02 agosto 2024

Juíza-corregedora visitava a PII de Venceslau em SP quando PCC matou rivais Nefo e Ré

Foi justamente durante a visita da juíza-corredora Renata Biagioni à P 2 de Presidente Venceslau, em SP, no dia 17 de junho deste ano, que quatro presos do PCC  degolaram dois rivais na unidade prisional.

Josmar Jozino

Colunista do UOL

02/08/2024

Religiosos  oram enquanto primeiro assassinato acontecia no interior da barbearia - imagem Reprodução
Foi justamente durante a visita da juíza-corredora Renata Biagioni à Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, em SP, no dia 17 de junho deste ano, que quatro presos do PCC (Primeiro Comando da Capital) degolaram dois rivais na unidade prisional.

Janeferson Aparecido Mariano Gomes, 48, o Nefo, e Reginaldo Oliveira de Sousa, 48, o Ré, foram assassinados a golpes de canivete e punhal artesanal por volta das 13h daquele dia. A magistrada tinha ido ao presídio fazer uma inspeção.

Janeferson Aparecido Mariano Gomes (à esq.) e Reginaldo Oliveira de Souza (à dir.) foram mortos - Imagem: Cedido ao UOL
As vítimas eram acusadas de planejar os sequestros do senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) e do promotor de Justiça Lincoln Gakiya, de Presidente Prudente (SP), e, segundo o MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo), foram mortas a mando do PCC.

Em um dos trechos do termo de visita e inspeção, de quatro páginas, assinado pela juíza-corregedora, ela observou ter apurado com a direção da unidade prisional que "durante os últimos 30 dias não tinham ocorrido óbitos nem fugas, rebeliões ou evasões na P2 de Venceslau".

Canivete Columbia e punhal artesanal (Chucho, ou estilete), encontrados com presos da 
Penitenciária II de Presidente Venceslau - Imagem: Reprodução
Porém, no mesmo parágrafo, ela relatou os assassinatos de Nefo e Ré e escreveu: "Todavia, durante a visita, por volta das 13h, ocorreu um duplo homicídio, tendo como vítimas os detentos Janeferson Aparecido Mariano Gomes e Reginaldo Oliveira de Sousa".

Renata Biagioni é juíza-corregedora do Deecrim (Departamento Estadual das Execuções Criminais) da 5ª RAJ (Região Administrativa Judiciária) de Presidente Prudente. A inspeção na P2 de Venceslau foi realizada na presença do diretor-geral da unidade, Malvino André Alves Fahl.

Segundo assassinato, o de "Nefo", aconteceu no pátio do presídio - Imagem: Reprodução
A Polícia Civil identificou e autuou em flagrante os autores do duplo homicídio.  Luís Fernando Baron Versalli, 53, o Barão; Ronaldo Arquimedes Marinho, 53, o Saponga; Jaime Paulino de Oliveira, 46, o Japonês; e Elidan Silva Ceu, 45, o Taliban, não explicaram a motivação do crime.

O MP-SP disse não ter dúvidas de que a ordem para matar Nefo e Ré partiu de integrantes da cúpula do PCC foragidos na Bolívia e também teve o aval da liderança da facção criminosa recolhida em penitenciárias federais, mais precisamente em Brasília.

Matéria jornalística

Um ano de castigo em RDD

A SAP (Secretaria da Administração Penitenciária) concluiu que os quatro presos envolvidos nas mortes cometeram falta grave. Eles vão ficar um ano isolados no CRP (Centro de Readaptação Penitenciária) de Presidente Bernardes para cumprir castigo em RDD (Regime Disciplinar Diferenciado).

A reportagem não conseguiu contato com os advogados dos acusados. O espaço continua aberto para manifestações. O texto será atualizado caso haja um posicionamento dos defensores deles.

Centro de Readaptação Penitenciária "Dr. José Ismael Pedrosa" de Presidente Bernarde com
capacidade para 145 presos, mas que tem atualmente uma população carcerária de 23 internos - Fonte:SAP/SP
Nefo e Ré foram presos em março do ano passado pela Polícia Federal durante a Operação Sequaz, deflagrada para desarticular a célula terrorista da facção criminosa. Outras sete pessoas acusados de pertencer ao bando também foram detidas.

Em maio do ano passado, a juíza Sandra Regina Soares, da 9ª Vara Federal de Curitiba, aceitou denúncia contra 13 acusados. Oito deles viraram réus pelos crimes de organização criminosa e extorsão mediante sequestro. Um deles era Nefo.

Fonte: UOL

Vídeo: SBT/Youtube

3 comentários:

  1. Juízes fazem visitas nos estabelecimentos Prisionais, apenas cumprindo protocolo. Muitas vezes entram apenas no setor administrativo, geralmente na sala do DG. É raro às vezes que vão até a carceragem.

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