31 agosto 2020

Justiça de SP expede mandado, e o "Jack Serial" Roger Abdelmassih volta a Penitenciária de Tremembé/SP

Ele deixou sua residência, na Zona Oeste da capital paulista, por volta das 12h40 desta segunda. Ex-médico, condenado a mais de 173 anos de reclusão pelo estupro de pacientes, cumpria prisão domiciliar desde abril.


Por G1 SP — São Paulo
31/08/2020
Roger Abdelmassih chega ao Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) Foto: Reprodução/CNN

A Justiça expediu, na manhã desta segunda-feira (31), mandado de prisão para que o ex-médico Roger Abdelmassih deixe a prisão domiciliar e volte a cumprir pena no presídio de Tremembé, no interior de São Paulo. Ele foi condenado a mais de 173 anos pelo estupro de pacientes.

Abdelmassih estava em casa desde 19 de abril. O mandado de prisão foi expedido pela 3ª Vara de Execuções Criminais de São Paulo. Os policiais chegaram à residência do ex-médico, na Zona Oeste da capital paulista, por volta das 11h30.

Na sexta-feira (28), o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) revogou a decisão da juíza Sueli Zeraik, que determinou que o ex-médico cumprisse prisão domiciliar por ser considerado como integrante do grupo de risco de contrair o coronavírus.

Para os desembargadores que integram a 6ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, "a pandemia causada pelo vírus Covid-19 não autoriza, por si só, a antecipação da progressão no regime prisional" e o ex-médico cumpre pena de 173 anos de prisão em regime fechado, não tendo direito à progressão de regime para o aberto no momento.
Ex-médico deixa residência em SP — Foto: Reprodução/TV Globo
O TJ atendeu a um recurso do Ministério Público, afirmando que não há nenhum cuidado que o ex-médico precise que não possa ter na cadeia.

O MP alegou que recomendação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) citada na decisão pela juíza, que aborda medidas preventivas à propagação da Covid-19 nas prisões, não pode ser usada para autorizar a "soltura desenfreada de presos".

Segundo o MP, a penitenciária onde Abdelmassih cumpria pena não tem nenhuma morte confirmada pela doença e a decisão de conceder prisão domiciliar a Abdelmassih não considerou a possibilidade de ele ficar isolado dentro da penitenciária onde cumpria pena.

Para os desembargados, a pena de 173 de prisão pelos crimes sexuais aos quais Abdelmassih foi condenado, o fato de ele já ter simulado uma doença, não autorizam a progressão da pena.
Após ter prisão domiciliar revogada, Roger Abdelmassih voltou para a prisão nesta segunda (31) Foto: Reprodução/CNN

"Quanto à prisão domiciliar de natureza humanitária, que estaria autorizada pela pandemia do Corona vírus (COVID-19, este fenômeno não acarreta o automático e imediato esvaziamento dos cárceres. E isso porque, não obstante a gravidade da situação e a necessidade de serem tomadas providências tendentes a evitar que ela alcance o sistema prisional (aliás, há notícia de que algumas medidas que favorecem o isolamento dos presídios já foram tomadas), sua existência não altera a legislação", escreveram os desembargadores na decisão.

Procurada, a defesa de Roger Abdelmassih informou que não irá comentar a decisão do TJ-SP desta sexta-feira (28).
O médico Roger Abdelmassih no retorno ao Brasil em 2014, após ser preso durante fuga no Paraguai (20.ago.2014)

Ex-médico já esteve em prisão domiciliar em 2019

Até outubro de 2019 ele cumpria pena em regime domiciliar. O benefício havia sido revogado depois da abertura de uma apuração por suposta fraude no estado de saúde dele. O médico envolvido no episódio também foi solto após outra decisão.

O pedido da defesa foi feito no dia 25 de março depois que alguns presos do regime semiaberto em Tremembé foram liberados por risco de contaminação.

No documento, a advogada de defesa e esposa dele, Larissa Abdelmassih, reforça a urgência de que ele seja colocado em prisão domiciliar, tendo em vista que caso fosse infectado, estaria duplamente em risco, pela idade avançada e doenças cardíacas.

Vídeo Jornalístico que antecedeu a prisão do Jack


Fonte: G1

0 comments:

Postar um comentário

Deixe seu comentário e obrigado pela sua colaboração.