22 agosto 2021

Assassinos da psicóloga Melissa, a mando do PCC, vão a Júri Popular nesta segunda-feira(23), em Curitiba/PR

Melissa de Almeida Araújo, natural da cidade de Bauru, foi assassinada aos 37 anos, quando chegava em sua casa no Bairro Canadá, em Cascavel, no Oeste do Paraná.

Aline Cristina / Repórter

22/08/2021

A psicóloga Melissa, de apenas 37 anos de idade, tinha voltado recentemente a trabalhar,
pois encontrava-se em licença maternidade, tendo deixado o marido e o filhinho recém nascido
Os cinco acusados de envolvimento na morte da psicóloga Melissa de Almeida Araújo, na cidade de Cascavel, no Oeste do Paraná, em 25 maio de 2017, vão à júri popular na próxima segunda (23).

O tribunal de Júri vai acontecer na sede da Seção Judiciária do Paraná (SJPR) e será presidido pelo juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba. 

Dos cinco, somente um dos acusados estará presente, os demais irão prestar depoimento de forma virtual dos presídios onde estão confinados em Regime Fechado.

Assassinato de Policiais Penais e Servidores Federais foi uma retaliação da facção por considerarem o sistema muito rígido

PCC

O PCC (Primeiro Comando da Capital) usou pelo menos dois criminosos que estavam "em dívida" com a facção paulista na trama de assassinato da psicóloga do presídio federal de Catanduvas (PR), Melissa de Almeida de Araújo.

Essa é uma das conclusões do inquérito da PF (Polícia Federal), entregue no mês de dezembro de 2017, que resultou no indiciamento de seis pessoas, apurou o UOL junto às fontes que participaram da investigação.

Os suspeitos foram indiciados pelos crimes de homicídio e organização criminosa. Um deles está foragido "Pelo menos dois dos investigados estavam 'suspensos' da facção porque não teriam cumprido suas obrigações, ou seja, possuíam uma espécie de dívida que deveria ser paga, caso contrário, eles sofreriam punições. Participar do assassinato da psicóloga foi a forma encontrada para ficarem quites com a chefia do PCC", afirmou, sob a condição de sigilo, um dos investigadores da PF que atuaram no caso. Ele não entrou em detalhes sobre as razões da "suspensão" dos membros do PCC.

O inquérito sobre a morte da psicóloga foi enviado ao MPF (Ministério Público Federal), que decidirá se haverá denúncia contra os investigados. O processo criminal corre em uma das varas federais de Cascavel (PR), cidade onde Melissa foi assassinada com dois tiros no rosto, no último dia 25 de maio.

Melissa trabalhava no sistema penitenciário federal desde o ano de 2009. Ela era responsável por fazer o acompanhamento psicológico dos presos de Catanduvas e voltara da licença-maternidade havia poucos meses.

Vídeo jornalístico: PF desarticula planos para matar agentes penitenciários federais

Assassinato planejado

O planejamento e execução do homicídio seguiram uma rígida divisão de tarefas. Três meses antes do assassinato, uma "equipe de levantamento de informações" chegou à região de Cascavel (PR).

Melissa morava com o marido, o policial civil Rogério Ferrarezzi, em um condomínio de classe média da cidade, distante 55 km de Catanduvas.

"Em um dos celulares dos criminosos apreendidos pela polícia, foram encontradas fotos de várias casas e carros de agentes que trabalhavam na prisão de Catanduvas", disse, sob a condição de sigilo, um dos agentes que trabalham na unidade prisional. Ele próprio foi um dos monitorados pelo grupo criminoso.

Nas investigações sobre os três casos ficou comprovado que não havia um caráter pessoal na escolha daqueles que seriam assassinados. "Eles não visam as pessoas, e sim o Estado. Os agentes são representantes do poder público. Eles querem abalar o sistema penitenciário federal como um todo", afirma um membro do MPF que atua em um dos casos.

Vídeo mostra momento em que psicóloga é morta por integrantes do PCCMorte dentro de casa

Melissa foi escolhida como a terceira vítima, depois de ter sua rotina monitorada por pelo menos 40 dias. 

No meio da tarde de 25 de maio, Melissa saiu do presídio de Catanduvas. Pegou o marido de carro na delegacia em que ele trabalhava e os dois seguiram à creche para buscar o filho de dez meses.

Por volta das 18h, o carro dela chegou ao condomínio onde morava. Ela não tinha notado, mas havia sido seguida desde o começo da manhã por homens distribuídos em três carros roubados.

Melissa passou pelo portão do condomínio. Minutos depois, um dos carros com os assassinos chegou ao local. Dois deles saíram do carro e conseguiram entrar no condomínio aproveitando que o portão estava aberto.

Armamento de grosso calibre foi utilizado para o assassinato de uma mulher, uma mãe, uma trabalhadora
A psicóloga acionava o botão da garagem de sua casa e, enquanto ela manobrava o carro, os dois homens armados com pistolas 9 milímetros e fuzis, começaram a disparar contra ela.

Rogério Ferrarezzi sacou sua arma e revidou os tiros. O policial foi atingido pelo menos oito vezes. Melissa saiu do carro e correu para dentro de casa, mas os atiradores conseguiram alcançá-la. Ela recebeu dois tiros no rosto. O filho saiu ileso.

Um dos atiradores morreu no tiroteio com o policial. Outro, saiu ferido, conseguiu escapar, mas foi morto horas depois em outro tiroteio com as forças policiais.

Logo após o atentado, uma operação envolvendo várias forças policiais fechou as saídas da cidade e conseguiu prender quatro envolvidos no crime.

Após receber alta hospitalar, o marido de Melissa deixou, com seu filho, a cidade de Cascavel.

A partir da esquerda, os agentes de presídios federais Alex Belarmino Almeida Silva e
Henry Charles Gama Filho e a psicóloga Melissa de Almeida Araújo, mortos a mando do PCC

Retaliação

Durante o processo investigatório foi apurado que a servidora era considerada um alvo “fácil” já que não andava armada. O Crime teria sido cometido como uma forma de desestabilizar o sistema prisional das Catanduvas (PR), Campo Grande (MS), Mossoró (RN) e Porto Velho (RO). 

O Primeiro Comando da Capital entendia que o regime aplicado nessas unidades era opressor e não havia regalias ilícitas para os detentos como a entrada de celulares.

Melissa foi o terceiro alvo do comando, outros dois agentes penitenciários foram mortos.

No dia 02 de setembro de 2016 Alex Belarmino Almeida Silva, agente penitenciário de Catanduvas, no Paraná, foi morto ao ser atingido por 23 tiros, também em Cascavel. Ele teve o carro interceptado pelos atirados, perto do Lago Municipal da cidade.

No dia 14 de abril de 2017, Henry Charles Gama Filho , agente penitenciário de Mossoró, no Rio Grande do Norte, foi assassinado em um bar da cidade.

Fonte: RICMAIS/UOL

5 comentários:

  1. PRECISA DE LEI MAIS RÍGIDA , MATOU AGENTE DE SEGURANÇA , TRINTA ANOS RECLUSO , SEM BENEFÍCIOS, ASSIM ACABARÍA ESSA COVARDÍA , PENSARÍAM DUAS VEZES.

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    1. Já falou para um Deputado ou Senador de SP?

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  2. Pq em sp alguns policiais penais serão acautelados com colete balístico e armamento e outros com apito tático e porta chaves camuflado???e bora pro hot dog do Marquinhos tomar aquela serrana geladinha a melhor de Arandu.

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    1. Que Deus te perdoe por seus comentários...

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  3. É o bunda mole, frustrado, pança de bosta, nem dá atenção...

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