18 junho 2025

Preso da PII de Venceslau diz que PCC é máfia e ameaça matar governador Tarcísio e Derrite

Ao ser ouvido em Procedimento Disciplinar Apuratório, o presidiário confirmou as ameaças e alegou que foi agredido com três socos pelos homens do GIR.

Josmar Jozino

Colunista do UOL

18/06/2025

Penitenciária II "Maurício Henrique Guimarães Pereira" de Presidente Venceslau
Flagrado na cela da Penitenciária II de Presidente Venceslau (SP) com uma faca de 27 cm, em fevereiro deste ano, o preso Samuel Joaquim da Luz Filho, 37, hostilizou os policiais penais, ameaçou matar autoridades e disse que o PCC (Primeiro Comando da Capital), não é mais uma facção e sim, máfia.

Após ser dominado e algemado por homens do GIR (Grupo de Intervenção Rápida), Samuel passou a xingar os agentes e esbravejou: "Vocês mexeram coma a pessoa errada. O PCC não é mais uma facção. É uma máfia intercontinental".

Samuel prometeu "ceifar as vidas de autoridades". Ele ameaçou matar o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), o secretário estadual da Segurança Pública, Guilherme Derrite, o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, e o chefe dos presídios da região oeste, Roberto Medina.

Ao ser ouvido em Procedimento Disciplinar Apuratório, o presidiário confirmou as ameaças e alegou que foi agredido com três socos pelos homens do GIR.

Condenado a 21 anos por roubos, o detento tem em sua ficha prisional ao menos 55 faltas de natureza grave. A mais recente foi cometida no último dia 8. A SAP (Secretaria Estadual da Administração Penitenciária), pediu à Justiça a internação dele no RDD (Regime Disciplinar Diferenciado).

O RDD é um sistema de castigo para autores de faltas graves na prisão. O presidiário fica geralmente internado por um período de um ano em cela individual. Não tem direito a rádio, TV, jornais e revistas, nem a visita íntima. O banho de sol é de duas horas diárias.

Relatório registra ameaças de morte do preso Samuel Joaquim da Luz Filho a autoridades - Imagem: Reprodução

Condenado por outras ameaças

Não é a primeira vez que Samuel ameaça matar autoridades. Em outubro de 2020, ele foi condenado a oito meses de prisão após confirmar à Justiça ser integrante do PCC e ter como missão matar o então governador João Doria (PSDB), um secretário estadual, uma juíza de direito e um promotor de Justiça.

Além de Samuel, foram condenados no mesmo processo também a oito meses de reclusão os presidiários Leonardo Pereira de Souza e Jarilson da Silva Oliveira. Na época, os três cumpriam pena na Penitenciária 1 de Presidente Venceslau.

No dia 15 de julho de 2019, na hora do café, os prisioneiros entregaram bilhetes para um agente penitenciário contendo ameaças de morte ao coordenador dos Presídios da Região Oeste, Roberto Medina, prometendo assassiná-lo se não fossem transferidos para outra unidade prisional.

Um inquérito foi aberto para apurar o caso. Em depoimento ao delegado da Polícia Civil Antenor Brozelli da Trindade, os detentos confirmaram as ameaças. E foram mais além: Samuel disse que integrava o PCC havia 13 anos.

Afirmou ainda que as acusações contra ele eram verdadeiras. E mencionou que respondeu a outro processo envolvendo ameaças de morte às autoridades. O preso disse que tinha "uma missão e por motivos pessoais ameaça essas pessoas".

A reportagem não conseguiu contato com os advogados de Samuel Joaquim da Luz Filho. O espaço continua aberto para manifestações. O texto será atualizado se houver um posicionamento dos defensores dele.

Fonte: UOL

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