21 janeiro 2020

O VILÃO É SEMPRE O SERVIDOR: Guedes reforça, em Davos, importância de congelamento do salário do funcionalismo

O ministro da Economia, Paulo Guedes, reforçou nesta terça-feira que o congelamento de salários do funcionalismo público, iniciativa que consta na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) Emergencial, é uma das maiores medidas do governo na frente das despesas.



Reuters(Por Marcela Ayres)
21 de janeiro de 2020

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Ministro afirma que entre as ações da PEC enviada ao Congresso, estão a proibição para promoção de funcionários
 públicos, de reajustes salariais ou criação de cargos - Imagem: Reprodução


Falando em painel no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, ele afirmou que, com a iniciativa perdurando por até dois, a situação fiscal será controlada. A PEC Emergencial ainda está em estágio inicial de tramitação no Congresso.

"Num país que cresce 2%, 3%, 2,5% este ano, e tem inflação de 4%, as receitas crescem ... 7%, quase 8%. Em dois anos, é um pouco menos de 20% em receitas crescendo. Então se você congela a conta de salários por um ano e meio, ou dois anos, desaparece (o problema). A situação está controlada", afirmou ele, falando em inglês.

De acordo com Guedes, essa saída configura o chamado "shutdown" à brasileira.

Na proposta orçamentária deste ano que foi aprovada pelo Congresso já não há previsão de reajuste salarial, exceto para os militares, e membros da equipe econômica vêm martelando a inexistência de espaço fiscal para a concessão de aumentos a outras categorias.

Na PEC Emergencial, o governo propôs que quando o Congresso autorizar o desenquadramento da regra de ouro -- ou seja, quando os parlamentares derem o aval para a emissão de dívida para a cobertura de despesas correntes --, mecanismos de ajuste sejam automaticamente acionados para as despesas.

Entre eles, estão a proibição para promoção de funcionários públicos, de reajustes salariais ou criação de cargos.

Em sua fala, Guedes citou a reforma da Previdência e a diminuição dos gastos com o serviço da dívida como as outras duas maiores medidas de controle de despesas, ambas já implementadas no ano passado.

Segundo Guedes, o governo reduziu em 100 bilhões de reais o serviço da dívida de 2019 para 2020.

O ministro disse ainda que o crescimento econômico do Brasil deve ser de 2,5% neste ano. Oficialmente, o Ministério da Economia prevê alta de 2,4% para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2020.

CARTÉIS


Guedes avaliou que a desigualdade no país advém principalmente da falta de oportunidades equânimes, especialmente na educação, além da falta de competição na economia, sublinhando que no Brasil há cartéis.

"No Brasil, 200 milhões de pessoas têm que comprar serviços de construção de seis empresas. Têm que ter serviços bancários de seis bancos. Então, cartel aqui, cartel lá, cartel em todo lugar explorando 200 milhões", disse.

Sobre políticas para a juventude, o ministro ressaltou que o governo quer remover impostos sobre a folha de pagamento para promoção de empregos para essa faixa etária, iniciativa já abarcada na medida provisória (MP) do Contrato de Trabalho Verde Amarelo.



Fonte: YAHOO - Finanças
Contraponto:
Não se ouve falar em controle dos gastos públicos governamentais, em controle e Auditoria da Dívida Pública, em cortes de cargos comissionados em todas as três instâncias, em corte de pagamentos de filhas de militares ou de ex deputados e senadores, não se ouve falar em contenção de gastos públicos no Congresso Federal ou nas Cortes Judiciárias também de todas as instâncias.

É muito mais fácil atacar aqueles que não têm defesa, que não têm microfones e nem visibilidade, que são os 85% dos servidores públicos que recebem menos de R$ 10.000,00 por mês de salários, que difere radicalmente dos 15% restante dos servidores públicos que estão no topo da pirâmide salarial, com salários que são verdadeiros ataques aos cofres públicos, sem contar os penduricalhos que todos eles conseguem somar aos seus salários, e devidamente autorizados pelos donos do poder. 

Mas como eu afirmei acima, assim como retiraram as aposentadorias e direitos dos trabalhadores de todos os setores, com um único propósito de beneficiarem ao capital, aos especuladores financeiros e a esta casta política e administrativa que de fato espoliam os cofres.

Não resta muito aos trabalhadores senão a busca de seus direitos, ou na justiça que é complicadíssima, haja vista a extrema dependência que esta tem do executivo quando se fala em termos pecuniários, ou mesmo nas próximas eleições por meio do voto, que é muito mais difícil, pela falta de consciência política das massas que são facilmente manipuláveis pelas mídias e fake news, nestes tempos de mentiras e interesses dúbios da própria mídia que deveria estar ao lado do povo, mas que está sempre ao lado daqueles que detém o poder.