30 novembro 2018

FORÇA E HONRA, RESPEITO E DIGNIDADE : Agentes paralisam atividades nas unidades prisionais de Roraima

Segundo sindicato, será permitida apenas a entrega de alimentos aos detentos. Atividades seguem suspensas por tempo indeterminado, afirma sindicato.







Por Jackson Félix, G1 RR — Boa Vista
30/11/2018 20h05 


Agentes penitenciários colaram cartazes nas viaturas sem combustível — Foto: Jackson Félix/G1 RR




Os agentes penitenciários que atuam nas unidades prisionais de Roraima paralisaram as atividades nesta sexta-feira (30) devido ao atraso de salários. Com a suspensão dos serviços, está mantido apenas o recebimento do alimentos por familiares de detentos.

“Nós não temos mais condições de trabalhar. Estamos chegando aos 60 dias de salários atrasados dos servidores, que já não têm condição de chegar aos seus postos de trabalho”, declarou Joana Darc, presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários de Roraima (Sindape-RR).

Em nota, o governo informou que o pagamento dos servidores depende de desbloqueios das contas do executivo. O último salário pago aos trabalhadores foi o de setembro, repassado com atraso no último dia 10.

Com a paralisação, ficam suspensos os serviços de visita, cadastro de visitante e todos os projetos sociais que funcionam dentro das unidades prisionais. Ao todo, cerca de 277 agentes atuam em todo o estado, conforme o sindicato.

Na manhã desta sexta, agentes se reuniram em frente à Cadeia Pública, no bairro São Vicente, zona Sul de Boa Vista, em uma manifestação pacífica para cobrar o pagamento do salário. Eles instalaram uma tenda em frente à unidade e devem ficar lá por tempo indeterminado.

“Já fizemos empréstimos, adiantamos o 13º, pedimos dinheiro emprestado dos familiares e agora de onde vamos tirar? Quando tinha a mínima condição a gente ainda vinha trabalhar, agora não temos mais”, disse um agente que não quis se identificar.

Joana Darc disse também que mesmo com a intervenção federal nos sistemas prisional e socioeducativo do estado, ainda não foi possível resolver problemas pequenos na unidade como a falta de combustível na viaturas.

Agentes fazem manifestação pacífica em frente a Cadeia Pública de Boa Vista — Foto: Jackson Félix/G1 RR




“Hoje nós não temos combustível nem mesmo para prestar socorro médico se o reeducando precisa. Acabamos de acionar o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) para vir atender um reeducando aqui na cadeia pública”, declarou.

A representante do sindicato também criticou a atuação dos órgão reguladores, como Ministério Público do Estado e o Tribunal de Justiça, que segundo ela, têm pressionado o governo para a realização do pagamento dos servidores.


Atraso em salários e crise financeira

Alegando falta de dinheiro, o governo do estado não paga em dia os salários dos servidores públicos desde setembro. Em razão dos atrasos, servidores deflagraram greve no dia 22 de outubro.

O Sintraima estima que cerca de 20 mil servidores estão com o salário de outubro atrasado e não tem perspectiva de receber o pagamento de novembro. O problema afeta servidores de todas as secretarias, com exceção da Educação e Saúde, que são pagos com recursos federais.

A crise financeira impacta ainda em despesas com fornecedores, firmas terceirizadas, transporte escolar e no duodécimo com os poderes Legislativo e Judiciário.




Fonte: G1