17 junho 2024

Acusados de tentar sequestrar e matar Moro e Gakiya são assassinados a facadas pelo PCC na P II de Venceslau/SP

Além de Nefo, o PCC também matou na mesma prisão Reginaldo Oliveira de Sousa, 48, o Rê, outro integrante da quadrilha e até então considerado um dos homens fortes da organização criminosa.

Josmar Jozino

Colunista do UOL

17/06/2024

Janeferson Aparecido Mariano, o Nefo, e Reginaldo Oliveira de Sousa, o Re, foram
mortos a golpes de estiletes na P II de Presidente Venceslau (SP) - Foto: Reprodução
Janeferson Aparecido Mariano Gomes, 48, conhecido como Nefo e apontado como o líder do plano para sequestrar o senador Sergio Moro (União Brasil/PR) e o Promotor do Gaeco Lincoln Gakiya, foi assassinado a mando do PCC (Primeiro Comando da Capital) na Penitenciária de Presidente Venceslau (SP), um dos principais redutos da facção criminosa.

Além de Nefo, o PCC também matou na mesma prisão Reginaldo Oliveira de Sousa, 48, o Rê, outro integrante da quadrilha e até então considerado um dos homens fortes da organização criminosa.

Segundo apurou a coluna, três presos aproveitaram o banho de sol após o almoço para levar Nefo para um banheiro, onde ele foi morto a facadas. Na sequência, os mesmos homens mataram Rê, também com golpes de faca. O trio se entregou logo após as mortes, ambos os crimes ocorreram na tarde desta  segunda-feira (17), na Penitenciária Maurício Henrique Guimarães Pereira, a PII, em Presidente Venceslau (SP).

Presos foram executados na Penitenciária "Maurício Henrique Guimarães Pereira", a P II de
Presidente Venceslau (SP) - Foto: Reprodução/TV Fronteira
Segundo fontes do sistema prisional, Nefo e Rê teriam falado demais e, por isso, acabaram mortos a mando da célula restrita do PCC, responsável por coordenar atentados terroristas e ataques contra prédios públicos e autoridades, como promotores de Justiça, políticos, policiais e agentes penitenciários.

Nefo havia sido preso em março do ano passado pela Polícia Federal durante a Operação Sequaz, deflagrada para desarticular a quadrilha liderada por ele. Outras oito pessoas também acabaram presas. Além de Moro, o bando intencionava matar o promotor de Justiça Lincoln Gakya.

Agentes federais apuraram que Nefo já foi processado em São Paulo por furto e extorsão mediante sequestro. Também foi acusado de liderar um motim em Franco da Rocha (SP). A namorada dele também era monitorada pela PF.

Integrantes do PCC que planejaram sequestar e matar o senador Moro e o promotor Gakiya,
foram mortos hoje na PII d  Presidente Venceslau- Imagem: Jefferson Rudy - 8.abr.2024/Agência Senado
Em maio do ano passado, a juíza Sandra Regina Soares, da 9ª Vara Federal de Curitiba, aceitou denúncia contra 13 acusados. Oito deles viraram réus pelos crimes de organização criminosa e extorsão mediante sequestro. Um deles era Nefo.

Os outros setes são Claudinei Gomes Carias, o Nei, homem de confiança de Nefo: os irmãos Herick da Silva Soares, Sonata, e Franklin da Silva Correa, o Frank; Aline de Lima Paixão, companheira de Nefo; Aline Ardnt Ferri: Cintia Aparecida Pinheiro Melesqui e Hemilly Adriane Mathias Abrantes

Já os réus Rê; Patrik Velinton Salomão, o Forjado; Valter Lima do Nascimento, o Guinho; Sidney Rodrigo Aparecido Piovesan, o El Sid; e Oscalina Lima Graciotte, foram denunciados por organização criminosa.

Patrik Velinton Salomão, o Forjado, que segundo o Promotor Lincoln Gakiya teria saido do
Sistema Federal com a missão de praticar atos terroristas contra autoridades, esta foragido
Os acusados foram identificados pela PF a partir de denúncia feita por um exintegrante do PCC ao Gaeco (Grupo de Atuação especial e de Combate ao Crime organizado), de Presidente Prudente, subordinado ao MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo).

O delator forneceu nomes e números de telefones dos envolvidos no planejamento do ataque e contou que bem antes de revelar tudo ao Gaeco era ameaçado de morte por Nefo, que segundo ele pertence ao PCC e seria o chefe da célula da facção responsável pela organização da ação terrorista.

Ainda de acordo com o delator, Sergio Moro deveria ser sequestrado para servir como moeda de troca para a libertação de líderes do PCC recolhidos em presídios federais, especialmente nas Penitenciárias de Brasília (DF) e de Porto Velho (RO).

Vídeo da época

Todos os réus foram investigados durante a Operação Sequaz. Forjado, apontado pelo MP-SP como integrante da cúpula do PCC, e El Sid, solto em setembro do ano passado, mesmo tendo contra ele um mandado de prisão por homicídio, não foram encontrados pelos agentes federais.

Em nota oficial enviada a Secretaria da Administração Penitenciária do Estado de São Paulo (SAP-SP) confirmou que três presos assumiram a autoria dos homicídios no interior de um dos pavilhões da P2 e um quarto detento está sendo investigado pela Polícia Civil como suspeito de ter participado da ação.

Os três detentos foram isolados e deverão responder por esses novos crimes.

A pasta estadual ainda pontuou que foi registrado um Boletim de Ocorrência no plantão da Polícia Civil e houve a instauração de procedimento apuratório para esclarecer as circunstâncias das mortes.

"A Polícia Científica está periciando o local da ocorrência", finalizou a SAP-SP.

Fonte: UOL

5 comentários:

  1. Não bastasse as dificuldades de um cotidiano privado de liberdade, seres humanos em atos violentos e impensados ceifam as vidas de seus companheiros.Vejo isso como uma tremenda falta de Jesus no coração.

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