18 janeiro 2020

E O NOSSO VIRÁ VIA ALESP, ESFOLADOS ATÉ A MORTE: PM aposentado de SP perde isenção e pagará contribuição de até R$ 580

Inativos e pensionistas que ganham até R$ 6.101 passarão a pagar contribuição a partir de março.


Laísa Dall'Agnol
17.jan.2020 às 18h13

Regras aprovadas pela reforma dos militares serão aplicadas às polícias militares estaduais até 2021
Rivaldo Gomes/Folhapress

SÃO PAULO - Com a reforma dos militares, sancionada em dezembro do ano passado, os policiais militares inativos e pensionistas de São Paulo que ganham até o teto do INSS (R$ 6.101,06 em 2020) deixarão de ser isentos da contribuição previdenciária e passarão a ter um desconto de até R$ 580 em seus salários.

A reforma dos militares permite que as regras federais sejam aplicadas às polícias militares dos estados.

Pela regra atual, os PMs paulistas inativos e pensionistas que ganham benefício de até R$ 6.101,06 (já considerando o valor de 2020) não pagam contribuição previdenciária.

Com as mudanças da reforma dos militares, um policial (inativo ou pensionista) que recebe R$ 6.101,06 passará a pagar 9,5% de alíquota em 2020, o que equivale a R$ 579,60 por mês. Em 2021, a alíquota passa para 10,5% e, nesse caso, ele contribuirá com R$ 640,61 mensais.

Hoje, os aposentados e pensionistas que ganham acima do teto têm alíquota de 11% sobre o valor que ultrapassa esse limite.

Com a aplicação das regras aprovadas na reforma das Forças Armadas, a alíquota desse policial será aplicada sobre sua remuneração total, e não apenas sobre o excedente.

Assim, um policial militar inativo que hoje recebe R$ 7.000 de benefício (valor acima do teto do INSS) paga, atualmente, 11% sobre R$ 898,94 (quantia que excede o teto atual). O total de contribuição previdenciária, nesse caso, fica em R$ 98,88 por mês.

Em 2020, com alíquota de 9,5%, ele vai ter R$ 665 descontados por mês. Em 2021, a alíquota passa para 10,5% e, logo, a fatia previdenciária mensal será de R$ 735.

Atualmente, o estado de São Paulo conta com 64 mil PMs inativos e 38 mil pensionistas, afirma a SPPrev (São Paulo Previdência), que faz a gestão dos benefícios.

Deputados comemoram a aprovação da Reforma que irá tirar mais de quem tem menos ou quase nada
 Imagem:Pedro Ladeira/Folhapress


Início da cobrança


Mesmo com as mudanças nas regras para concessão de aposentadorias e pensões adiadas para 2021 pelo governador João Doria (PSDB), os policiais militares inativos e pensionistas de São Paulo devem pagar novas alíquotas a partir deste ano, mas o estado diz que ainda estuda quando passará a aplicar a nova cobrança.

Instrução normativa publicada no Diário Oficial da União da última quinta-feira (16) pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho confirma que a postergação do prazo de aplicação das normas vale apenas para regras de transição e concessão do benefício. "As novas alíquotas e bases de contribuição valerão a partir de março", informou a secretaria ao Agora.

Procurada, a SPPrev diz que "a questão da mudança da alíquota e da forma de cálculo da contribuição previdenciária dos militares do estado está em estudo pela Procuradoria-Geral do Estado".

Objetivo de Paulo Guedes de tirar dinheiro da pouca renda dos pobres aposentados foi atingido
Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Policiais da ativa

Para os PMs ativos, a contribuição previdenciária passou de 11% para 9,5% no mês-base de janeiro, de acordo com a Polícia Militar.

Para o deputado estadual Major Mecca (PSL-SP), as mudanças para os inativos e pensionistas são "mais uma prova da desvalorização do policial paulista".

"Hoje, o policial trabalha em escalas de 12h por 36h que excedem o limite permitido. Só em uma semana, ele excede suas horas extras em 17h. Isso, somado à atividade diária intensa e de risco, deteriora muito a condição de vida do policial, que, ao entrar para a inatividade, ainda tem esses descontos."

Segundo o deputado, a maioria dos PMs passa para a inatividade, hoje, como 3º sargento, o que configura um benefício de R$ 3.100 por mês.

Nesse caso, a alíquota, que era zerada para esse inativo, pode chegar a R$ 294,50 neste ano e, em 2021, a R$ 325,50.

"Não somos contra a reforma das aposentadorias, ninguém está se furtando de dar sua contribuição, mas uma alíquota dessas é muito alta, principalmente para um policial que, somando todas as horas trabalhadas ao longo da vida, acumulou muito mais do que o tempo mínimo de serviço exigido", diz Major Mecca.

"Infelizmente, para poder garantir outros direitos, como paridade e integralidade [na reforma dos militares] ficou definida essa alíquota de contribuição."

Esfolados até a morte é o que seremos, mesmo depois de contribuir durante toda a vida produtiva
Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Veja simulações (PMs inativos e pensionistas de SP)


Valor do benefício      Desconto, hoje    Desconto em 2020 (9,5%)      Desconto em 2021 (10,5%)

 R$ 3.500                            Não há                R$ 332,50                                 R$ 367,50

 R$ 4.500                            Não há                 R$ 427,50                                 R$ 472,50

 R$ 5.500                            Não há                 R$ 522,50                                  R$ 577,50

 R$ 6.500                            R$ 43,88              R$ 617,50                                  R$ 682,50

 R$ 7.500                             R$ 153,88            R$ 712,50                                  R$ 787,50


*Valores são aproximados





Fonte: AGORA/FOLHA DE SÃO PAULO

Contraponto:


Depois de 25 anos de governo do PSDB, de 04 Reformas da Previdência Paulista, senão vejamos: 1998, 2003, 2013 e agora novamente em 2020, que fatalmente virá. Sendo que nestes anos todos, sem os reajustes corretos e nem mesmo das perdas inflacionárias dos períodos, que dirá então aumentos salariais reais, o que esperavam de um novo governo deste partido chamado PSDB?

Sinceramente temos que tomar chibatadas no lombo, pois não aprendemos que o nome do jogo é "POLÍTICA",  e não apenas tendo e votando em representantes dignos e que de fato estejam empenhados em nossas demandas, mas também se fazer presente e participar do "jogo político".

Tentando de todas as formas mostrar aos nossos companheiros de trabalho, vizinhos, parentes e amigos, que somos simples trabalhadores, que dependemos de salários para o sustento de nossos familiares e para a nossa própria sobrevivência, "pois quem conhece de fato os custos de vida e das dificuldades por quais passamos, somos nós os trabalhadores". Políticos não sabem o que é isso, nem mesmo quantos dias tem um mês, e quão longo ele pode ser para uma família que depende destes salários.

Que sem este "engajamento político" e uma consciência de que nós somos o verdadeiro instrumento da mudança, continuaremos sendo sim "massa de manobra" para estes espertalhões que se dizem o novo, mas que quando investidos do poder adoram as velhas práticas políticas, da mentira e da abstração ideológica.

Pois na verdade só querem faturar, lucrar, enriquecer as custas do erário, para si e aos seus iguais, e principalmente a detenção do poder a qualquer preço, não importando para tanto, trair, manipular, esconder, falsear, mentir e por último e não menos letal, se fingir de vítima da situação. 

Urge mudarmos os nossos pensamentos e as nossas ações, pois se nos calarmos, em breve a exploração será maior e chegará o tempo em que em troca de nossas aposentadoria nos contentaremos em saber que os nossos governantes são sábios em tê-las de fato nos retirado, pois eles necessitavam mais delas em seus cofres do que nós em nossa curta existência, e que de fato eles estavam certos, que sim, que temos que morrer trabalhando, que ficar em casa na velhice é apenas ócio remunerado e isso não é salutar ao ser humano.