07 dezembro 2019

PIMENTA NOS OLHOS DOS OUTROS É REFRESCO: Doria critica desembargador e diz que ele interferiu no Legislativo

Em liminar, o magistrado suspendeu a tramitação da reforma previdenciária de São Paulo.







Gustavo Uribe
7.dez.2019 às 14h33
Deputados da oposição fazem manifesto de repúdio a reforma de João Doria que extermina
direitos duramente conquistados dos servidores - Imagem Arquivo Pessoal






BRASÍLIA - O governador de São Paulo, João Doria, criticou neste sábado (7) decisão judicial que suspendeu a tramitação da proposta de reforma previdenciária proposta pelo governo estadual.

Na sexta-feira (6), o desembargador Alex Zilenovski, do Tribunal de Justiça São Paulo, deferiu um pedido de liminar ingressado pelo deputado Emídio de Souza (PT-SP). A iniciativa solicita a anulação da designação do deputado Heni Ozi Cukier (Novo-SP) como relator especial da proposta.

Deputado Arthur do Val "Mamãe Falei" se prepara para briga após parlamentares subirem a tribuna onde ele estava
 para dar resposta as suas acusações - Reprodução/Arquivo Pessoal



Na chegada ao Congresso Nacional do PSDB, promovido na capital federal, o tucano acusou o magistrado de interferir no Poder Legislativo. Segundo ele, "não há democracia sem respeito e independência dos poderes".

"Não considero uma boa medida de um desembargador de interferir no Legislativo. Eu respeito muito o Judiciário como respeito também o Legislativo, mas são poderes independentes. Não há razão para justificar que outro poder interfira nas decisões do Legislativo. Nós temos que ser refratários a isso", disse.

Deputado mostrando o dedo médio em atitude de deboche contra os servidores públicos presentes na sessão,
em uma clara falta de decoro parlamentar e desrespeito aos cidadãos e ao cargo que ocupa
Imagem: Reprodução Arquivo Pessoal


Após a decisão, o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Cauê Macris (PSDB), também criticou a suspensão e disse que a recebeu com "perplexidade". Ele anunciou que irá recorrer.

"Nós respeitamos o Poder Legislativo e não interferimos. A proposta foi apresentada e ela retornará da Assembleia Legislativa, a meu ver, aprovada, evidentemente com alterações e sugestões, como cabe à democracia", disse Dória.

Mesmo após quase apanhar dos deputados presentes que saíram em defesa dos servidores após "Mamãe Falei" os
chamar de vagabundos, ainda assim ele insistia em mostrar o dedo médio aos servidores
Imagem: Arquivo Pessoal



Na decisão, o desembargador considera que houve vício na tramitação da proposta. Ele ressalta que, antes de ser designado por Macris, Cukier já havia apresentado parecer favorável à reforma previdenciária.

"Há fumaça do bom direito, demonstrado perigo advindo da não concessão da cautela, dadas as enormes consequências da eventual promulgação da PEC", escreveu.

Servidores protestam no Plenário Juscelino Kubitschek contra a Reforma da Previdência e o arroxo salarial praticado
pela atual administração João Doria, ele deu 5% de reajustes nos salários-base do servidores da Segurança Pública
e irá descontar 3%  sobre o salário integral de previdência e mais 1% sobre o salario integral do Iamspe





O principal ponto da reforma previdenciária do funcionalismo paulista segue os moldes das regras adotadas na União, instituindo idade mínima nas aposentadorias, de 65 anos, para homens, e de 62 anos, para mulheres. O tempo mínimo de contribuição será de 25 anos.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB) - 11.nov.19
Zanone Fraissat/Folhapress



Na quarta-feira (4), a discussão em torno da proposta se transformou em uma briga em plenário. O deputado Arthur do Val (sem partido) falava ao microfone quando deputados da bancada do PT e do PSOL subiram à tribuna.

Arthur do Val —mais conhecido como 'Mamãe Falei'— já havia sido advertido por Macris, por chamar os servidores que estavam na galeria do plenário de "bando de vagabundo" e '"chamar para a briga" alguns dos presentes. 

A sessão, que precisou ser suspensa, teve empurra-empurra e ameaça de socos e alguns deputados tiveram que ser contidos.




Fonte: FOLHA DE SÃO PAULO

Contraponto: Uma pergunta que não quer calar. Se o Judiciário não pode interferir ainda que legalmente no Legislativo segundo o governador João Doria, porque cargas d'água então o Executivo vive metendo o bedelho ali, de forma sorrateira e não deixa eles legislarem? 

Mesmo porque na quinta feira, dia 05/12, perto das 14:00 horas ele lá esteve, no dia que seria votado o nefasto projeto por ele enviado à aquela Assembléia, dia este em que as deputadas da oposição ocuparam a mesa da presidência no intuito de fazer com que o presidente da casa mudasse de opinião e permitisse a entrada do povo na platéia do Plenário Juscelino Kubitschek, e que estranhamente ele proibiu aos servidores de participar, e de algo tão importante para as suas vidas.

E eu não me recordo em momento algum de ter visto noticia em lugar algum também que o Presidente do TJSP tivesse ali chegado de helicóptero para visitar deputados ou o presidente da Alesp em dia de votação que fosse de interesse do Judiciário. Muito estranho mesmo, então Sr. Doria deixe de interferir em locais que não são de sua alçada. É perniciosa suas visitas à aquela Assembléia, os servidores não está dormindo, e sabem de todas as suas armações contra eles, e sobre as suas também.