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QUEREMOS QUE HAJA JUSTIÇA SOCIAL

Somente assim haverá segurança pública real.

29 julho 2017

GOVERNO AVALIA CORTE DE BENEFÍCIOS DE SERVIDORES, QUE HOJE CUSTAM R$ 13 BILHÕES, MAS NADA FALAM SOBRE OS BENEFÍCIOS DOS POLÍTICOS

Estudo do Ministério do Planejamento considera auxílios como alimentação e moradia pagos a funcionários públicos de todos os Poderes

Adriana Fernandes e Idiana Tomazelli, O Estado de S.Paulo
29 Julho 2017 | 21h00





































BRASÍLIA - Os auxílios concedidos aos servidores públicos estão na mira do governo e podem ser os próximos alvos no plano da equipe econômica de enxugar os gastos com pessoal. Esses benefícios, que complementam os salários do funcionalismo, consumiram R$ 16,6 bilhões no ano passado, segundo dados do Ministério do Planejamento obtidos pelo Estadão/Broadcast.

 O cálculo leva em consideração nove tipos de auxílios pagos a servidores dos todos os Poderes (Executivo, Legislativo, Judiciário, Ministério Público da União e Defensoria da União), como alimentação, transporte, moradia e assistência médica.

Nem tudo poderá ser reavaliado agora porque o Executivo não pode interferir nas despesas dos outros Poderes. Mas só os benefícios do Executivo custaram R$ 12,9 bilhões no ano passado.
“O servidor público tende a ganhar uma remuneração muito maior, especialmente na União, em relação ao salário médio da iniciativa privada”, diz o assessor especial do Ministério do Planejamento, Arnaldo Lima Júnior.

Ele coordena o Comitê de Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas, criado para analisar gastos de diversas áreas e que prepara propostas para garantir mais recursos ao caixa da União.

Um benefício que pode ser afetado é o auxílio-moradia, que custou R$ 900 milhões em 2016. “Às vezes a pessoa fica muito tempo em uma cidade e mantém o auxílio-moradia. Isso é sujeito, sim, a uma avaliação”, disse Lima Júnior. “Não temos como antecipar nenhuma medida, mas não há como negar que estamos reavaliando.”

A discussão de novas medidas de ajuste nas despesas de pessoal ganhou força porque não há mais espaço para o governo cortar em outras áreas. Também está na pauta o adiamento dos reajustes dos salários dos servidores do Executivo em 2018.






























O gasto com pessoal é o segundo maior grupo de despesas do Orçamento, após os benefícios do INSS. Como a reforma da Previdência ainda não foi aprovada ainda pelo Congresso, o governo está tendo de atacar outras áreas. Enquanto os gastos totais com pessoal da União cresceram 3,2% acima da inflação de 2012 a 2016, os benefícios tiveram crescimento real de 23% nesse período.

O diretor da Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira (Conorf) da Câmara dos Deputados, Ricardo Volpe, afirma que, em muitos casos, a lei não é seguida ao pé da letra. “Se fosse, o auxílio-moradia só seria pago para membro ou servidor que está trabalhando fora do seu local de lotação.”

Proporção. Apesar de os benefícios a servidores do Executivo representarem o maior gasto absoluto em auxílios, nos demais Poderes eles consomem uma proporção maior em relação à despesa total com pessoal. No Ministério Público da União (MPU), os auxílios abocanham 13,51% dos gastos totais.

Esse porcentual é de 10% na Defensoria Pública da União (DPU), de 9,85% no Judiciário e de 6,98% no Legislativo. A menor proporção do gasto com auxílios em relação à despesa com a folha de pagamento é justamente do Executivo, de 5,89%.

Muitos desses complementos têm feito com que servidores acabem ganhando acima do teto do funcionalismo, que é de R$ 33.763 (remuneração de ministro do STF). Já existem propostas de lei para incluir no cálculo do teto alguns desses auxílios. Elas tramitam no Congresso, mas não avançam diante da resistência das categorias.

Em meio à restrição fiscal, os parlamentares inclusive aprovaram uma alteração no projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2018 para permitir reajuste, acima da média dos demais Poderes, nos auxílios alimentação e transporte do Legislativo.

Embora o Executivo não possa interferir nos gastos dos demais Poderes, o assessor especial do Ministério do Planejamento lembrou que todos estão sujeitos, a partir deste ano, ao teto de gastos – que limita a expansão de despesas à inflação do ano anterior.

 E que os auxílios são classificados como despesas de custeio. “Se nada for feito, as despesas obrigatórias acabam comprimindo o espaço das despesas de custeio, que são também importantes para a prestação de serviços públicos com qualidade.”

A regra do teto de gastos prevê um prazo de três anos em que o Executivo poderá compensar eventual estouro do limite pelos demais poderes. Mas o TCU está cobrando desde já um plano de medidas dos órgãos para evitar que, passado esse prazo, os poderes continuem desenquadrados, infringindo a regra constitucional.

Distorção. O presidente da Confederação Nacional dos Servidores Públicos (CNSP), Antonio Tuccilio, afirma que o governo não pode concentrar o ajuste só no funcionalismo e que há muita coisa para ser cortada, como desonerações tributárias. No entanto, ele reconhece que há uma parcela de servidores com “privilégios”, como parlamentares, juízes e integrantes do Ministério Público. “Tem uma distorção muito grande, e o povo fica contra servidor por essas coisas que acontecem com um grupo de privilegiados.”





















Fonte: Estadão

Contraponto: Retirar benefícios de quem recebe altos salários não é fácil. Muito mais fácil é retirar dos opostos. Mesmo porque eles não têm dinheiro e muito menos influência para fazer lobby contrário.

Quero ver é retirar privilégios de quem recebe salários acima de R$ 20.000,00. Pois isso não é benefício e sim privilégio. Benefício seria para quem recebe no máximo até R$ 10.000,00 líquidos.

Quero ser testemunha que irão também cortar benefícios e mordomias de Políticos, pois estes não passam de Funcionários Públicos de Cargo Eletivo(temporário), totalmente diferente dos Funcionários Públicos Efetivos e concursados.

Retirar as aposentadorias de políticos pois isso não é profissão, ele está lá por satisfação pessoal, recebe salários altíssimos para tanto, que façam então eles próprios inclusive o recolhimento de uma Previdência Privada, e não como é atualmente, nas costas dos cidadãos de bem deste país.

QUASE 7 MESES APÓS MASSACRE, COMPAJ SEGUE ENTRE PRESÍDIOS DO AM COM MAIOR SUPERLOTAÇÃO

Apenas uma das 11 unidades prisionais opera dentro da capacidade.


Por Suelen Gonçalves, G1 AM
29/07/2017 21h29  Atualizado há 51 minutos



Vista aérea do Complexo Penitenciário Anisio Jobim (Compaj), em Manaus (Foto: Sesip/AFP)












O  Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) - palco do maior massacre entre presos do Brasil - segue entre os presídios com maior superlotação do Amazonas. Há seis meses, o regime fechado da cadeia tinha 170% de superlotação da sua capacidade.

 Até o dia 24 de julho, ele estava com 124% de presos a mais do que os 454 que a unidade comporta. A unidade é a segunda mais lotada da capital. Em primeiro lugar, está o Regime Semiaberto do mesmo Compaj, que tem capacidade para 138 e abriga 586.

Conforme o levantamento da secretaria, os três crimes com maior quantidade de presos são tráfico de drogas, roubo qualificado e roubo, representando, respectivamente 25%, 16% e 10% de todos os presos.


























Em maio, o Governo do Amazonas oficializou a intenção de receber a construção de uma penitenciária federal. A unidade ficaria no município de Iranduba, a 27 Km de Manaus.

No mesmo mês, começou a funcionar uma parte do Centro de Detenção Provisório Masculino 2, que na ocasião recebeu 180 presos e hoje tem 201, sendo um dos poucos que opera dentro da capacidade máxima.
População carcerária em Manaus

Unidades                                                                                   Quantidade de presos         Capacidade

CENTRO DE RECEBIMENTO DE TRIAGEM                                    30                                 25

CDPM II                                                                                                  201                               240

SEMIABERTO E ALBERGUE FEMININO                                          174                                54

C. D. P  FEMININA                                                                                116                               180

COMPAJ - REGIME SEMIABERTO                                                     586                               138

COMPAJ - REGIME FECHADO:                                                         1.016                             454

UNIDADE PRISIONAL DO PURAQUEQUARA                               1.198                             614

C.D. P  DE MANAUS                                                                            1.264                             568

INSTITUTO PENAL ANTÔNIO TRINDADE                                        890                              496

PENITENCIÁRIA FEMININA DE MANAUS                                         61                                72

CASA DO ALBERGADO 910                                                todos cumprem prisão domiciliar

Fonte: Seap

Audiências de custódia

Após o massacre, a Justiça do Amazonas fez um mutirão para avaliar os casos dos presos e 432 detentos provisórios foram libertados. Além disso, os preso do Estado estão sendo encaminhados para audiências de custódia, que antes atendiam apenas três delegacias de Manaus e passou a atender todas as unidades.























Segundo o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), as audiências custódias acontecem durante a semana, de segunda a sexta-feira, no horário do plantão judicial, a partir das 14h até às 18h. Nos finais de semana, feriados e pontos facultativos, das 8h até às 18h.

Durante a audiência, o juiz analisa a prisão sob o aspecto da legalidade, da necessidade e da adequação da continuidade da prisão ou da eventual concessão de liberdade, com ou sem a imposição de outras medidas cautelares.

A liberdade concedida ao preso em nada afeta o prosseguimento do eventual processo que surja contra o indiciado. O juiz poderá avaliar também eventuais ocorrências de tortura ou de maus-tratos, entre outras irregularidades.

De acordo com a Resolução 213/15, do CNJ, toda pessoa presa em flagrante delito, independentemente da motivação ou natureza do ato, seja obrigatoriamente apresentada, em até 24 horas da comunicação do flagrante, à autoridade judicial competente, e ouvida sobre as circunstâncias em que se realizou sua prisão ou apreensão.























No TJAM, dentre as incidências criminais registradas nas audiências de custódia, em maior número, estão os ilícitos de tráfico de drogas, seguido de roubo.

O G1 solicitou posicionamento do Governo do Amazonas sobre as políticas públicas para ofertar mais vagas nas unidades prisionais do estado e sobre o término da obra do CDPM 2 e entrega total da unidade, porém, não teve retorno até esta publicação.


Fonte: G1

Contraponto: Realmente os Amazonenses não sabem e não têm a mínima ideia do que é uma superlotação, venham conhecer as Unidades Prisionais Paulistas. Ai sim vocês irão saber o que é realmente superlotação. Unidades com capacidade duplicada, ou até mesmo triplicada.

MULHER TENTA ENTRAR COM DROGAS NAS PARTES ÍNTIMAS EM CDP DE SOROCABA

Conforme a direção da unidade, entorpecentes estavam escondidos em uma embalagem. Visitante disse que receberia R$ 500 pela entregar da droga a um detento.


Por G1 Sorocaba e Jundiaí
29/07/2017 17h05  Atualizado há 3 horas


Droga foi encontrada com visitante durante revista no CDP de Sorocaba (Foto: Divulgação)









Uma mulher de 43 anos foi detida ao tentar entrar com porções drogas nas partes íntimas, no CDP de Sorocaba (SP), na manhã deste sábado (29).

Segundo a direção da unidade, a mulher demonstrou nervosismo durante a revista pessoal, o que levantou suspeita dos funcionários. Ela confessou que em suas partes íntimas havia embalagens com LSD, maconha e cocaína.

Ainda de acordo com os responsáveis pelo CDP, foram apreendidos 67 gramas maconha, 62 gramas de cocaína e duas fitas de LSD. A mulher declarou aos agentes que desconhecia o conteúdo da embalagem, e que receberia R$ 500 para entregar a droga a um detento.

A Polícia Militar foi acionada e a suspeita encaminhada ao plantão norte da cidade, onde foi registrado boletim de ocorrência por tráfico de drogas. Ela permaneceu à disposição da Justiça. A droga foi apreendida e o preso será isolado preventivamente dos demais detentos.


Fonte: G1

Parabéns a Todos os Funcionários envolvidos na ocorrência, fatos como este comprovam cada vez mais a rotina dos Funcionários da Sap, em coibir a entrada de drogas e aparelhos celulares que todos os finais de semanas as visitas, de todas formas tentam, fazem adentrar nas Unidades Prisionais de São Paulo. Parabéns a Todos, pelo zelo, responsabilidade e comprometimento.

MICROCELULAR EM FORMATO DE CARRINHO É APREENDIDO EM CADEIA DE BOA VISTA/AC

Aparelho que cabe na palma da mão foi apreendido durante revista na unidade, informou a Sejuc.



Por G1 RR
29/07/2017 12h28


                    Ainda não se sabe a quem pertencia o aparelho apreendido (Foto: Sejuc/Divulgação
Um microcelular foi apreendido durante revista na Cadeia Pública de Boa Vista, informou neste sábado (29) a Secretaria de Justiça de Cidadania (Sejuc), pasta responsável pelo sistema prisional.

O aparelho que tem a forma de um carrinho de brinquedo foi encontrado na ala 6 do bloco B durante revista de rotina feita na tarde de sexta-feira (28). Ainda não se sabe quem era do dono do celular que cabe na palma da mão.

A Sejuc informou que o aparelho será analisado pela Divisão de Inteligência de Captura (Dicap) e após isso será possível identificar a que detento pertencia.
Microcelular será analisado pela Divisão de Inteligência de Captura (Dicap) (Foto: Sejuc/Divulgação)






































"Com a identificação do proprietário do telefone, será instaurado procedimento administrativo disciplinar, para apurar a infração, considerada grave, o que pode acarretar sanções administrativas e judiciais, tais como: isolamento [tranca], e até regressão de regime", informou em nota a Sejuc.



Fonte: G1

MULHER É PRESA AO TENTAR ENTRAR COM MACONHA NA PENITENCIÁRIA DE JUNQUEIRÓPOLIS

Suspeita apresentou nervosismo ao ser informada que seria levada para fazer um exame de raio-X.


Por G1 Presidente Prudente
29/07/2017 18h12  Atualizado há 1 hora

Uma mulher de 21 anos, moradora da capital paulista, foi presa neste sábado (29), ao tentar entrar na Penitenciária de Junqueirópolis com um invólucro de maconha. Segundo a Polícia Civil, ao chegar na Santa Casa de Dracena, onde seria feito um exame de raio X, a suspeita se recusou a descer da viatura, momento em que os policiais localizaram a droga escondida ao lado de uma bolsa da mulher.


Polícia também localizou materiais para embalar droga em uma pensão (Foto: Polícia Civil/Divulgação)

A ação aconteceu após trabalho realizado pela Polícia Civil, no levantamento das informações oriundas de colaboradores anônimos, que noticiava que uma mulher tentaria entrar com drogas na Penitenciária de Junqueirópolis, inclusive apontando características físicas da suspeita.

Policiais civis se posicionaram próximo à entrada do presídio e visualizaram na fila de entrada, ainda pelo lado de fora da unidade prisional, uma mulher com as mesmas características físicas da pessoa apontada, segundo a polícia.

A mulher foi identificada e questionada se estava com algum material ilícito escondido no corpo e, a princípio negou que carregava droga. Ao ser informada que em razão da denúncia poderia ser submetida a realização de exame de raio-X, a mesma passou a apresentar nervosismo, conforme a Polícia Civil.

No trajeto para Santa Casa de Dracena para realização do exame, a mulher passou a ficar inquieta, e a todo o momento se contorcia e colocava as mãos debaixo da blusa e dentro da calça, de acordo com a polícia. Ao chegar ao hospital, ela se recusou a descer da viatura, momento em que os policiais localizaram um invólucro de maconha escondido ao lado de uma bolsa que pertencia à suspeita, e que estava no banco traseiro da viatura.


Droga foi localizada ao lado de uma bolsa da suspeita (Foto: Polícia Civil/Divulgação)

Ela recebeu voz de prisão por tráfico de drogas e foi conduzida para a sede do Plantão Policial de Dracena. A droga foi apreendida e após ser periciada e pesada totalizou 292 gramas.

Os policiais também vistoriaram o quarto da pensão em que a mulher havia pernoitado, onde foram encontrados e apreendidos petrechos que são comumente utilizados para embalar drogas e um aparelho celular, ainda de acordo com a Polícia Civil.A mulher foi encaminhada à Cadeia de Dracena, para posteriormente ser transferida à Penitenciária Feminina de Tupi Paulista.



Fonte: G1

FLAGRANTE EM HOTEL ONDE SE HOSPEDAM AS VISITAS DOS DETENTOS EM FLÓRIDA PAULISTA

Esta é uma pequena, mas significativa amostra do que procede realmente nas Unidades Prisionais do Estado de São Paulo, e corriqueiramente são os funcionários acusados levianamente de serem os introdutores de drogas e celulares dentro das Unidades.

Inicio da Operação












Abaixo nas fotos notá-se perfeitamente os materiais já preparados para serem introduzidos nas cavidades corporais

Semanalmente esta é a rotina nas Unidades Prisionais de São Paulo, capital e também em todo o interior do estado, dezenas de pessoas flagradas em tentativa de burlar a vigilância e fazer com que drogas e celulares cheguem as mãos dos prisioneiros.


Materiais sendo exibidos a imprensa, cão farejador herói do dia










Na data de hoje em Flórida Paulista, foi feita uma grande operação da Policia Militar em um "Hotel" onde se hospedam as visitas que irão adentrar a Unidade, esposas, amasias e demais parentes que lá pernoitam.

De acordo com informações da PM, durante as abordagens e buscas pessoais, foram localizados com as suspeitas 500 gramas de cocaína, 1,5 quilo de maconha e cinco aparelhos celulares que seriam levados para o presídio.


Materiais preparados para serem introduzidos nas cavidades corporais

Tanto as mulheres como a adolescente serão encaminhadas para unidades prisionais da região. Participaram da operação policiais da 1ª, 2ª 3ª e 4ª Companhia, Força Tática e Canil Setorial do 25º Batalhão da Polícia Militar do Interior.

Sabemos que não são todas as visitas que tem o "animus" de cometer os ilícitos,  mas não foi surpresa alguma o material que foi apreendido com as "visitas", que iriam tentar fazer a introdução dos mesmos na Unidade. Os responsáveis foram todos indiciados criminalmente.


Cão farejador teve papel fundamental nas buscas



AUTÔNOMA LUCRA ATÉ R$ 1,2 MIL POR MÊS COM ALUGUEL DE ROUPAS PARA MULHERES BARRADAS EM PRESÍDIO NO ACRE

Peças são alugadas por R$ 3. Deuza Cândido também guarda volumes e vende camisinhas para visitantes do presídio Francisco d'Oliveira Conde, em Rio Branco.


Por Aline Nascimento, G1 AC, Rio Branco
28/07/2017



Deuza montou um pequeno comércio em frente de um presídio de Rio Branco (Foto: Aline Nascimento/G1)









Quem passa em frente ao complexo prisional Francisco d’Oliveira Conde (FOC), em Rio Branco, quase não consegue enxergar a autônoma Deuzina Cândido, de 59 anos, que fica sentada em uma cadeira dentro do pequeno comércio montado na frente do presídio.

 Deuza, como é conhecida, aluga roupas há 19 anos para mulheres que são barradas na unidade, por se vestirem de modo 'inapropriado', no dia da visita íntima. Para ajudar a clientela, Deuza improvisou até um provador com um lençol.

“Não pode entrar com roupa preta, curta ou que tenha algum metal. Tem uns plantões que não deixam entrar de camiseta, outros já deixam. Jeans também não entra, tem que ser de legging. Alugo sandálias, bermudas, vestidos, saias, blusas. Qualquer peça sai por R$ 3”, explica Deuza.

Mas nem só do aluguel das roupas vive Deusa. No espaço, ela também guarda volumes, vende camisinhas, bebidas e alimentos para as visitantes. A comerciante conta que guarda bolsas por R$ 2 e quando tem capacete o valor sobe para R$ 3. Ela diz faturar R$ 300 por semana nos três dias que vai para o comércio.

Lençol é utilizado como provador para mulheres trocarem de roupa (Foto: Aline Nascimento/G1)













"No começo entravam de roupa de banho, aqueles tops. Mas, quando começou a tirar a carteira [de visitação] não podia mais entrar com o shortinho curto aparecendo a polpa da bunda. Como eu moro aqui perto, mandava meu menino ir em casa de bicicleta trazer roupas", comenta.

Por mês, Deuza diz ganhar até R$ 1,2 mil com a atividade. Ela conta que conseguiu pagar o terreno e iniciar construção a casa, que fica perto do presídio. "Consegui pagar a terra que moro hoje, estamos fazendo uma casinha, mas está melhor que antes. As roupas são minhas, lavo toda semana e trago em uma sacola fechada para não pegar poeira", diz.

Procurado pela reportagem, o Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC) informou que não existe uma norma que proíba a entrada de visitantes com roupas curtas. Mas, ressaltou que é recomendável que as mulheres evitem visitar os companheiros com roupas pretas, curtas e jeans.


Fonte: G1-Acre


Contraponto: Estes são tipos de cenas muito corriqueiras na frente das Unidades Prisionais aqui de São Paulo, e imagino na verdade, em todo o país também, mas jamais imaginei que fossem fazer uma reportagem com uma personagem autônoma que vive deste comércio, achei interessante, por este motivo repliquei a matéria.

 Até a alguns dias atrás trabalhava em uma Subportaria, e sei o sofrimento destas pessoas, tanto de quem vive do comércio, quanto os dos visitantes, que paralelamente aos presos, sofrem junto com eles. Lamentável.
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28 julho 2017

PRESIDIÁRIOS APLICAM GOLPES POR TELEFONE; SAIBA COMO SE PROTEGER

Uma reportagem da edição de quinta-feira (27) do Jornal Nacional deixou milhões de pessoas indignadas com a covardia e a crueldade de um grupo de golpistas.

De dentro da cadeia, eles extorquiram dinheiro de pessoas que têm parentes internados em UTIs de hospitais.


Edição do dia 28/07/2017
28/07/2017 21h03 - Atualizado em 28/07/2017 21h03



Instrumento de criminosos nas Unidades Prisionais





‘Sempre desconfie e confirme informação com outra pessoa’, diz delegado.
Golpes do falso sequestro, do falso médico e da premiação são frequentes.

Veja como se proteger pra não ser a próxima vítima desse golpe e de outros, aplicados por presidiários com acesso a um telefone celular. Atenção quando a chamada for de um número desconhecido, primeiro passo: numa conversa com um estranho, não se deixe abalar emocionalmente.

Golpista: Eu venho através dessa ligação não para repassar uma boa notícia para vocês familiares.

Vítima: Não! Espera, espera que eu tô chegando aí.

A mulher que não quer se identificar entrou em contato com o Jornal Nacional depois da edição da quinta-feira (27). Nós mostramos que a polícia prendeu uma quadrilha especializada em extorquir dinheiro de famílias que têm parentes internados e em estado grave.

“Eu estava muito emocionada, minha mãe já há dias no hospital. E ela é uma paciente muito grave, ainda é muito grave. Então, naquele momento, foi um momento, assim, muito, muito frágil mesmo meu”, contou ela.

O prejuízo dela foi de R$ 5 mil com a promessa de exames fundamentais para o tratamento da mãe.
Segundo passo: desconfie da conversa.

“Em nenhum momento eu desconfiei porque ele falava muito bem. Não teve nenhum erro que a gente pudesse desconfiar. Como se fosse um médico”.

Terceiro passo: não siga as instruções sem antes confirmar a história.

Golpista: Vá pra agência bancária e, chegando lá, eu repasso a conta, o senhor efetua o pagamento e venha pro hospital pra gente dar início.
























O golpe do hospital acontece geralmente no horário bancário para que as vítimas possam ter acesso a grandes quantias de dinheiro. Em geral, os bandidos ligam de presídios e contam com ajuda de gente do lado de fora.

Este é mais um dos vários golpes que são aplicados por telefone. Um dos mais famosos é o do falso sequestro.

Golpista: Mãe.
Vítima: Oi. O que tá acontecendo?

Golpista: Mãe, eu tô sequestrada, mãe!

Deste golpe, qualquer um pode ser vítima. A tática da quadrilha é ligar de manhã cedo ou à noite,
inclusive de madrugada, quando as pessoas estão mais sonolentas. E, às vezes, no nervosismo, a própria vítima acaba passando informações para os bandidos.

Golpista: O que o senhor é dele?

Vítima: É minha filha. O que que tá acontecendo?

Golpista: É sua filha?

Vítima: Isso.


Preso aplicando golpe com celular do interior da Unidade Prisional

















Quem liga ameaça. Diz que você não pode desligar o telefone. O bandido não quer que você ligue para alguém da sua família.

Golpista: Mãe.

Vítima: Oi.

Golpista: Não fala nada pra ninguém, mãe.

Vítima: Não. Não vou falar, não.

“O meu celular tocou e eu peguei e escutei uma pessoa chorando. Eu na hora disse: o que houve Amanda? O que houve?’ Nisso veio um senhor passando e viu o meu estado e perguntou o que era, e pediu que eu discasse o telefone da minha filha no celular dele. Foi quando a minha filha me atendeu no trabalho. Mas o desespero, o susto que eu tomei, olha, não desejo isso pra ninguém”, diz Ana Luiza Nogueira, que foi vítima do golpe do falso sequestro.

Mas há outras maneiras para você confirmar se o sequestro é verdadeiro.

“Uma orientação básica é a pessoa perguntar uma informação pessoal como se fosse um apelido, um nome de animal de estimação para que a pessoa possa de certa forma se certificar se aquela pessoa que estaria atrás da linha é realmente ou não um familiar.

Mas a gente sempre vai orientar que a pessoa busque imediatamente apoio policial ou de um vizinho que esteja próximo, a pessoa que esteja mais próxima, para equilibrar o ambiente e melhor orientar a pessoa”, disse o delegado Gabriel Ferrando.


Presos com celulares dentro da prisão


























E o golpe do falso prêmio? A quadrilha já chega dando parabéns.
Golpista: Em primeiro lugar, uma ótima tarde. Os meus parabéns por ser cliente...
Vítima: Eu ganhei alguma coisa?

E o prêmio, geralmente, é bom demais pra ser verdade: um carro barato, um empréstimo sem juros.
Golpista: Parabenizando com R$18 mil e um automóvel na promoção recarga premiada, tudo bem?

Vítima: Jura?

“Quando a esmola é muita o santo desconfia. Qualquer vantagem desproporcional, qualquer vantagem absurda, a pessoa deve sempre desconfiar. E geralmente eles exigem um adiantamento. Uma taxa, um pequeno depósito, é aí que eles ganham. Eles faturam das vítimas.

Qualquer tipo de ligação que a pessoa for surpreendida, seja com informações pessoais, até muito exatas, sempre, sempre se certificar com a instituição da qual a pessoa se diz como representante para que a pessoa não seja vítima de um golpe. Então qualquer tipo de ligação, desconfiar”, explica o delegado.

Anote as dicas: afinal você pode não ter a mesma sorte dessa vítima que entrou em desespero, mas conseguiu escapar do golpe.


Celulares apreendidos dentro das prisões















Vítima: A gente não tem condições de pagar por isso, doutor...Agora no momento a gente não tem.

Golpista: E qual o valor que a senhora disponibiliza de imediato?

Vítima: Não sei, R$ 1 mil, não sei.

Golpista: A senhora tem R$ 1 mil?

Vítima: A gente consegue levantar R$ 1 mil. Ai, meu Deus do céu, como dói ouvir isso.

Golpista: Natália. Natália.

Vítima: Oi, pode falar.

Golpista: É mentira, é um golpe, nada disso que eu falei com a senhora é verdade.



Fonte: G1

Jornal Nacional

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MEDIDA NECESSÁRIA - SEM VISITAS NOS PRESÍDIOS FEDERAIS. ESTA DECISÃO PODERÁ BENEFICIAR A TODO O SISTEMA PRISIONAL DO BRASIL

MEDIDA NECESSÁRIA - AGU recorre de terceira decisão de juiz a favor de visita íntima na prisão


28 de julho de 2017, 20h50
Por 


Unidades sem visitas










A medida adotada pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen) é necessária e proporcional, além de ter amparo em jurisprudência sólida no sentido de que as visitas íntimas podem ser suspensas por ato motivado.

Esse é o argumento apresentado pela Advocacia-Geral da União, que interpôs um agravo de instrumento no Tribunal Regional Federal da 1ª Região contra a decisão do juiz Marcus Vinicius Reis Bastos, da 12ª Vara da Seção Judiciária do Distrito Federal, que garantiu as visitas íntimas aos presos das penitenciárias federais.

O magistrado de primeiro grau deu a decisão em mandado de segurança coletivo impetrado pelo Instituto Anjos da Liberdade e invalidou a portaria do Depen, publicada em maio, que proibia as visitas íntimas.

Bastos, porém, tomou outras duas decisões similares e ambas foram reformadas pelo TRF-1. Nesse terceiro recurso, a AGU questiona por que o magistrado "ignora decisões proferidas pelo TRF-1, que já reconheceram a legalidade das medidas adotadas pelo Depen".

A portaria vence nesta semana e não será renovada. Segundo o Depen, órgão do Ministério da Justiça, o governo aguarda uma decisão definitiva para avaliar se renova ou não a proibição das visitas.


AGU afirma que é necessário a medida

Na peça, a AGU afirma que os motivos para ter adotado a medida envolvem o direito à vida de agentes estatais. "O ato está devidamente fundamentado em consistentes razões de segurança pública e foi praticado em total conformidade com o ordenamento jurídico brasileiro", sustenta.

Para o órgão estatal, a proibição não constitui sanção disciplinar coletiva, como argumenta o juiz de primeiro grau, mas, sim, uma medida temporária preventiva, adotada com o objetivo de preservar a integridade física dos profissionais que trabalham nos presídios.

A AGU usa como exemplo o assassinato da psicóloga do presídio de segurança máxima de Catanduvas, Melissa Almeida, morta com dois tiros de fuzil na cabeça em uma emboscada após dar pareceres contrários sobre a condição psicológica de detentos.





















Diante dos fatos, a decisão do magistrado desconsiderou o risco iminente a que estão submetidos os agentes públicos federais, conforme apurou o serviço de inteligência estatal, argumenta a AGU.

Clique aqui para ler a íntegra do recurso da AGU.


 é repórter da revista Consultor Jurídico.

Fonte: Conjur

EM 15 DIAS, TRÊS SERVIDORES PENITENCIÁRIOS TIRARAM A PRÓPRIA VIDA

Estado de São Paulo não dá conta da saúde dos agentes. Problemas da profissão aliados à falta de assistência contribuem para desespero e depressão dos profissionais

 

Em São Paulo, na madrugada de segunda-feira, 3 de julho, Welcio Bernardo Martins, Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária (AEVP), perseguiu sua ex-namorada quando ela se encaminhava para o trabalho. Às 5h43 ele alcança a mulher e a prensa contra uma parede. Segundos depois faz um disparo com uma pistola, atingindo sua cabeça. Após o tiro ele deixa o local. Apesar de ter sido socorrida, Marilene de Souza Melo não resistiu ao ferimento e morreu no mesmo dia.



























Familiares da vítima, em entrevista à TV Record, relataram que Welcio batia na namorada, mas ela não tinha feito nenhuma denúncia contra o ex-companheiro. A suspeita é de que Welcio não aceitou o fim do relacionamento, e cometeu o feminicídio.

Após o crime, Welcio Bernardo Martins retornou à sua casa, na Zona Sul de São Paulo, e gravou uma mensagem de whatsapp para seus conhecidos, aparentando estar transtornado com a situação e pedindo desculpas. No mesmo dia ele tirou a própria vida com um tiro.

Considerando a primeira metade de julho, outros dois agentes penitenciários também cometeram suicídio. Além de Welcio, que trabalhava na Penitenciária de Parelheiros, Gian Muchau, da Penitenciária I de Potim, tirou a vida no dia 2 e, onze dias depois, foi a vez de Custódio de Souza Junior, do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros, em São Paulo, realizar o ato. Os dois últimos eram agentes de segurança penitenciária (ASP).

Trabalho e doença

Estado com maior número de presos do país, São Paulo representa aproximadamente 36% da população carcerária nacional. Nas 168 unidades prisionais paulistas, 23.383 agentes de segurança penitenciária se defrontam com 224.491 detentos, segundo dados de novembro de 2016 do Portal da Transparência e da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), respectivamente.

Essa proporção significa que cada agente deve cuidar de 9,6 presos, uma situação que é o dobro da recomendável pela Organização das Nações Unidas (ONU) e o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP), para os quais a estimativa ideal seria de um agente penitenciário para cada cinco presos. Os números mostram uma sobrecarga de trabalho referente ao déficit de 48% no efetivo de agentes.




























No cotidiano do sistema penitenciário paulista existem duas categorias de trabalho: o agente de segurança penitenciária, responsável pela ressocialização dos presos, manutenção da segurança e disciplina interna nas unidades e o agente de escolta e vigilância penitenciária, que se responsabiliza pela escolta e custódia de presos, em movimentações externas, e guarda das unidades prisionais. Ambas estão no regime de trabalho de 12h por 36h.

De acordo com Antônio Geraldo da Silva, psiquiatra, presidente eleito da Associação Psiquiátrica da América Latina (APAL) e Rosylane Mercês Rocha, médica do trabalho, presidente da Associação Brasiliense de Medicina do Trabalho, em artigo recente publicado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), o déficit funcional no sistema penitenciário causa, nos plantões de trabalho, uma tensão permanente. “O trabalhador precisa estar alerta durante toda a jornada laboral, o que acarreta um nível de estresse altíssimo”, argumentam os especialistas.

Eles enumeram as principais doenças que acometem os agentes: “Transtorno misto de ansiedade, síndrome do pânico, depressão, estresse pós-traumático, hipertensão arterial, diabetes mellitus, dor crônica e tuberculose”, consequências do trabalho que são agravadas pelo “completo desrespeito às normas de segurança e saúde, a falta de assistência médica e psicológica, a insegurança e o alto índice de estresse ocupacional”.

No artigo de Silva e Rocha, a conclusão é categórica: “ É urgente que o Estado adote medidas de saúde e segurança nos presídios e promova assistência à saúde física e mental dos agentes penitenciários”.

Acompanhamento e atendimento

























Dentro das unidades prisionais paulistas a atribuição dos profissionais da saúde é direcionada aos presos. “Nos últimos tempos aumentou-se a população carcerária e diminuiu-se o contingente de funcionários, principalmente na área de saúde”, afirma Vânia Regina Pereira de Souza, psicóloga aposentada da SAP.

Ela explica que os funcionários da saúde não são destinados aos servidores, “a não ser em casos como quando o funcionário ‘surta’, e aí ele é encaminhado para o profissional, mas em unidade que não tem psiquiatra ele vai para uma UPA, ou pronto socorro”.

Para Vânia, que trabalhou por 22 anos como psicóloga nas unidades prisionais, o Estado vê o funcionário como um número, não como uma pessoa. “Quando o agente chega nesse estágio de se suicidar ele já deu algum indício lá atrás que não está bem”, aponta. “É obrigação da própria unidade atentar para isso”.

Segundo a psicóloga, como a SAP não oferece essa assistência, muitos recorrem a um atendimento fora do Estado, o que pesa no orçamento. “Geralmente culmina nisso aí, tantos suicídios que vemos. É o grau de desespero da pessoa”, conclui.




Outra questão do dia-a-dia diz respeito ao “emparedamento” – situação que afeta tanto o preso quanto o servidor. “O servidor penitenciário, assim que ingressa, tem uma preparação muito pequena sobre o que é o serviço, e ele é lançado nesse mundo do emparedamento”, ressalta Gilson Barreto, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos do Sistema Penitenciário Paulista – Sindcop.

“É matéria abordada em direito penal, que fala do adoecimento do sentenciado, com os primeiros anos de pena, mas se omite a relação do servidor, que também sofre os efeitos desse emparedamento”, explica.

A falta de recursos e estrutura do Estado também é sentida diretamente pelo agente. “É o servidor quem vai avisar o preso que não tem médico, dentista, remédio, colchão, roupa, e isso vai contribuindo com a tensão entre população carcerária e servidor penitenciário”, exemplifica o presidente do sindicato.

 “O Estado falhou”

“Honestamente eu jamais imaginaria que meu irmão cometeria um ato desses, um ato suicida, um ato de assassinato”, confessa Bernardo Martins Filho, irmão do agente de escolta Welcio Bernardo. “Jamais imaginei que um dia ele perderia a cabeça dessa forma e fazer o que ele fez”.

Ele conta que o irmão tinha prestado concurso para Polícia Militar, mas não foi aprovado. Welcio estava para concluir seu estágio probatório no Estado – tinha ingressado na profissão há 3 anos. Antes era Guarda Civil Metropolitano de Diadema.

Bernardo diz que seu irmão era reservado, “deixava muita coisa por cima e não aprofundava seus problemas”. Ele soube por terceiros que Welcio vinha se queixando que estava se sentindo sozinho.

“O Estado falhou. Pra mim o Estado foi omisso”, acusa. “É um ambiente pesado, então o Estado periodicamente deveria passar esses profissionais por um psicólogo, deveria ter esse acompanhamento”. Para Bernardo o acompanhamento médico serviria como “válvula de escape”. “Um profissional preparado pra ouvir poderia até dar uma licença, um afastamento, pra ele se cuidar”, defende.


A ajuda é fundamental


Mesmo que não seja possível atribuir exclusivamente à profissão os transtornos psicológicos dos servidores, ou ainda vincular os casos de assassinato, como o que Welcio cometeu, às dificuldades da categoria, o impacto mais próximo do dia-a-dia no sistema prisional é sentido pela família.

“Se você fizer uma pesquisa de como a pessoa era antes de começar a trabalhar no sistema e depois, muda muito, e principalmente o que vai ser afetado de imediato é a família”, diz Vânia. Ela ilustra a situação com o constante abuso de álcool e drogas por parte dos agentes. “Os que não têm problema com drogas acabam não tendo tempo mesmo, pois fazem jornada dupla, trabalham em bicos, então não têm tempo pra família ou amigos”.

Outro fator que pesa no cotidiano da profissão é a relutância em encarar o problema. “Esses caras não gostam de reconhecer fraqueza, querem dar uma de durão. Mas estão totalmente abandonados”, conta Bernardo.

“Ninguém admite que esteja entrando num estado depressivo”, assegura Vânia. “Então começam as dificuldades pra dormir, engordar ou emagrecer, algo fora de controle. Só que a pessoa não admite e vai protelando, e essa depressão vai tomando conta”, exemplifica.

Para Gilson, com relação ao acompanhamento do servidor o governo do Estado é “totalmente omisso”. “Não existem programas de acompanhamento da saúde, a administração negligencia os cuidados com trabalhadores da pasta”, diz.

























Alerta já foi dado

No relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE) sobre as contas de 2016 do governador Geraldo Alckmin (PSDB), emitido em 21 de junho, o parecer considerou que a Secretaria de Administração Penitenciária descumpriu as metas estabelecidas no orçamento do Estado para a criação de novas vagas no sistema prisional. Além disso, o relatório ressalta que, mesmo se as metas fossem cumpridas, não aliviariam o déficit de vagas.

Há também a constatação de que o quadro de profissionais da área da saúde, como médicos e 
 de enfermagem, está com mais de 90% dos cargos sem preenchimento, e que 80% das unidades prisionais não contam com equipe mínima de saúde.

Outra ressalva feita pelo TCE diz respeito à relação agentes/presos. Atualmente os números apontam para 10 presos por agente, valor que está acima da média nacional, que tem 7,61 presos por agente.

Esse alerta também é preocupação do sindicato da categoria. “Num ambiente que era pra ter 15 detentos tem 50. A cela tem que comportar o preso pra dormir, tomar banho e fazer suas necessidades pessoais. Essa convivência insalubre ajuda a proliferar doenças infectocontagiosas”, destaca Gilson.

Para o presidente, todas as unidades do sistema penitenciário paulista estão abaixo do padrão funcional, estipulado pela administração entre 170 e 180 servidores por unidade. “Em contrapartida, todas essas unidades estão superlotadas”, afirma.



O sistema em números

O levantamento nacional mais abrangente sobre o sistema penitenciário é o Infopen, de 2014. Foi elaborado pelo Departamento Penitenciário Nacional, do Ministério da Justiça. Segundo esse estudo haviam 607.731 pessoas presas no Brasil, para uma capacidade de 376.669 pessoas, o que demonstra um déficit de 231.062 vagas.

Após as rebeliões que atingiram presídios da região norte do pais, no início de 2017, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) articulou reuniões com os presidentes de todos os Tribunais de Justiça estaduais, e preparou um novo documento, mais atualizado, sobre o número de encarcerados.

Esse outro levantamento demonstrou um total de 654.372 presos, sendo que 34% do total (221.054) ainda aguardavam julgamento. Pela pesquisa, o estado de São Paulo tinha 35.788 presos provisórios, de um total de 233.663. Dos presos provisórios, 29% estão encarcerados por tráfico de drogas ou indução, instigação e auxílio ao uso de drogas. É a maior causa. Roubo responde por 26% e homicídio por 13%.

Além dos problemas da profissão, os servidores ainda estão com salários defasados. Segundo Gilson, são três anos sem nenhum reajuste, nem o repasse da inflação. “Nós vemos da parte do governo um total descaso com relação a esses trabalhadores. A pressão financeira também desenvolve adoecimento”, finaliza.

Secretaria

Procurada pela reportagem, a Secretaria da Administração Penitenciária não respondeu as perguntas até o fechamento desta reportagem. Foram encaminhados para sua assessoria de imprensa os seguintes questionamentos:































1 - Somente neste mês de julho, 3 agentes de segurança penitenciária tiraram sua própria vida. No meio dos servidores penitenciários são comuns casos como distúrbios psicológicos, depressão, ansiedade. Como a SAP vem tratando seus funcionários e buscando medidas para melhorar as condições de trabalho?

2 - As unidades prisionais não oferecem um atendimento ou acompanhamento psicológico e psiquiátrico ao agente de segurança penitenciária. Numa profissão de risco e insalubre e com consequências na saúde do servidor, esse atendimento é apontado como necessário por especialistas da área da saúde. Há perspectivas para realização desse serviço?

3 - O sistema penitenciário paulista tem um déficit de cerca de 15 mil funcionários, e é considerado o estado com o menor de número de agentes em proporção a população carcerária – um agente para cada 10 presos. Esses fatores impactam diretamente no cotidiano dos agentes. Como a SAP pretende amenizar ou solucionar essa questão?

4 - De acordo com o relatório de acompanhamento dos programas e ações do Governo do Estado, elaborado pelo Tribunal de Contas do Estado em abril de 2017, 28% das vagas de trabalho nos presídios estão vagos e, em relação à segurança, 80% das unidades prisionais não contam com equipe mínima de saúde – há um médico para 1.730 presos – mais de 3 vezes o recomendado por portaria interministerial federal de 2003. Como a SAP pretende se adequar à essa realidade?

5 - Uma demanda dos servidores penitenciários é com relação à pauta salarial, uma vez que há 3 anos não acontece o reajuste nem mesmo para equiparar a inflação do período. Tal fato também impacta no cotidiano dos agentes, contribuindo para a piora nas suas condições de vida. Existe perspectiva de um reajuste salarial para o próximo ano?








Lucas Mendes: Texto


Leandro Leandro: Texto e Imagens

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