cita medida provisória assinada pelo governo Bolsonaro em junho deste ano que permitiu a contratação de engenheiros para auxiliar em obras nos presídios e elaborar projetos padronizados de unidades.

Conforme o órgão, o objetivo é criar de 10 mil a 20 mil novas vagas nos presídios até o final de 2019. Para 2022, a previsão é de ampliar entre 100 mil e 150 mil novas vagas.





Fonte: G1

MAS AS PPPs. IRÃO INSTALAR COM O DINHEIRO PÚBLICO: Só 17% dos presídios de São Paulo possuem bloqueador de celular

Em 2018, 13.845 aparelhos de telefone celular foram apreendidos no sistema prisional do estado, segundo relatório do Tribunal de Contas do Estado.







Por Léo Arcoverde, GloboNews
17/07/2019 08h48

Penitenciária de Presidente Venceslau é a primeira do Estado a receber os bloqueadores
(Foto: Pedro Mathias/G1)



Apenas 29 das 173 unidades prisionais do estado de São Paulo possuem aparelho bloqueador do sinal de celulares. O número representa 17% do total.

Por causa da falta desse tipo de equipamento, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) fez uma recomendação para aquisição de novos equipamentos à Secretaria Estadual da Administração Penitenciária (SAP).

O pedido faz parte de um relatório da análise das contas de 2018 do governo do Estado, obtido com exclusividade pela GloboNews. No documento há uma série de outras solicitações da Corte de Contas paulista à pasta administrada pela gestão João Doria (PSDB).

Bloqueadores sendo instalados em penitenciária de Presidente Venceslau em 2014
Foto: Reprodução/TV Fronteira

A análise das contas será feita neste segundo semestre pela Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).

No trecho do relatório das Contas em que analisa as atividades desempenhadas pela SAP, assinado pela conselheira Cristiana de Castro Moraes, o TCE destaca que "a utilização de telefones celulares nos presídios possibilita que os detentos continuem a organizar e comandar atividades criminosas no interior do cárcere".

Só no ano passado, foram apreendidos por agentes do sistema prisional paulista 13.845 telefones celulares. Isso representa uma queda de 4% na comparação com os 14.410 aparelhos retirados das unidades prisionais em 2017. Ainda assim, o número do ano passado representa uma média de 1 aparelho apreendido a cada 38 minutos.

Antenas estão instaladas na muralha do presídio (Foto: Pedro Mathias/G1)


Drogas e medicamentos

O relatório do TCE destaca também que o telefone celular não é o único objeto proibido dentro do sistema prisional comumente encontrado pelos agentes.

"Além da apreensão de aparelhos de celular, a SAP realiza anualmente uma grande apreensão de entorpecentes (maconha, cocaína, crack, haxixe, ecstasy, LSD, etc.), medicamentos controlados ou que tenha sua entrada proibida, tais como aqueles utilizados para disfunção erétil (Pramil, Sildenafil etc.) e bebidas alcoólicas." Só no ano passado, foram registradas "4.889 apreensões de substâncias entorpecentes e proibidas".

Esse número representa uma média de 13 apreensões dessa natureza registradas por dia em 2018.

Questionado durante a análise das contas pelo TCE sobre o pequeno número de bloqueador de sinal de celular, a SAP respondeu ao tribunal:

"É importante esclarecer que para a instalação dos bloqueadores de sinais de celulares nas unidades prisionais pela Secretaria da Administração Penitenciária, foram considerados critérios de ordem técnica, resultantes de longo tempo de pesquisa e estudo junto às Coordenadorias Regionais de Unidades Prisionais e ao Departamento de Inteligência e Segurança. Buscou-se a instalação desse recurso técnico em unidades penais que abrigam presos integrantes de facções criminosas e em instituições prisionais cuja população é composta por presos de elevada periculosidade."

As 40 antenas são monitoradas por câmeras,conforme engenheiro da empresa dos bloqueadores
governador Alckmin inaugura sistema em 2014 em Vencelsau(Foto: Pedro Mathias/G1)


A terceira de um total de sete recomendações do TCE à SAP é "instalar de bloqueadores de sinal de aparelhos celulares nas UPs [unidades prisionais]". Outros problemas, como superlotação e número insuficiente de agentes penitenciários, também são tratados pelo relatório.


Apreensão em 29/05/2019 no CPP de Tremembé

Nas mochilas, os agentes da SAP encontraram 11,6 kg de maconha, 3,5 kg de cocaína, 91 aparelhos celulares, cinco caixas de som, 30 frascos de cachaça, um litro de uísque, 103 carregadores de celular, 80 fones de ouvido, 65 cabos USB, 68 Chips , 20 baterias, uma bateria portátil, quatro tubos de tinta para tatuagem, dois litros de energético e duas garrafas de vodca.

SAP apreende 15 kg de drogas e quase 100 celulares em presídio em Tremembé
 Foto: Divulgação/SAP



O que diz a SAP

A Secretaria da Administração Penitenciária informa que, dos 13.845 celulares apreendidos em unidades prisionais no ano de 2018, 10.138 foram apreendidos antes de entrar nos presídios ou no interior das unidades, mas fora das celas, o que representa mais de 73% do total das apreensões. Desses, 5.505 nunca chegaram a entrar nas unidades, sendo apreendidos externamente ou com visitantes.

Dos 4.633 apreendidos na unidade, fora da cela, 3.372 foram pegos em unidades ou alas de regime semiaberto que, obedecendo à legislação brasileira, não dispõem de vigilância armada e nem são cercadas por muralha, o que facilita o processo de arremesso de ilícitos da parte externa para a parte interna da unidade, geralmente sendo arremessados sobre os alambrados pelos criminosos.

A Pasta conta atualmente 29 bloqueadores de celular em presídios que abrigam presos líderes de facções criminosas e nas que possuem presos de alta periculosidade no Estado de São Paulo - seis deles foram instalados neste ano.

Salientamos ainda que existem unidades prisionais da Pasta onde o bloqueador de celulares não se aplica, como os Hospitais de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (HCTPs), por se tratarem de unidades de saúde voltada aos cuidados com pacientes psiquiátricos, os Centros de Progressão Penitenciária (CPPs), Alas de Progressão Penitenciária e Centros de Ressocialização (CRs). Os CPPs e Alas de Progressão Penitenciária são destinados para presos do regime semiaberto e, obedecendo à legislação brasileira, não dispõem de vigilância armada e nem são cercadas por muralha. A permanência do preso, nesse regime, se caracteriza muito mais pelo senso de auto-disciplina e auto-responsabilidade, que propriamente por mecanismos de contenção. Tendo em consideração que o preso já estaria em outra etapa do seu regime, se preparando para, posteriormente, voltar a vida em sociedade.

Já os CRs são unidades diferenciadas que seguem a Resolução SAP 255/09, em que há critérios objetivos para a possível inclusão de presos, entre eles a condenação de no máximo de 10 anos. Existem ainda, os requisitos subjetivos que visam angariar informações quanto a periculosidade, agressividade e mérito para a inserção. Nos CRs também não há vigilância armada, devido ao perfil diferenciado dos presos que em sua maioria priorizam o cumprimento da pena.

Vale ressaltar que qualquer preso pego com ilícitos sofre processo de sanção disciplinar, onde é aberto Procedimento Apuratório Disciplinar para averiguação dos fatos. Nos casos dos presos do CPPs, além de sanção interna, quando são pegos com ilícitos também é solicitado ao juíz responsável que ele retorne para o regime fechado.

Ressalvamos que unidades prisionais do Estado já contam com telas de proteção instaladas em áreas comuns dos presos e que outros presídios estão em processo de instalação das telas ainda este ano.




Fonte: G1