06 agosto 2020

Diga-me com quem andas...: Doria decide afastar Baldy do cargo após sua prisão

Secretário dos Transportes Metropolitanos foi preso nesta manhã, Doria deve indicar novo nome ainda nesta quinta.


Joana Cunha
6.ago.2020 às 13h24
Secretário Alexandre Baldy e governador de São Paulo, João Doria - Foto: Divulgação/SECOM SP
SÃO PAULO - Após a prisão do secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo, Alexandre Baldy, na manhã desta quinta-feira (6), o governador João Doria decidiu afastá-lo do cargo e um novo nome deve ser indicado ainda hoje.

Baldy (PP) foi um dos alvos de seis mandados de prisão temporária expedidos pela 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro, comandada pelo juiz Marcelo Bretas.

O secretário estadual de Transportes Metropolitanos de São Paulo, Alexandre Baldy (PP), foi preso na manhã desta quinta-feira (6). Ele foi um dos alvos de seis mandados de prisão temporária expedidos pela 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro, comandada pelo juiz Marcelo Bretas.

Segundo o Ministério Público Federal, Baldy é um dos investigados por um "esquema que apura pagamento de vantagens indevidas a organização criminosa que negociava e intermediava contratos em diversas áreas".

Na casa que Baldy mantém em Brasília os agentes federais apreenderam R$ 110 mil. A investigação não tem relação com a atuação de Baldy na gestão João Doria (PSDB) no Governo de São Paulo.

Nos dois dias anteriores à operação policial, o secretário havia tirado licença não-remunerada para cuidar de "assuntos particulares", segundo o Diário Oficial do Estado. Questionado, o governo não respondeu ainda sobre o assunto.

A operação desta quinta, batizada de Dardanários, é um desdobramento de investigações da Operação Lava Jato do Rio que apuram desvios na área da saúde.
Alexandre Baldy secretário estadual de Transportes Metropolitanos de São Paulo - Imagem: Secom

As investigações da Dardanários

Segundo o Ministério Público Federal, a operação é um desdobramento das investigações realizadas no âmbito das operações Fatura Exposta, Calicute e SOS, que apuram desvios de recursos do Rio de Janeiro repassados para Organização Social que administrou diversos hospitais no Estado e em outros locais do País.

A Procuradoria informou que a partir da colaboração premiada de ex-diretores da Organização Social Pró-Saúde, "foi elucidado o pagamento de vantagens indevidas para agentes que pudessem interceder em favor da OS em relação aos pagamentos do contrato de gestão do Hospital de Urgência da Região Sudoeste (Hurso), em Goiânia, que foi administrado pela Pró-Saúde entre 2010 e 2017".

"Para possibilitar o pagamento de valores não contabilizados, os gestores da OS à época instituíram esquema de geração de 'caixa 2' na sede da Pró-Saúde, com o superfaturamento de contratos, custeados, em grande parte, pelos repasses feitos pelo Estado do Rio de Janeiro, os quais constituíram cerca de 50% do faturamento nacional da organização social (que saltou de aproximadamente R$ 750 milhões em 2013, passando por R$ 1 bilhão em 2014 e chegando a R$ 1,5 bilhão em 2015)", indicou o MPF em nota.
R$ 110 mil encontrados em cofre apreendido em apartamento de Alexandre Baldy em Goiânia — Foto: Reprodução/PF-RJ
De acordo com os procuradores, agentes "prosseguiram intermediando os interesses dos ex-diretores da OS na obtenção de contratos de sua empresa recém-criada com outros órgãos da administração pública, mediante o pagamento de um percentual a título de vantagens indevidas".

Os investigadores identificaram a existência de um esquema de direcionamento de contratos da Junta Comercial do Estado de Goiás (Juceg) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), através da Fundação de Apoio Fiotec.

"Nestes casos, os empresários colaboradores narraram que obtiveram êxito na contratação de serviços de sua empresa em razão do comando ou da influência que os investigados exerciam nos órgãos, e, em troca, pagaram altas quantias de dinheiro em espécie ou até mesmo através de depósitos bancários", diz a Procuradoria.

Segundo os procuradores, a Receita Federal e o Coaf apontaram operações suspeitas que indicam a possibilidade de utilização do núcleo familiar de investigados para ocultar os valores oriundos dos crimes de corrupção, peculato e organização criminosa.

Fonte: Folha de São Paulo

2 comentários:

  1. Por falar em afastar Baldy do cargo, alguém sabe o que aconteceu com Gilberto Kassab? emanuel-assis

    ResponderExcluir
  2. Fica esperto, Doriana. Você está na lista, Quem é por nós não dorme.

    ResponderExcluir

Deixe seu comentário e obrigado pela sua colaboração.