14 fevereiro 2024

Dois presos fogem da Penitenciária Federal de Mossoró, na 1ª fuga em prisões federais

Fugas na Penitenciária de Mossoró foram as primeiras no sistema de prisões federais; secretário de políticas penais foi enviado à cidade.

Guilherme Amado

João Pedroso de Campos

14/02/2024 

Dois presos fugiram da Penitenciária Federal de Mossoró, Unidade de Segurança Máxima do
Sistema Penitenciário Federal - Imagem: SENAPPEN
As fugas de Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça foram registradas nesta quarta-feira (14/2), na primeira ocorrência do tipo nas prisões administradas pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. A informação foi publicada inicialmente pelo jornalista Bruno Giovanni e confirmada pela coluna.

Nascimento e Mendonça cumpriam pena no Complexo Penitenciário de Rio Branco, no Acre, até setembro de 2023, quando foram transferidos ao presídio federal de Mossoró.

Fugitivos eram "matadores do CV". Fontes ouvidas pela reportagem indicam que os fugitivos não integram o alto escalão da facção, e que são conhecidos por serem encarregados por assassinatos de pessoas no "tribunal do crime" do Comando Vermelho do Acre.

Imagem: Reprodução
O prazo para que eles permaneçam na penitenciária de segurança máxima, sob o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), é de dois anos.

Depois das fugas, o secretário nacional de Políticas Penais, André Garcia, foi enviado à cidade e está em deslocamento a Mossoró. Uma investigação foi aberta para apurar as circunstâncias da fuga dos detentos.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública também acionou a direção da Polícia Federal para que abra uma apuração sobre o caso. Operações da PF estão em curso para recapturar os dois fugitivos.

Imagem: Reprodução
A página da Secretaria Nacional de Políticas Penais cita o sistema penitenciário federal como “regime de execução penal concebido com a finalidade de combater o crime organizado, isolando as lideranças criminosas e os presos de alta periculosidade”.

Segundo a pasta, “desde a sua criação, é referência de disciplina e procedimento, uma vez que nunca houve fuga, rebelião nem entrada de materiais ilícitos nas unidades penitenciárias, aplicando-se fielmente a Lei de Execuções Penais (LEP)”

Órgãos federais ainda não se manifestaram. Procurados, o Ministério da Justiça e Segurança Pública, a Secretaria Nacional de Políticas Penais e o Departamento Penitenciário Nacional ainda não se posicionaram oficialmente sobre o episódio.

Fernandinho Beira-Mar está detido na Penitenciária Federal de Mossoró - Imagem: Divulgação / Senappen

Fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró são da mesma facção de Fernandinho Beira-Mar 

Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça, detentos que fugiram da Penitenciária Federal de Mossoró fazem parte da mesma facção criminosa ligada ao tráfico de drogas no Brasil, da qual Fernandinho Beira-Mar é líder.

O líder da facção está preso no mesmo presídio do qual os fugitivos escaparam. Ambos deram entrada na unidade prisional federal de Mossoró em setembro de 2023 e devem cumprir pena até setembro de 2025.

Presos estiveram em rebelião em presídio em 2023 e pertencem ao Comando Vermelho. Deibson Cabral Nascimento, 33, e Rogério da Silva Mendonça, 35, que integram a principal facção criminosa do Rio de Janeiro, foram transferidos para a unidade federal após terem participado de uma rebelião no presídio Antônio Amaro Alves, no Acre, em julho do ano passado, segundo fontes ouvidas pela reportagem


Um dos fugitivos do presídio federal de Mossoró (RN), Rogério da Silva Mendonça tem
tatuagem de suástica em uma das mãos - Imagem: Reproduçã
Deibson cumpria pena de 33 anos por assalto a mão armada. Conhecido como Tatu, ele também responde a processos por tráfico de drogas.

Rogério tem suástica tatuada na mão e condenação de cinco anos por tráfico. O interno conhecido como Martelo também responde a processos por homicídio qualificado, roubo e violência doméstica.

Fonte: METRÓPOLES/ Blog do BG

5 comentários:

  1. Se até durante o "banho de sol ", os presos ficam algemados, algo deixou de ser feito. Vamos acompanhar o desenrolar dessa história. A PF está no caso.

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  2. Caíram na rotina e no excesso de confiança na estrutura penal federal, subestimando a capacidade dos presos. Vamos aguardar os detalhes, mas pareceu-me um golpe de sorte dos detentos. Olha o "naipe" dos caras, Zé Povinho total.

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    1. Sim, é a ralé. Só estavam lá por conta da violência praticada no Acre. E concordo com você, foi de fato um golpe de sorte, la a rotina é bem rigída, e como você mesmo disse excesso de confiança. Mas acredito que vão aprender depois deste deslize gravissímo. E ainda deram sorte que foi dois pés de breque.

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    2. Pelas últimas notícias, havia obras de reforma no local. Cometeram um erro de principiante, " deixar ferramentas no local ". Ora, qualquer ferramenta na mão do preso, pode ser usada como arma ou algo favorável pra ele. Pelo jeito, também não fazem blitz no interior das celas. O "mala" tem todo tempo pra fazer o que quiser pra fugir. Não é por acaso que, o preso era conhecido por Tatu.

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