Apesar da presença da Força Nacional, 92 presos fugiram da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Boa Vista (RR).
FABIANO MAISONNAVE
DE MANAUS
21/01/2018 01h20 - Atualizado às 20h20
Túnel deu acesso ao lado de fora do presídio em Roraima |
A unidade é controlada pela facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) e foi palco, há cerca de um ano, da terceira maior matança em presídios do país.
A fuga, feita por um túnel de cerca de 100 metros, ocorreu na madrugada da sexta-feira (19), mas só neste sábado o governo de Roraima conseguiu fazer a recontagem total dos presos. Com 790 vagas, o presídio abrigava 1.180 presos no momento antes da evasão, segundo o governo estadual.
Para facilitar a fuga, criminosos cortaram a eletricidade e conseguiram apagar a iluminação externa da penitenciária.
Até a noite deste sábado (20), 19 haviam sido recapturados, além da prisão de quatro pessoas, acusadas de terem ajudado na ação, informou à Folha o secretário de Justiça, o coronel da PM Ronan Marinho Soares, em entrevista por telefone.
O secretário disse que a saída do túnel está numa área sob a responsabilidade da Força Nacional, enviada a Roraima após o massacre. Ele afirmou que haverá uma investigação sobre a atuação do reforço federal.
"Era pra ter uma viatura a 50 metros de onde os presos saíram. Estamos abrindo para apurar se a Força Nacional estava lá e, se estava, por que não agiu", afirmou.
Soares disse que não tem o número exato de homens da Força Nacional em Roraima, mas afirmou que o contingente tem diminuído nos últimos meses.
Em 6 de janeiro do ano passado, 33 presos foram assassinados em Monte Cristo. Tratou-se de uma retaliação do PCC ao massacre em Manaus comandado pela a facção rival FDN (Família do Norte), quatro dias antes.
A estrutura do presídio, o maior do Estado, é considerado obsoleta pelo Sindicato dos Agentes Penitenciários de Roraima, que defende a construção de uma nova unidade.
Barreira na BR-174 quer impedir entrada de presos foragidos no Amazonas. |
OUTRO LADO
Em nota, o Ministério da Justiça informou que o governo de Roraima não solicitou a renovação da presença da Força Nacional, expirada em 31 de dezembro.
"Ainda assim, a Força Nacional continuava realizando a operação de reforço do policiamento ostensivo do perímetro externo em apoio ao estado, enquanto preparava a retirada das equipes, e ao tomar conhecimento da fuga de internos, na madrugada de sexta-feira (19), acionou todo efetivo que está em Boa Vista, conseguindo inclusive capturar foragidos e identificar o túnel, onde manteve vigilância para evitar possíveis novas fugas, não se furtando a auxiliar os órgãos locais."
"A Força Nacional também avisou à direção do complexo penitenciário para tomada de providências cabíveis e acionou a Polícia Militar (a fim de que se reforçasse a busca aos foragidos e a contenção de novas fugas) que somente chegou ao local após duas horas. As condições de visibilidade noturna eram inexistentes no perímetro externo, fato comunicado anteriormente ao sistema penitenciário para proporcionar a adequada iluminação de segurança."
Fonte: Folha de São Paulo
Contraponto: Não podemos mais admitir a presença de pessoas alienígenas ao Sistema Prisional em cargos de direção, coordenação e comando. Exemplos como esse são visíveis, os comandos de secretárias a oficiais da PM, e pessoas com formação teórica, porém sem conhecimento e vivência dentro das U.Ps.
Pessoas que na verdade não serviriam para trabalhar dentro de um raio ou pavilhão, mas que como escrevem livros e falam de forma harmoniosa para emissoras de rádios e tvs, são priorizadas em momentos de desespero por autoridades também incompetentes.
Tanto é verdade que recentemente uma prisão de Alagoas foi motivo de reportagem semelhante, sua segurança era feita por PMs, e eles permitiam livre acesso até mesmo para entregadores de fast food, que eram encomendados por detentos, e isso em uma Unidade de Segurança Máxima.
Quem entende de Prisões e de Prisioneiros são os Agentes Penitenciários. Por estes motivos exigimos a votação da Policia Penal, a responsabilidade de todos estes problemas será, como sempre foi, nossa, porém sem a a supervisão, direção, coordenação e controle dos Agentes Penitenciários.