03 outubro 2020

Reconhecimento: Governo diz que vai incluir policiais penais no grupo que faz a segurança nas fronteiras do Acre

Secretário de Segurança Pública diz que trabalho dos policiais penais tem fortalecido ações contra o crime. Após tentativas de fugas, visitas ficaram suspensas por 30 dias em dois pavilhões.

Por G1 AC — Rio Branco

30/09/2020 

 Governo diz que vai incluir policiais penais no grupo que faz a segurança nas fronteiras do Acre
Foto: Aline Vieira/Rede Amazônica Acre
Desde que os agentes penitenciários ganharam força de polícia, no final do ano passado, a categoria tem reforçado as ações da Secretaria Justiça e Segurança Pública, atuando em operações, repressão e até prisões relacionadas ao crime organizado no Acre.

A retomada da polícia penal efetivamente se deu no começo deste ano, quando a Polícia Militar, que dava suporte nos presídio saiu. Então, toda a segurança ficou a cargo da Polícia Penitenciária. E, na manhã desta quarta-feira (30), o secretário de Justiça e Segurança Pública, coronel Paulo Cézar Santos, anunciou mais um passo nesse processo.

“Vamos baixar edital para incluir os policiais penais ao Grupo Especial de Fronteira do Acre (Gefron), haja vista a importância que a instituição tem mostrado, principalmente no último ano, na integração às forças de segurança. É uma força fundamental, que tem feito a diferença na política de enfrentamento ao crime organizado”, destacou o secretário.

Com mudança, lei determina a saída de PMs das unidades prisionais do Acre, em janeiro de 2020
Foto: Quésia Melo/G1
Uma das ações importante da Polícia Penal lembrada pelo secretário foi em Cruzeiro do Sul, quando presos da unidade Manoel Neri da Silva, em Cruzeiro do Sul, tentaram uma fuga em massa em junho, mas foram impedidos pela Segurança, que conseguiu chegar ao local e evitar que uma dupla resgatasse mais de 30 presos da unidade. Os dois tinham um grande aparato e suporte externo para a fuga.

Sobre a última tentativa de fuga no Complexo Penitenciário Rio Branco, onde 18 presos cavaram um túnel de 15 metros, o secretário diz que foi um fato inédito no estado e que o fato de a polícia penal ter conseguido impedir mostra que as ações de inteligência e repressivas têm funcionado bem dentro do sistema.

“Apesar de comum em outros estados do Brasil, aqui é uma situação inusitada, não tínhamos nos deparado com essa estratégia ainda, cavaram túneis e isso requer estratégia, então é necessário ter requisitos para tentar evitar isso”, completou.

Presos fizeram o buraco na base onde ficam os colchões — Foto: Iapen-AC/Divulgação
O presidente do Iapen, Arlenilson Cunha, também lembrou alguns casos de fugas frustradas em presídios no estado. Destacou que a falta de efetivo é um problema, mas que é recorrente em todos os estados do país.

“A polícia penal tem sido atuante dentro e fora dos presídios e isso mostra um elevado grau de comprometimento. Temos investido em tecnologias para melhorar as condições de policiais, há uma dificuldade em nível de efetivo, mas temos usado todas as estratégias para fazermos um trabalho fundamental de monitoramento, vigilância e segurança. É uma ferramenta fundamental, a resposta tem sido dada dentro dos presídio, no sentido de manter a ordem e disciplina”, pontuou.

Sobre a última tentativa, ele disse que as visitas estão suspensas nos pavilhões B e K. Devido à pandemia e depois de um tempo com todas as visitas suspensas, o Iapen retomou esse contato de forma gradual seguindo alguns protocolos e diminuindo de 3 para uma visita por preso.

Detentos usam chave artesanal para abrir solário e fazem buraco em parede em tentativa de fuga no AC Foto: Arquivo/Iapen-AC

Três tentativas de fuga em menos de uma semana

Em menos de uma semana, três tentativas de fuga foram registradas em presídios do Acre. A primeira ocorreu na unidade de Sena Madureira, no interior do Acre, quando detentos de umas das celas foram colocados no isolamento após policiais penais descobrirem um plano de fuga durante revista no 21 deste mês.

No mesmo dia, um grupo de 39 detentos foi flagrado tentando fugir do presídio de Rio Branco. Eles conseguiram sair das celas, depois abriram a porta do solário com uma chave artesanal e ainda fizeram um buraco na parede para deixar a unidade.

A última tentativa havia sido na unidade prisional também em Rio Branco. Desta vez, presos do pavilhão B da Unidade de Recolhimento Provisório fizeram um buraco no forro para fugir.

O flagrante ocorreu no dia 26 deste mês. Policiais penais perceberam pelas câmeras de segurança uma movimentação estranha no solário do pavilhão e foram verificar. Em uma das celas, haviam três presos de outra cela que já tinham passado pelo buraco.

Devido essa ação, o Iapen havia decidido suspender as visitas íntimas e de familiares por um período de sete dias. A medida era válida para os detentos da unidade de regime fechado número 1 de Rio Branco, nos pavilhões G, H, I, J, K, L e R., também conhecido como chapão.

Detentos usaram enxada artesanal para fazer o buraco — Foto: Iapen-AC/Divulgação

Ação civil do MP

O Ministério Público do Acre (MP-AC) entrou com uma ação civil, em caráter liminar, no dia 21, para que o governo fizesse concurso público para policial penal. O único concurso do Iapen foi em 2007.

O órgão dispõe, atualmente, de 1.304 policiais penais, sendo que, destes, 1.171 são efetivos e 133 provisórios. Segundo o MP, desse total ,17 estão afastados das funções e 11 são cedidos.

O instituto confirmou ao G1 que o Acre tem 8.120 presos, sendo que 1.928 são monitorados eletronicamente. Com isso, o instituto tem um policial penal para mais de seis presos.

Fonte: G1

3 comentários:

  1. Estado que o governador reconhece seus servidores é diferente. Em SP o governo só pensa em massacrar os servidores.

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  2. Somos meros números para o governo...

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  3. Asp (na galeria)... Aevp (muralha/escolta).

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