O detento afirmou ao magistrado que precisava de 10 kg de açúcar para fazer de oito a dez litros de cachaça. O prisioneiro declarou que cada meio litro da bebida custava em torno de R$ 100 a R$ 150.
Josmar Jozino
Colunista do UOL
28/02/2024
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O preso foi flagrado na cela com barril de cachaça (Maria Louca), comprimidos de Viagra, cartões de memória e chips com conteúdo pornográfico |
Os presos Edilson Pereira Reis e Tony Ricardo Silveira, ambos ligados ao PCC (Primeiro Comando da Capital) e moradores do xadrez onde houve as apreensões, foram condenados na última sexta (23) por associação criminosa pelo juiz Gabriel Medeiros, da 1ª Vara de Presidente Venceslau.
Silveira recebeu uma pena de dez anos e seis meses. Reis foi condenado a 12 anos e três meses — em depoimento em juízo, ele admitiu ser o dono do barril de cachaça, dos comprimidos sem autorizações do Ministério da Saúde e da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e dos demais materiais.
Reis afirmou ao magistrado que precisava de 10 kg de açúcar para fazer de oito a dez litros de cachaça. O prisioneiro declarou que cada meio litro da bebida custava em torno de R$ 100 a R$ 150.
O presidiário alegou ao juiz que "o único meio de ganhar a vida na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau é fazendo cachaça". Segundo Reis, é com a venda da pinga que ele consegue comprar sabonete, papel higiênico e cadernos.
A reportagem não conseguiu contato com os advogados de Tony Ricardo Silveira e Edilson Pereira Reis. O espaço continua aberto para manifestações dos defensores de ambos.
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Presos produziam cachaça em alambique improvisado dentro de presídio - Imagem: Ilustração |
O que diz a SAP
Procurada pela reportagem, a Secretaria Estadual da Administração Penitenciária informou que a produção clandestina de fermentados alcoólicos por meio de alimentos estragados é combatida com "absoluto rigor" no sistema prisional de São Paulo.
A SAP disse ainda que em 2021, na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, agentes apreenderam itens proibidos na cela de um detento — o que gerou abertura de sindicância.
Segundo a pasta, diferentemente do que Reis alegou à Justiça, ele e todos os custodiados da unidade recebem periodicamente kits de higiene mediante recibo assinado e com data de entrega registrada. A SAP ressaltou que a P2 adota procedimentos rígidos de segurança, ordem e disciplina para custódia de presos de alta periculosidade.
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Penitenciária II "Maurício Henrique Guimarães Pereira" de Presidente Venceslau, situada na região oeste do estado de São Paulo - Imagem: Lalo de Almeida/Folhapress |
Presídio é forte reduto do PCC
A P2 de Venceslau é um dos mais fortes redutos do PCC no estado de São Paulo e é apontada pela SAP, subordinada ao governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos), como unidade prisional de segurança máxima.
Na sentença de condenação, o juiz Gabriel Medeiros afirmou que Reis e Silveira integram o PCC e mantinham na cela uma televisão adaptada clandestinamente para ler cartões de memórias com objetivo de ter acesso às informações da facção para receber e transmitir recados.
Reis recebeu pena maior porque foi condenado também por vender ou ter em depósito para vender, distribuir ou entregar a consumo produtos destinados a fins terapêuticos ou medicinais sem registro no órgão de Vigilância Sanitária. O juiz entendeu que ele vendia os comprimidos aos presos.
Fonte: UOL
Kardilho vulgo Guarda Juju é marmita de todo mundo no Marrey, pronto falei.
ResponderExcluirQue burro. Pago 10 reias no Litrão no boteco do Marcão. E não dá tudo isso de cadeia. Só se for pego na blitz da lei seca. Tem que se fuder mesmo pra largar a mão de ser burro...
ResponderExcluirAbsoluto rigor, seria não deixar que os detentos tivessem acesso a qualquer tipo de produtos que, sirva pra produção de cachaça artesanal. Chega no Raio tudo que é preciso pra fazer a "maria louca ".
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