11 junho 2025

Justiça condena a 60 anos assassino de Nefo e Rê, mortos na P. II de Venceslau/SP

As penas de Barão e Taliban foram aplicadas ontem (10) pelo juiz Gabriel Medeiros, da 1ª Vara Criminal de Presidente Venceslau. 

Josmar Jozino

Colunista do UOL

11/06/2025

Integrantes do PCC assassinados após falha em plano de sequestrar autoridades e por falar demais segundo seus assasinos
A Justiça condenou a 60 anos o preso Luís Fernando Baron Versalli, 54, o Barão pelos assassinatos de Janeferson Aparecido Mariano Gomes, o Nefo, e Reginaldo Oliveira de Sousa, o Ré, ambos de 48 anos. Eles foram degolados em junho de 2024 na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (SP).

O detento Elidan Silva Ceu, 46, o Taliban, foi condenado a 30 anos pela morte de Nefo. O duplo homicídio aconteceu no pavilhão 1 da unidade, onde estão os presos mais perigosos do PCC (Primeiro Comando da Capital), durante o banho de sol. Câmeras de segurança registraram os assassinatos.

Além de Barão e Taliban, o MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo) havia denunciado Ronaldo Arquimedes, 54, o Saponga, e Jaime Paulino de Oliveira, 47, o Japonês, pelos crimes. Esses dois ainda não foram julgados.

As vítimas foram assassinadas com o uso de um canivete Columbia e um punhal artesanal (Chucho,
ou estilete), encontrados com presos da Penitenciária II de Presidente Venceslau - Imagem: Reprodução
Os réus estão presos no CRP (Centro de Readaptação Penitenciária) de Presidente Bernardes, onde cumprem castigo em RDD (Regime Disciplinar Diferenciado).

Nefo e Ré foram presos em março de 2023 e eram acusados de planejar os sequestros do senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) e do promotor de Justiça Lincoln Gakiya, de Presidente Prudente (SP), Segundo o MP, as mortes foram ordenadas pelo PCC (Primeiro Comando da Capital).

Na sentença consta que os assassinos impuseram "sofrimento extremo" às vítimas. Ré foi golpeado 32 vezes com canivete e punhal nas regiões da carótida e no abdômen. Nefo agonizou no pátio ao receber 40 golpes no pescoço, cabeça e abdômen.

Os réus estão presos no CRP (Centro de Readaptação Penitenciária) de Presidente Bernardes,
onde cumprem castigo em RDD (Regime Disciplinar Diferenciado)

Orações e mortes

Enquanto três presos rezavam no pátio do pavilhão 1 da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, os quatro assassinos atraíam as vítimas para a morte. A Polícia Civil apreendeu dois vídeos com imagens das câmeras de segurança da unidade.

Um deles mostra Japonês, Barão, Saponga e Taliban entrando com Ré em um banheiro no pátio do banho de sol, usado antigamente como barbearia. Ré foi atingido primeiro no pescoço. Os assassinos depois foram ao pátio e lavaram as mãos na pia coletiva.

Religiosos oram enquanto primeiro assassinato acontecia no interior da barbearia de forma
impiedosa e objetiva, matar o oponente - Imagem: Reprodução
Em meio à primeira atrocidade, três presos portando exemplares da Bíblia Sagrada continuaram rezando no canto do pátio. As câmeras de segurança também registraram a segunda ação brutal. Enquanto o trio orava, Saponga, Taliban, Barão e Japonês se preparavam para matar Nefo.

Ele ainda tentou se livrar dos algozes. Correu de um lado para o outro. Mas foi cercado e levou uma rasteira. Mesmo ferido lutou com os rivais. Porém, foi golpeado várias vezes no pescoço. Perdeu muito sangue. O corpo ficou estirado no pátio.

Os assassinos voltaram à pia para lavar as mãos. O trio religioso não parou de rezar. Os demais presos permaneceram tomando sol, como se nada tivesse acontecido.

Segundo assassinato, o de "Nefo", aconteceu no pátio do presídio, ele percebeu seus oponentes
sujos de sangue, porém não conseguiu se esquivar e morreu ali no pátio - Imagem: Reprodução

Assassinos contumazes

Os assassinos de Nefo e Ré são considerados matadores contumazes e já foram condenados por tirar as vidas de outros rivais em presídios paulistas. Além disso, eles têm extensa ficha criminal e são autores de constantes faltas graves no sistema prisional paulista.

Barão tem condenação de 69 anos e seis meses por latrocínio (roubo seguido de morte) e homicídios. Em setembro de 2003 foi acusado de matar outro preso, Joseilton Félix, de 29 anos, na cela 317 da Penitenciária de Iaras (SP). Na antiga Casa de Detenção de São Paulo matou dois prisioneiros.

Taliban possui condenação de 35 anos e dois meses. Em 10 de maio de 2005, ele matou um preso na Penitenciária 2 de Itirapina (SP). Por esse crime recebeu uma pena de 15 anos. Em 2004, durante saída temporária da prisão, matou outro desafeto de uma facção rival ao PCC.

Matéria jornalística


Saponga possui condenação de 41 anos e três meses por homicídio, roubos e outros crimes. Ele cometeu 83 faltas disciplinares de natureza grave e sempre foi indisciplinado. Em 24 de fevereiro de 2016 xingou uma juíza de vagabunda, no fórum de Avaré (SP), durante audiência.

Japonês foi condenado a 36 anos e quatro meses por homicídios. Um dos assassinatos ele cometeu na Penitenciária de Araraquara (SP) em 10 de abril de 1999. O outro crime foi em Campinas). Cometeu nove faltas graves nas prisões.

A reportagem não conseguiu contato com os advogados de Barão e Taliban. O espaço continua aberto para manifestações. O texto será atualizado caso haja um posicionamento dos defensores dos réus.

Segundo seus executores, os membros da "Sintonia Restrita", teriam falado demais sobre os planos
Fonte: UOL

Vídeo: SBT

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