Réu deixou mensagens contra Cláudio da Silva no grupo de WhatsApp 'Polícia Penal Assuntos'. Hélio de Matos também escreveu 'negro maldito'. Justiça entendeu que houve ameaça e injúria racial.
Por Carlos Henrique Dias, g1 SP — São Paulo
15/02/2024
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Ouvidor das polícias de São Paulo e mensagem em grupo de WhatsApp - Foto: Reprodução |
A 2ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de São Paulo manteve a condenação de dois anos em regime aberto por injúria racial e ameaça ao agente penitenciário aposentado que deixou mensagem racista e de morte contra o ouvidor de Polícia do Estado de São Paulo, Claudio da Silva, em um grupo de WhatsApp, em agosto de 2023. A decisão, em segunda instância, foi publicada em 8 de fevereiro e ainda cabe recurso.
Claudio recebeu o conteúdo e registrou um boletim de ocorrência no dia 4 de agosto, na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), do DHPP. No dia 14 do mesmo mês, ainda como investigado, Hélio foi ouvido na delegacia. Ele reconheceu em interrogatório que fazia parte do grupo no WhatsApp “Polícia Penal Assuntos”.
Na ocasião, os integrantes comentavam sobre a primeira "Operação Escudo" no Guarujá, que deixou 28 mortos no litoral de São Paulo, e o posicionamento do Ouvidor das Polícias, que pedia acesso às informações da PM, como as câmeras corporais dos agentes.
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Mensagens encaminhadas ao grupo de WhatsApp - Foto: Reprodução |
“Essa é a minha posição. Vai virar uma guerra eu estou pronto", completou.
À Polícia Civil, ele afirmou que se arrependeu e excluiu a mensagem e saiu do grupo, “pois sabia que havia cometido um ato discriminatório e não sabe dizer o motivo de ter sido tão rude e agressivo”. O caso corre pela 3ª Vara Criminal de São Paulo.
Anteriormente, o g1 tentou contatar Hélio, e ele respondeu por mensagens.
"Não sei o que é isso. Primeiro que alguém deve ter montado isso. Sou de descendência negra, meus avós eram negros", disse ao g1. Agora, a reportagem tentou com a defesa dele, mas não houve retorno até a última atualização desta reportagem.
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Muitos e muitos servidores estão respondendo a Sindicâncias e PADs por não se conterem nas redes sociais, outros tiveram inclusive as aposentadorias cassadas, isso é uma realidade |
Condenação
O juiz da 3ª Vara Criminal de São Paulo já tinha o condenado na primeira instância a 2 anos em regime aberto. A privação de liberdade foi substituída por prestação de serviço à comunidade. No entanto, o réu tentou recorrer da primeira sentença dizendo que "jamais demonstrou sentimento discriminatório contra sua própria cor", detalha o acórdão.
"Em juízo o réu admitiu a autoria da mensagem, e inclusive que se excedeu, revelando arrependimento."
"A injúria racial ficou satisfatoriamente demonstrada com a expressão 'negro maldito', ao passo que o tom ameaçador da mensagem consiste na expressão 'tem que morrer também'", detalhou o desembargador Francisco Orlando.
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Respeito ns redes sociais e aplicativos de mensagens devem ser seguidos |
'Não estou intimidado'
Na época, Cláudio acreditava que tenha sido vítima de ofensas e ameaça por conta de críticas à Operação Escudo, no litoral de São Paulo.
"Não estou intimidado, eu vou continuar fazendo meu trabalho com muita dedicação e equilíbrio, porque o trabalho que eu faço é um trabalho equilibrado. Eu não faço trabalho para falar mal de polícia, desqualificar as instituições da democracia, como são as polícias Civil, Militar e Científica", contou em agosto ao g1.
E completou: "Eu vou continuar defendendo que policial precisa ser valorizado profissionalmente, vou continuar defendendo que o policial precisa ser valorizado no sentido de proteção social à sua família, mas vou continuar enfrentando os desmandos que alguns policiais insistem em fazer por conta da sua condição de homem da lei, de homem que tem um aparato estatal ao seu dispor para praticar ilegalidades. Ilegalidades não serão toleradas".
A Operação Escudo foi deflagrada depois que o soldado Patrick Bastos Reis foi baleado enquanto fazia um patrulhamento na comunidade da Vila Júlia, em Guarujá, em 27 de julho de 2023.
Ao todo, 28 supostas abordagens a suspeitos que teriam entrado em confronto com as forças policiais terminaram com morte.
Fonte: G1
Kardilho vulgo Guarda Juju e seu apito tático priiii piiiiiii piiiii priiii piiiiiii piiiii priiii piiiiiii
ResponderExcluirMerecia ter a aposentadoria cassada,para deixar de ser otário.
ResponderExcluirQuem fala o que quer, recebe o que não quer. Já dizia o filósofo Pangaré.
ResponderExcluirCarnaval já passou, e até agora nada.
Não se deixem enganar pelos cabelos brancos, pois os canalhas também envelhecem. " Rui Barbosa ".
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