05 julho 2023

Ex-diretor e policial penal são presos por envolvimento com organização criminosa em Rio Grande/RS

Grupo é investigado por corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e tráfico de drogas. Servidor público preso e um colega também são suspeitos de levar celulares e drogas para dentro da Penitenciária Estadual de Rio Grande (Perg).

Por g1 RS

05/07/2023

Operação foi desecadeada na madrugada desta quarta-feira, 05/07/2023 na penitenciária de Rio Grande/RS - Imagem: MPRS
Um policial penal foi preso preventivamente durante expediente na Penitenciária Estadual de Rio Grande (Perg), na Região Sul do Rio Grande do Sul, durante uma operação do Ministério Público (MP) nesta quarta-feira (5). A ação está em andamento.

O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), desencadeou nesta quarta-feira, 5 de julho, a segunda fase da Operação Perg, dentro da Penitenciária Estadual de Rio Grande (Perg). 

Promotor de Justiça Rogério Meirelles Caldas durante exposição da operação na Penitenciária
Estadual de Rio Grande - Foto: Marcelo Kervalt/MPRS
A ofensiva, conduzida pelo coordenador dos Gaecos, André Dal Molin, e pelo promotor de Justiça do Gaeco – Núcleo Região Sul, Rogério Meirelles Caldas, tem apoio da Brigada Militar e da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe).

 A investigação teve participação da Delegacia de Repressão ao Crime de Lavagem de Dinheiro.

O alvo é uma organização criminosa sediada em Rio Grande, voltada ao cometimento dos crimes de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e tráfico de drogas. Os investigados – entre eles dois agentes penitenciários – também levavam celulares, drogas e dinheiro para dentro da casa prisional. 

Grupo de Ações Especiais da Susepe (GAES) traablhou na Operação, onde agentes foram
 presos preventivamente durante o expediente - Marcelo Kervalt / Ministério Público do RS
Um dos agentes é ex-diretor da Perg e foi preso preventivamente durante o expediente. O grupo é um braço da facção que dominava o comércio de botijões de gás em Rio Grande .

Dois são presos preventivamente

Considerado o principal alvo da ofensiva, o policial penal tinha papel de extrema importância dentro da organização. É um dos responsáveis pela entrada de materiais ilícitos na cadeia. O outro mandado de prisão foi cumprido contra um homem que já estava recolhido na Perg. 

Ele foi identificado como responsável por fazer os contatos e pagamentos aos policiais penais que levavam materiais ilícitos para dentro da casa prisional. Somente entre julho e novembro de 2022, o apenado movimentou R$ 545 mil em uma de suas contas bancárias.

Policial Policial penal foi preso durante operação na Penitenciária Estadual de Rio Grande - Foto: Ministério Público/Divulgação

“Este preso arregimentava os policiais penais e os colocava em contato com pessoas fora da cadeia. Em local determinado, geralmente no Cassino ou no Centro de Rio Grande, um membro do grupo em liberdade entregava para o agente materiais ilícitos, como drogas e celulares, dentro de pacotes. O policial penal, então, levava para dentro da Perg. Depois, o apenado pagava o agente com dinheiro em espécie ou por pix. Entre dezembro de 2018 e fevereiro de 2023, o ex-diretor da Perg movimentou em suas contas mais de R$ 7 milhões, o que é completamente incompatível com sua condição de servidor público sem outra fonte de renda lícita declarada”, conta Caldas.

No mesmo período, o agente preso na operação recebeu de visitantes e apenados R$ 391.373,51 e utilizou sempre o mesmo caixa eletrônico para depositar para si R$ 379.228,00 em dinheiro. 

Essas movimentações na boca do caixa foram feitas durante o horário de trabalho ou logo após ele sair da penitenciária após o expediente.

Material apreendido durante operação - Imagem: Marcelo Kervalt / Ministério Público do RS

A mulher do agente foi presa em flagrante por posse irregular de munição. Ao todo, além das três prisões, foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão em Pelotas, Canoas e Rio Grande, onde dois veículos e um imóvel de luxo foram sequestrados. 

Foram apreendidos mais de R$ 60 mil em dinheiro sem comprovação de origem, drogas, computadores, armas de fogo, munições, documentos e celulares.

Fonte: G1/MPRS

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