Degola: saiba quem é líder do PCC responsável pelo resgate de Marcola

Ivam Garcia Arruda, apontado pelas forças de segurança como um dos membros da facção mais relevantes em liberdade até então, foi preso na quarta-feira em Sorocaba.

Por Aline Ribeiro — São Paulo

14/09/2024 

Ivam Garcia Arruda, o Degola, preso em Sorocaba, era um dos líderes do PCC em liberdade mais importantes da facção, segundo o centro de inteligência da Polícia Militar. Desde o ano passado, ele estava responsável por estruturar um setor da organização criminosa destinado a executar as missões mais complexas e violentas repassadas pela cúpula, a chamada “restrita tática”, espécie de comando de operações especiais.

Uma das tarefas atuais do grupo é o resgate do líder máximo do PCC, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, detido num presídio federal de Brasília. A ação teria relação, segundo as investigações, com movimentações internas dentro da facção relacionadas a disputa de poder. Outra função é planejar ataques contra instalações e equipamentos das forças de segurança de São Paulo.

Ao assumir a “restrita tática”, a função de Degola era a de recrutar e preparar criminosos para participarem das ações. Segundo a polícia, um dos pré-requisitos do PCC para entrar no grupo era já ter participado de crimes ultraviolentos, como o domínio de cidades para o assalto a bancos e agências de valores, modalidade conhecida como “novo cangaço”. Isso porque era necessário ter experiência na prática com armas de grosso calibre. Em seguida, esses recrutados fariam treinamento na Bolívia.

Vídeo da Prisão

O 1º Batalhão de Polícia de Choque – @rota_bta , em ação conjunta com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público de São Paulo, deflagrou a Operação DEGOLA, na quarta-feira (11), em Sorocaba/SP. 

O alvo principal da operação foi uma liderança do PCC, envolvida em atividades criminosas como tráfico de drogas, organização criminosa e posse ilegal de armas de uso restrito.

Conhecido como um criminoso extremamente violento, Arruda era responsável por cortar as cabeças dos inimigos nas rebeliões em presídios de São Paulo ocorridas nos anos 2000, habilidade que lhe rendeu seu apelido.

No ano passado, Arruda foi responsável por coletar informações sobre o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) e o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, que integra o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo (Gaeco), principal investigador da facção criminosa no país. O PCC tinha um plano para sequestrar e matar ambos.

Em 2018, Arruda foi escalado para executar o resgate de Marcola, na época na Penitenciária 2, em Presidente Venceslau, no interior de São Paulo. O plano envolveria três equipes com um total de 80 mercenários, possivelmente africanos, de acordo com investigadores.

A missão de "Degola" seria a de resgatar o líder do PCC da Penitenciária Federal de Brasília, segundo o MPSP

Arruda também foi apontado como autor das mortes de integrantes de facções inimigas, como Paulo Alcântara dos Reis, o Faísca, do Terceiro Comando da Capital (TCP).

Arruda tem passagens criminais do final dos anos 90 até 2011, por roubo, tráfico, sequestro, desacato e tráfico. Como já havia cumprido suas dívidas com a Justiça, não tinha mandado de prisão em aberto.

Representantes das forças de segurança achavam que ele estava escondido na Bolívia. Nesta semana, depois de descobrirem que ele visitava a família no interior de São Paulo, passou a ser monitorado. A Justiça expediu oito mandados de busca e apreensão e ele foi preso em flagrante por porte ilegal de armas de uso restrito.

Fonte: Jornal O Globo

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