Via de acesso a penitenciária de Mairinque é abandonada por estado e SAP nega, mesmo com vídeo

Detentos eram levados a hospital quando veículo ficou preso na via e precisou de reboque. Poré, secretária nega os fatos.

por Giovanni Giocondo

02/11/2020

Estrada em Mairinque fica intransitável em períodos chuvosos e prejudica o transporte de presos
Imagem: Arquivo pessoal

Um caminhão usado no transporte de presos ficou atolado na Estrada do Sinindu, perto da Penitenciária de Mairinque (SP), na sexta-feira (30), quando levava detentos até o hospital.

Segundo testemunhas, durante o dia, foi preciso um trator para retirar o veículo do barro, pois a estrada que não é pavimentada ficou com muita lama após a chuva desta semana.

No período da noite, um caminhão da prefeitura fez o reboque do veículo, que continuava no local por conta da grande quantidade de lama.

Não foi a primeira e infelizmente não deve ser a última vez que uma viatura da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) atola na estrada vicinal Ayrton Senna, conhecida como Sinindú, que liga a rodovia Raposo Tavares à Penitenciária de Mairinque, no bairro Cristal, zona rural do município do interior paulista, que fica a 44 km de Sorocaba.

De acordo com o DER, projeto elaborado pelo município para pavimentação da vicinal
 foi encaminhado ao órgão, mas administração não possui status “regular” para assinar contrato

Nesta sexta-feira (30), um novo episódio dessa lamentável realidade que aflige os servidores lotados na unidade voltou a ser registrado. Enquanto o motorista tenta em vão progredir com o veículo que faz o transporte de presos, as rodas patinam no barro escorregadio que domina os cerca de 1,7 km de distância entre o asfalto e a penitenciária.

Para sair da lama, foi preciso que uma máquina da Prefeitura de Mairinque fizesse o reboque da viatura até chegar à unidade prisional, da mesma forma como havia ocorrido em agosto deste ano e no mesmo mês de 2018, em denúncias que têm sido amplamente divulgadas pelo SIFUSPESP.

Com o período de chuvas se iniciando em São Paulo - a expectativa é a pior possível - mais atolamentos, não apenas dos veículos oficiais, mas também dos carros e motos particulares dos servidores que têm tido que conviver com esta cena absolutamente patética desde que a penitenciária foi inaugurada, em março de 2015.

Além de criar risco de acidentes graves envolvendo os automóveis, o perdurar dessa falta de estrutura básica na estrada vicinal colabora também para possíveis danos à segurança dos policiais penais que fazem a escolta dos presos no trajeto. Uma vez parada, a viatura pode ser alvo de criminosos em eventual tentativa de fuga.

Vídeo da viatura da U.P que ficou presa no barro

Não há solução no horizonte

Há pouco mais de dois anos, quando noticiou com exclusividade o caos que atingia a rodovia, o  Sindicato SIFUSPESP buscou junto ao Departamento de Estradas de Rodagem(DER) e à Prefeitura de Mairinque informações que pudessem esclarecer quando e em que condições a estrada vicinal seria asfaltada para por fim a esse martírio. Leia mais clicando aqui.

Na ocasião, o DER informou que o município possuía pendências legais que impediam a celebração de um convênio visando a pavimentação asfáltica deste trecho, apesar de o Executivo ter encaminhado em abril daquele ano um projeto com o objetivo de efetuar a obra, negado em razão da falta de “certidões de regularidade”.

G1 entrou em contato com a SAP e vejam a resposta:

A Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) informou que "nenhum veículo de transporte de presos atolou na estrada que dá acesso à Penitenciária de Mairinque".

Fonte: SIFUSPESP/G1

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