21 dezembro 2018

CLARO QUE NÃO NÉ DOUTOR! : Número 1 do PCC nega ter ordenado assassinato de promotor no interior de SP

Bilhetes apreendidos indicam pedido de Marcola para morte de promotor de Justiça.







Rogério Pagnan
20.dez.2018 às 20h32


Marcos Willians Herbas Camacho, apontado como chefe do PCC- Sergio Lima/Folhapress






SÃO PAULO - O presidiário Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, apontado pela polícia como o número 1 do PCC, negou a um grupo de promotores e delegados que tenha ordenado o assassinato de um promotor de Justiça e de outras autoridades no estado de São Paulo em represália à sua eventual transferência.

Marcola foi ouvido na última segunda-feira (17) na penitenciária de segurança máxima de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, pela força-tarefa criada para apurar a suposta ordem de assassinado contra o promotor Lincoln Gakiya, um dos principais promotores que investigam o crime organizado.

Tal ordem de ataque, como a Folha revelou, foi encontrada em bilhetes apreendidos no início do mês com duas mulheres que haviam deixado o presídio de Venceslau, após visitas ao maridos, sendo uma delas mulher do preso que divide cela com Marcola.

Por essa ligação, as autoridades atribuem ao próprio chefe do grupo a autoria da ordem contida da mensagem que, em resumo, determina a morte do promotor e de um diretor da SAP (Secretaria da Administração Penitenciária) na região de Venceslau, caso ele fosse transferido para um presídio federal.

Gakiya é o promotor responsável pelo pedido de transferência de 15 integrantes do PCC em razão de um suposto plano de fuga descoberto pela inteligência do governo paulista, que previa o uso de exército de mercenários e helicópteros de guerra, ação estimada em até R$ 100 milhões.

Suposto plano de fuga descoberto pela inteligência do governo paulista, era para
retirar Marcola da P II de Venceslau



Após a apreensão dessas mensagens, a escolta do promotor foi reforçada, e a Promotoria criou a força-tarefa para investigar a origem dessas ordens. O promotor pediu a transferência de Marcola e outros presos ligados à facção para unidades federais, mas a Justiça ainda não decidiu sobre o caso.

De acordo com integrantes da força-tarefa ouvidos pela Folha, Marcola disse desconhecer tal ordem e que não tem nada contra nenhuma autoridade paulista, incluindo o promotor. Ainda segundo a reportagem apurou, Marcola falou de forma tranquila e disse considerar estranho o nome de políticos nos alvos de ataques da facção. Participam da força-tarefa cinco promotores e cinco delegados



Fonte: Folha de São Paulo