09 março 2018

Vendedor do Sistema Prisional quer balanço : Governo anuncia censo sobre estruturas de prisões a R$ 20 milhões

Dinheiro será financiado pelo BNDES, mas ainda não tem prazo; primeiro Estado a ter unidades inspecionadas será o RJ.





Marco Antonio Carvalho, enviado especial de O Estado de S. Paulo ao Rio
09 Março 2018 | 17h11


O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann Foto: Dida Sampaio/Estadão



RIO  - O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, anunciou nesta sexta-feira, 9, em agenda no Rio de Janeiro,  que o governo federal, com o apoio das Forças Armadas, fará um censo para conhecer as condições estruturais de todas as cadeias do País. O diagnóstico custará R$ 20 milhões, financiados pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e ainda não tem prazo para começar. O primeiro Estado a ter as suas unidades inspecionadas será o Rio.

Jungmann se reuniu por mais de três horas nesta sexta com deputados federais que compõem uma comissão externa criada pela Câmara para monitorar as atividades da intervenção federal na segurança do Rio. Ele aproveitou a oportunidade para anunciar o censo.

"Nós vamos poder saber quais as condições do sistema prisional. Hoje, não sabemos", disse

A agenda do ministro desta tarde será com o presidente do BNDES, Paulo Rabelo de Castro, onde o assunto será tratado.

De acordo com relatório do Ministério da Justiça divulgado no fim do ano passado, o Brasil tem 726.712 presos em um sistema que comporta 368.049. O Infopen mostrou que o País tem 1.449 estabelecimentos penais, dos quais 51 ficam no Rio. A maior quantidade fica em Minas (193), em São Paulo (164) e no Ceará (148). O ministro disse não saber quanto tempo a elaboração do censo durará.

Além do censo, o ministro anunciou que o Programa Alerta Brasil, da Polícia Rodoviária Federal (PRF), receberá 30 novas câmeras para monitoramento das rodovias fluminenses. Hoje, a PRF tem três equipamentos como esse.

Não é a primeira vez que um ministro promete ampliação do programa Alerta Brasil, que auxilia a atividade de fiscalização pela PRF. Em janeiro de 2017, o ex-ministro da Justiça Alexandre de Moraes prometeu que o programa contaria com mais 835 câmeras no País, mas só 300 foram adquiridas, como revelou o Estado em fevereiro.

Jungmann informou ainda que o País passará a contar com um Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) para integrar representantes das polícias dos 27 Estados, além das Polícias Federais. A estrutura  já estaria pronta, fica em Brasília e, segundo o ministro, precisa de R$ 1 milhão para manutenção.

Rio

Ele voltou a comentar a situação do Rio e disse que espera ver resultados mais robustos da intervenção em até quatro meses.

"A tragédia no Rio foi construída ao longo de décadas. Não seria em 20 dias que resolveríamos. Acredito que em até quatro meses começaremos a sentir resultados paulatinos", disse na sede da Escola Superior de Guerra, na Urca, zona sul do Rio, onde o encontro ocorreu. "O crime organizado sabe que as mudanças vão acontecer."

Sobre a repetição de ações na Vila Kennedy, na zona oeste da capital, Jungmann disse que a medida é um piloto da intervenção e afirmou que serve para "demonstrar resiliência". "Dizer que não vamos resistir."

No encontro com os deputados, o ministro ouviu sugestões e críticas à intervenção. O deputado federal Alessandro Molon (PSB) disse ter solicitado a apresentação de um planejamento das medidas que serão tomadas.

"Pedimos acesso a um planejamento, com informações sobre métodos e o orçamento", disse o parlamentar, na saída do encontro.

O ministro respondeu pouco depois que a intervenção "contará com dinheiro novo". "Sim, virá dinheiro novo, dinheiro a mais. Não se sabe quanto. Para trazer verba para essa área tem que tirar de alguma, não tem mistério. Mas essa difícil tarefa não me cabe. Me cabe pedir o recurso", disse Jungmann.




Fonte: Estadão

Contraponto:  Vergonhosamente mais uma vez o dinheiro público é jogado nos ralos da incompetência, com o intuito de se fazer um raio-x no Sistema Prisional vai se gastar muito mais de R$ 20 milhões e com qual finalidade???

Uma só senhores Agepens, apenas uma, preparar o terreno para futuras PPP( Parcerias Público Privadas, e PPI(Parcerias Públicas de Investimentos) com as quais tanto sonha este alienígena que nada sabe sobre o Sistema, o que passamos e quais as  nossas reais necessidades, mas que posando de paladino da moral e dos bons costumes, se passando por mocinho, na verdade quer somente exercer sua notória capacidade de engabelar sonsos, que não nós, e passar a frente mutias Unidades Prisionais para as "Boas Casas do Ramo". 


Uma verdadeira pouca vergonha e ninguém, absolutamente ninguém tem a coragem de encarar este finório e lhe dizer umas poucas e boas na sua cara. Para ele ir fazer política em seu habitat o congresso federal e não no Sistema Prisional, aqui é onde guardamos bandidos, pessoa nocivas a sociedade e inclusive finórios.



Ministro golpista: Raul Jungmann, o vereador fantasma

O polivalente ministro golpista da Defesa acumulou cargos eletivos e respondeu a inquéritos por peculato e fraude em licitações públicas


19/05/2016 08h00 - atualizado às 09h51

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Escolhido do presidente golpista Michel Temer para o ministério da Defesa, Raul Jungmann foi um dos que mais se empenharam para derrubar o governo da presidenta eleita Dilma Rousseff. Por várias vezes o então deputado federal bateu à porta do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pedindo que investigasse a presidenta.

No entanto, o ex-líder da oposição é um dos oito dos ministros do governo ilegítimo de Temer a figurar no listão da Odebrecht. A planilha, apreendida em fevereiro pela Polícia Federal, na casa do então presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Barbosa Silva Junior, traz nomes de diversos políticos com a indicação de pagamentos feitos pela empreiteira.

A despeito de seus frequentes e inflamados discursos pela moralidade no trato da coisa pública, Jungmann foi investigado por fraude em licitação, peculato e corrupção em contratos de publicidade que somavam R$ 33 milhões,  durante sua gestão à frente dos ministérios de Política Fundiária (1996-1999) e do Desenvolvimento Agrário (1999-2002) dos governos de Fernando Henrique Cardoso.

Apesar da celeridade da Justiça em alguns casos mais recentes, nem sempre foi assim. Em 2001, o inquérito contra Jungmann foi arquivado, pois ainda que fosse a julgamento, não seria possível aplicar a pena, já que um dos crimes havia prescrito e os demais estavam na iminência de prescrever.

Nesse período também respondeu ao Supremo Tribunal Federal pelo uso de aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) para fins particulares.

Acúmulo de cargos e salários

O ministro golpista de uma das pastas mais estratégicas da República, responsável pela coordenação das Forças Armadas, tem em seu currículo outro fato que não corresponde ao perfil de paladino da ética que reivindica para si. Ao assumir na Câmara Federal a vaga deixada pelo deputado Sebastião Oliveira (PR-PE), Jungmann se licenciou do mandato de vereador na Câmara Municipal de Recife, ao invés de renunciar ao cargo, mantendo dois mandatos eletivos durante um período.

O atual ministro chegou inclusive a receber salário integral da Câmara recifense, em fevereiro do ano passado, mesmo tendo deixado o posto no dia 14 daquele mês. O “vereador fantasma” assumiu como deputado em 12 de fevereiro, acumulando salários e cargos que não podem ser exercidos concomitantemente, conforme determina a Constituição.

O versátil ministro já demonstrou sua polivalência em outras oportunidades. Mesmo residindo em Recife à época, aceitou a nomeação para o Conselho de Administração da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), que monitora e organiza o trânsito na cidade de São Paulo, durante a gestão de Gilberto Kassab (PSD). Para a função, Jungman recebia o salário mensal de R$ 12 mil.


Da Redação da Agência PT de Notícias