CNN acompanhou a viagem; é a primeira vez que uma equipe de reportagem segue essa operação de alto risco.
Elijonas Maiada CNN
Brasília
05/07/2023
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Presos de facções criminosas e de grupos milicianos são embarcados em aeronaves no RJ - Imagem: Reprodução |
A operação de alto risco aconteceu entre 27 e 28 de junho e foi acompanhada com exclusividade pela CNN. Foi a primeira vez em 17 anos de história do Sistema Penal Federal que uma equipe de reportagem acompanhou todo o processo.
No dia 27, as equipes saíram do aeroporto de Brasília para a primeira parada: Rio de Janeiro. No Aeroporto do Galeão, seis líderes da facção Amigos dos Amigos (ADA) e milicianos saíram da esfera estadual para a federal.
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No desembarque e trajeto ate a Unidade Prisional a atenção e cuidados especiais são constantes - Imagem: Reprodução |
De lá, os seis foram levados para o presídio federal de Campo Grande, onde está o Nem da Rocinha, um dos criminosos mais conhecidos do Brasil. Ele está preso em presídios federais há 17 anos.
No segundo dia de transferências, um preso foi levado junto com as equipes da Polícia Penal Federal ao Rio de Janeiro, mas ali não seria o destino dele. Os policiais voltaram ao Rio para buscar outros sete líderes de facções criminosas. Esses, do Comando Vermelho e Terceiro Comando da Capital.A viagem seguiu com acompanhamento da CNN até Catanduvas, o primeiro presídio federal do Brasil, no Paraná, para desembarque dos presos do Rio de Janeiro. Esse transporte precisou de mais atenção pela alta periculosidade dos detentos. O voo foi silencioso na maior parte do tempo.
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Penitenciária Federal de Campo Grande a primeira viagem de destino de uma leva dos presos de alta periculosidade- Imagem: Secretaria Nacional de Políticas Penais |
Com essas duas operações, segundo dados da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), passam de 50 o número de transferências realizadas neste ano pelos policiais penais federais. Entre inclusões, devoluções, transferências e apresentação de presos em júri são mais de 150 movimentações só neste ano.
Edgar Ribeiro, chefe do Grupo de Ações Especiais Penitenciárias (Gaep) na Senappen, explicou à CNN que foi detectada uma guerra entre facções nos presídios estaduais do Rio de Janeiro.![]() |
Penitenciária Federal de Catanduvas/PR a segunda viagem de destino uma nova leva dos presos de alta periculosidade - Imagem: Secretaria Nacional de Políticas Penais |
No primeiro dia de transferência, a principal liderança transferida foi Alexandre Jorge do Nascimento, o Jason. Investigado pela morte de 40 pessoas na Baixada Fluminense, onde atuava. Ele responde por homicídio qualificado, homicídio simples, formação de quadrilha, porte ilegal de arma de fogo de uso permitido e estelionato. Jason foi do Rio de Janeiro para Campo Grande.
No segundo dia, considerado o mais perigoso foi Avelino Gonçalves Lima, o Alvinho. Ele é apontado como chefe de uma facção que age exclusivamente em presídios estaduais. Foi do Rio para Catanduvas (PR).
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Penitenciária Federal de Brasília, a mais nova Super Max brasileira, recém reformada e atualmente com muralhas e novas torres, a última parada - Imagem: Secretaria Nacional de Políticas Penais |
A rotina no presídio federal
Os prisioneiros do Sistema Prisional Federal ficam em celas individuais de aproximadamente 7m² com cama, escrivaninha, banco e prateleiras em alvenaria, além de banheiro com sanitário, pia e chuveiro.
No período de triagem, que compreende os 20 primeiros dias na unidade prisional, o recém-chegado fica em uma cela do isolamento que tem aproximadamente 9m². Nela, há espaço para banho de sol individualizado.
Uma equipe multidisciplinar com médicos, psiquiatras, psicólogos, dentista, enfermeiros, assistente social e demais setores realizam o atendimento inicial desse interno para avaliar as condições de saúde.
Matéria jornalística
Toda a assistência material é fornecida pelo Estado. O enxoval é composto por duas camisetas de manga curta e longa, calça, agasalho, tênis, sapato, lençol, toalha, travesseiro e meias. No kit de higiene, há sabonete, desodorante, escova, creme dental, papel higiênico e produtos de limpeza.
A rotina alimentar de um interno é composta por seis refeições diárias: café da manhã, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia.
Além disso, durante o período em que o interno permanece em um presídio federal, o Estado tem controle do que chega ao preso e nenhum contato externo ocorre sem permissão ou fora do cumprimento dos protocolos e procedimentos de segurança.
Fonte: CNN
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