Contador do PCC morto por PMs, era foragido do CPP de Valparaiso e movimentou R$ 1 bi da organização, diz MP-SP

Robson Sampaio de Lima, o Tubarão" ou "Alemanha", foi morto ontem durante confronto com policiais militares em São Paulo.

Josmar Jozino

Colunista do UOL

08/11/2025

Robson Sampaio de Lima, chamado de "Tubarão" e "Alemanha" e contador do PCC - Imagem: Reprodução

Ele era um dos contadores do PCC (Primeiro Comando da Capital) e foi condenado sob a acusação de ter movimentado R$ 1 bilhão da organização criminosa.

Segundo a Polícia Militar, o confronto aconteceu na Rua Palanque, na Vila Curuçá, zona leste da capital, e Tubarão teria reagido a uma abordagem. PMs disseram ter apreendido na casa dele uma pistola 45 e uma espingarda calibre 12, além de farta munição.

Em 27 de fevereiro de 2024, Tubarão e outros três líderes do PCC foram condenados por associação criminosa e lavagem de dinheiro. Os réus foram acusados de movimentar R$ 1 bilhão da organização criminosa, com o tráfico internacional de drogas, no período de janeiro de 2018 a junho de 2019.

Tubarão e Odair Lopes Mazzi Júnior, o Dezinho, foram condenados a 16 anos e 11 meses. Marcos Roberto de Almeida, o Tuta, e Eduardo Aparecido de Almeida, o Pisca, receberam uma pena de 12 anos e seis meses. Tuta estava foragido à época e foi recapturado em maio deste ano na Bolívia.

Os réus foram denunciados em 14 de setembro de 2020 com outros 15 acusados no âmbito da Operação Sharks (Tubarão em Inglês), deflagrada pelo MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo) para combater o tráfico de drogas e a lavagem de dinheiro praticados pelo PCC. Os processos foram desmembrados.

Robson Sampaio de Lima, o Tubarão esteve preso na Penitenciária II "Maurício Henrique
 Guimarães Pereira" de Presidente Venceslau - Imagem: Arquivo

Foi preso em 2018

As investigações conduzidas pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial e de Combate ao Crime Organizado), subordinado ao MP-SP, tiveram início em agosto de 2018, com a prisão de Tubarão. O apelido dele deu o nome à operação Sharks. Dos 19 réus, 13 foram condenados e seis absolvidos.

Bando usava doleiros

A sentença foi aplicada hoje, 08/11/2025 pelo juiz Leonardo Valente Barreiros, da 1ª Vara de Crimes Tributários e Lavagem de Bens e Valores da Capital. Na avalição do magistrado, os réus usavam doleiros para auxiliá-los na ocultação de valores provenientes do tráfico de drogas da organização.

Promotores de Justiça apuraram que os denunciados trocavam mensagens entre si em uma rede fechada de comunicação. Para dificultar possíveis identificações e rastreamentos, eles sempre utilizavam apelidos com nome de países e mudavam constantemente de telefones celulares e chips.

Robson Sampaio de Lima, o Tubarão se encontrava foragido do Centro de Progressão Penitenciária de Valparaíso

Tubarão ficou preso na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (SP), um forte reduto do PCC no sistema prisional paulista, até janeiro deste ano, quando ganhou o benefício do regime semiaberto e foi transferido para o CPP (Centro de Progressão Penitenciária) de Valparaíso.

Em 17 de junho, o criminoso foi beneficiado novamente: dessa vez com a saída temporária. Ele deveria retornar à unidade em 23 de junho. Como não apareceu, foi considerado foragido. A Justiça suspendeu o semiaberto e determinou a internação dele no regime fechado, caso fosse preso.

A reportagem não conseguiu contato com os advogados de Robson Sampaio de Lima. O espaço continua aberto para manifestações. O texto será atualizado assim que houver um posicionamento dos defensores dele.

Fonte: UOL

Vídeo: Jornal da Record

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