Ele ainda não foi julgado pelas mortes de três presos e de um agente penitenciário durante uma sangrenta rebelião ocorrida entre os dias 6 e 12 de junho de 2001 na Penitenciária Estadual de Piraquara, na região metropolitana de Curitiba, no Paraná.
Josmar Jozino
Colunista do UOL
10/07/2020
14.dez.2017 - José Márcio Felício, Geleião, um dos fundadores do PCC (imagem de arquivo) Imagem: Fernando Donasci/Folhapress |
Um dos condenados mantidos há mais tempo atrás das grades no Brasil, José Márcio Felício, 59, o Geleião, único fundador vivo do PCC (Primeiro Comando da Capital), preso por 41 ininterruptos anos, corre risco de sofrer nova penalização judicial e de ficar por décadas confinado na prisão.
Ele ainda não foi julgado pelas mortes de três presos e de um agente penitenciário durante uma sangrenta rebelião ocorrida entre os dias 6 e 12 de junho de 2001 na Penitenciária Estadual de Piraquara, na região metropolitana de Curitiba, no Paraná.
A pena dele é de 142 anos. Geleião sempre ficou preso em regime fechado.
A Justiça nunca deferiu suas petições de progressão para o semiaberto, feitas de próprio punho por não ter advogado. Uma possível condenação pelas mortes de Piraquara pode significar uma prisão perpétua para ele.
Geleião e outros sete presos, todos integrantes do PCC à época, foram denunciados à Justiça pela promotora Luiza Helena Nickel, em 1º de abril de 2014, praticamente 13 anos após os crimes. O processo continua em andamento na Vara Criminal de Piraquara.
Vídeo jornalístico da rebelião em 2001
Segundo a Justiça paranaense, o processo está na fase de instrução. Foram extintas as punibilidades de Cesinha e Mizael porque ambos morreram, e a de Gilmar Ângelo dos Santos, o Mamá, outro criminoso do PCC. Ele era portador do vírus HIV e faleceu em 2007 em uma prisão paulista.
Na semana passada, a Vara Criminal de Piraquara expediu à Justiça de São Paulo carta precatória intimando o presidiário Emerson de Souza Almeida, o General, um dos denunciados pela matança, para prestar depoimento.
O detento era da alta cúpula do Primeiro Comando da Capital. A Vara Criminal de Piraquara informou nesta quinta-feira (9/7) à reportagem que Geleião também será intimado para prestar declarações nessa fase de instrução processual.
Durante a rebelião, o preso José Reginaldo Repecki matou o agente penitenciário Luciano Aparecido Amâncio e, como represália, acabou decapitado a mando dos rebelados, conforme denúncia do Ministério Público do Paraná.
Disputa no PCC é marcada por traições e sangue; na montagem, Marcola aparece entre Cesinha e Geleião, ex-líderes da facção, Marcola nega tudo, inclusive que é chefe do PCC |
Dias depois do motim em Piraquara, cuja repercussão foi internacional, Geleião e seus parceiros foram mandados de volta para São Paulo. No ano seguinte teve início uma guerra interna sem precedentes no PCC. Ele e Cesinha acabaram expulsos da facção e foram jurados de morte.
Graças a essas transferências, esses presos espalharam a semente do PCC para fora de São Paulo, principalmente em penitenciárias do Mato Grosso do Sul e do Paraná.
Em Piraquara, a situação não foi diferente. A facção paulista tem vários adeptos lá até os dias atuais. A rebelião de junho de 2001 teve início após uma fracassada tentativa de fuga liderada pela turma do PCC.
Cesinha antes de ser morto fundou outra facção, chamada Terceiro Comando da Capital, para rivalizar com o PCC do ex-amigo Marcola - Imagem: Maurício Piffer / Folhapress |
Segundo a Polícia Civil e o Ministério Público do Estado de São Paulo, o preso, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, atualmente recolhido na Penitenciária Federal de Brasília, assumiu o comando do PCC após as expulsões de Geleião e Cesinha. Marcola sempre negou essa acusação.
Depois de ter a morte decretada pelo PCC, Geleião fundou outra facção criminosa na prisão. Ele cumpria pena na Penitenciária de Osvaldo Cruz, a 570 Km de São Paulo, junto com Cesinha, quando criou com ele o TCC (Terceiro Comando da Capital).
Atualmente, José Márcio Felício está recolhido na Penitenciária de Iaras, no Interior de São Paulo. O presídio é destinado aos detentos condenados por crimes sexuais, como pedofilia e estupro, e também aos prisioneiros jurados de morte por facções rivais.
O longo tempo atrás das grades não permitiu a Geleião acompanhar com detalhes os processos de revoluções tecnológica e arquitetônica e as modernas mudanças no setor automobilístico.
"Quando Geleião foi preso, em 1979, aos 19 anos, os carros da moda eram Brasília, Fusca e Corcel. Em 2002, ao ser trazido da Penitenciária de Avaré para depor no Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais), ele ficou fascinado com os novos modelos de veículos de luxo circulando em alta velocidade na rodovia Castello Branco."
No retorno à prisão, os policiais da escolta pararam em um restaurante para Geleião ir ao banheiro. Ao lavar as mãos, sem as algemas, mas rigorosamente vigiado por investigadores portando fuzis e metralhadoras, Geleião teve outra surpresa e ficou constrangido por alguns segundos.
O presidiário tentou em vão abrir a torneira. Não sabia que o equipamento automático funcionava com sensor eletrônico. Os policiais da escolta riram dele e depois comentaram o episódio com colegas e jornalistas.
Na última terça-feira (7/7), Geleião completou 41 anos atrás das grades. Na prisão, ele acompanhou 10 Copas do Mundo, de 1982 a 2018.
Alguns policiais penais disseram à reportagem que essa é uma triste marca e que não desejam essa situação para ninguém, nem para os maiores inimigos.
Outros policiais penais, mais bem-humorados, afirmaram que Geleião tem grande chance de assistir outras quatro ou cinco Copas do Mundo na prisão e de ter o nome consagrado no "Guinness Book", o livro dos recordes mundiais.
Fonte: UOL
Não acho que seja triste ele ter ficado 41 anos preso.Pensem na quantidade de pessoas que esse criminoso prejudicou direta e indiretamente,os assassinatos que cometeu, quantas mães não enterraram seus filhos por causa dele.Que venham os próximos 41 anos!
ResponderExcluirEm alguns países, basta 1 homicídio para o preso pegar prisão perpétua(sem direito a jumbo ou visita íntima) ou até mesmo pena capital.Sorte dele ter nascido em um país de leis tão frouxas...E azar o nosso!!!!
ResponderExcluirO "zoio de cabra" de Sorocaba é fã desse tipo de preso. Só falta pedir autógrafo.
ResponderExcluirNada que uma garrafa de whisky para o chefe não resolva!!!
ExcluirGarrafa de whisky?Tem gente que se vende por tão pouco.Lamentável.
ExcluirAmigo, foi Johnny Wallker black Label...custa R$150. Ele comprou para o "cowboy tosqueador"
Excluir😀😀😀😀😀😀😀😀😀😀😀😀😀
ExcluirKkkkkkk
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