Prisão de advogada com equipamento na bolsa levou à descoberta de esquema criminoso na Secretaria de Administração Penitenciária. Agente foi afastado e uma sindicância foi aberta.
Por Adriana Cruz e Carlos de Lannoy, RJ2
26/05/2023
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Simone Pontes de Melo foi detida no estacionamento de um shopping na Barra da Tijuca com tornozeleira na bolsa - Foto: Reprodução/TV Globo |
Uma mulher carregava a tornozeleira eletrônica em uma nécessaire. A descoberta foi feita pela polícia no início de abril.
A advogada Simone Pontes de Melo foi detida no estacionamento de um shopping na Barra da Tijuca. Condenada a 14 anos de prisão por matar o marido, ela cumpria a pena em regime semiaberto.
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Advogada condenada a 14 anos de prisão, ela foi flagrada com a tornozeleira na bolsa e entregou o servidor que afrouxava as tornozeleiras para os presos as retirarem - Imagem: Reprodução |
Inquérito da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) descobriu que a advogada negociou com o agente penitenciário Douglas Reis de Andrade.
Em depoimento, Simone disse que do jeito que a tornozeleira foi instalada por Andrade ela conseguia retirá-la com facilidade. Falou ainda que o agente pediu à advogada que indicasse outros presos.
Uma testemunha revelou que Andrade passou então a cobrar entre R$ 20 e R$ 30 mil para instalar cada tornozeleira eletrônica de uma forma que pudesse ser retirada.
A prisão da advogada com a tornozeleira na nécessaire levou a Polícia Civil e a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) a descobrirem um esquema de irregularidades bem maior.
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Delegado confirmou após investgações que os citados usavam tornozeleiras em animais domésticos -Imagem: Reprodução |
O agente Douglas Reis de Andrade foi afastado da função na Seap.
Simone prestou depoimento e foi liberada com uma nova tornozeleira. Agora, a Justiça determinou que a advogada volte para a cadeia. Mas o sinal da tornozeleira desapareceu, e ela também.
“É um esquema maior, que envolve servidores, mas a Seap já está apurando o possível envolvimento e quem lidera o esquema”, disse o delegado.
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Policial penal cobrava até R$ 30 mil para afrouxar tornozeleiras Imagem: Reprodução/TV Globo |
O que dizem os citados
A Secretaria de Administração Penitenciária afastou o inspetor de polícia penal investigado e abriu sindicância para apurar as responsabilidades dele.
O RJ2 não conseguiu contato com a defesa de Simone Pontes de Melo. Quem tiver informações sobre ela pode ligar para o Disque Denúncia. O telefone é 21 2253-1177.
Fonte: G1
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