13 abril 2020

Policiais penais não entregam mimos de páscoa a criminosos da P.F. de Catanduvas/PR; Direção quer saber porque

A recusa de uma equipe de plantão do presídio federal de Catanduvas de entregar as “cestas” de Páscoa aos cerca de 150 detentos na última quinta-feira (9) fez com que a direção do presídio determinasse à equipe que estará no plantão nesta segunda-feira (13) para que faça tal repasse aos detentos.


Via: Redação/Juliet Manfrin 
Redação P24
12 Apr 20
Penitenciária Federal de Catanduvas/PR, a primeira a ser inaugurada no país no ano de 2006
No mesmo despacho, de número 1317/2020, a direção pede esclarecimentos aos agentes pela não entrega na semana passada. Como divulgado com exclusividade pelo Portal24, todos os detentos do sistema federal, cerca de 730 em 5 unidades, receberiam agrados na data festiva, tudo adquirido com recursos públicos, como barra de chocolate, bolo de chocolate e refrigerantes.

Essa ação vem sendo praticada em benefício aos presos, muitos deles líderes das maiores facções criminosas brasileiras, há mais de uma década e em igual período a Federação Nacional dos Agentes Federais de Execução Penal e o Sindicato dos Agentes Federais de Execução Penal de Catanduvas vêm solicitando que as entregas dos chamados plus na alimentação cessem.

A expectativa, segundo as entidades, era para que essas aquisições fossem interrompidas desde que o atual governo do presidente Jair Bolsonaro assumiu, mas elas se mantiveram. “Havia uma expectativa de que elas fossem interrompidas, havia esse compromisso conosco, quantas pessoas fora dos presídios não conseguem oferecer isso às suas famílias?”, argumentam as entidades.

Com a negativa do grupo de plantão de entregar os itens especiais aos detentos, representantes da Federação e do Sindicato devem se juntar ao plantão dos policiais penais desta segunda-feira exigindo que tais mimos não cheguem aos apenados.

Agente federal de execução penal Alex Belarmino assassinado a tiros quando saia da casa onde estava hospedado no
dia 02/09/16, com uma carreira de 10 anos no Depen, foi  friamente assassinado com 09 tiros, de 18 disparados
Ainda segundo a Federação, em ao menos outras duas unidades, das 5 existentes pelo Brasil, os policiais penais não realizaram a entrega dos agrados aos detentos e que não houve qualquer tipo de imposição de suas respectivas direções.

Vale destacar que parte dos mesmos presos com acesso aos itens diferenciados da alimentação,, ao menos 30 deles em todo o sistema federal, são os mesmos que arquitetaram e executaram 3 agentes federais em execução penal em emboscadas articuladas, segundo investigações da Polícia Federal, pelo PCC (Primeiro Comando da Capital) como forma de enfrentamento ao sistema federal de repressão ao crime organizado. “É uma afronta os agentes que eram colegas dos profissionais assassinados terem de entregar chocolates, bolo, refrigerante como um agrado na Páscoa, no Natal, àqueles que mataram seus companheiros de trabalho em emboscadas, sem nenhum tipo de direto à defesa”, afirmam a Federação e o Sindicato local.

Agente Federal da Execução Henri Charle Gama e Silva no dia 12/04/2017, estava sentado em um bar perto de sua casa, em Mossoró (RN), quando dois homens desceram de um carro e atiraram em sua direção, foi assassinado friamente

Relembre as mortes

Em 2015 o crime organizado reiniciou um processo de enfrentamento ao sistema de segurança pública brasileiro. O primeiro desses embates mais afincos ocorreu em 2003 quando um juiz corregedor de um presídio onde estava a cúpula de uma organização criminosa foi assassinado a mando do crime organizado. Na época, deu-se então origem aos projetos de presídios federais de segurança máxima para isolamento da cadeia de comando do crime organizado.

Em 2006 foi inaugurado o primeiro destes presídios, o de Catanduvas, considerado modelo e que serviu de inspiração para a implantação dos outros 4 em: Campo Grande/MS, Mossoró/RN, Porto Velho/RO e Brasília/DF, o mais recente deles.

Não há, em 14 anos de história, registro de fugas, rebeliões ou tentativas de motins dentro dessas unidades. Não há ainda o histórico de um único celular apreendido neles, diante do rigoroso sistema de monitoramento de entrada.

A psicóloga Melissa de Almeida Araújo foi assassinada no dia 25/05/17 quando chegava no condomínio
 onde residia com o marido e o bebe, o marido foi atingido oito vezes mas sobreviveu, o bebe também



Essa interrupção nas cadeias de comando do crime organizado de dentro para fora dos presídios e a série de ações adotadas pelo sistema federal fez com que os criminosos passassem a investir em novos ataques. Em 2015 voltaram então os atentados. Um deles foi no Rio Grande do Norte, com o assassinato de um agente federal, e outros dois deles brutalmente assassinados em Cascavel.

As mortes em Cascavel

No primeiro assassinato em Cascavel, registrado em setembro de 2015, o agente Alex Belarmino foi morto a tiros em via pública quando saía da casa onde estava hospedado, na Região do Lago em Cascavel, e seguia sentido penitenciária de Catanduvas. Belarmino não era lotado nesta unidade, vinha de Brasília para dar um curso aos agentes lotados aqui.

Alguns meses depois, em maio de 2016, foi a vez da psicóloga do presídio, Melissa Almeida, ser assassinada na frente de sua casa no Bairro Canadá em Cascavel. Ela voltava da escola onde foi buscar o filho. NO dia do ataque, o marido de Melissa, um policial civil, chegou a revidar e atingiu um dos matadores, mas ele também foi ferido, porém, sobreviveu. Dentro do carro do casal estava o filho de um ano, que felizmente não foi alvejado. Melissa foi morta a tiros de fuzil.
Morte dos agentes foi autorizada pela sintonia restrita do PCC, setor de inteligência da maior facção criminosa
do País, com membros treinados para planejar secretamente assassinatos de agentes penitenciários
 e espalhar o terror no sistema carcerário

Fechar o cerco 

As ações do crime organizado não pararam por aí e outros ataques chegaram a ser programados, mas foram frustrados pelas forças de segurança. Entre eles estava a encomenda da morte de um delegado da PF, um procurador federal e outros agentes em execução penal.

No endurecimento às regras, as visitas íntimas e sociais deixaram de ser feitas nos presídios federais, já que se comprovou que foi por meio delas que houve a determinação para que os criminosos em liberdade executassem os agentes.

A efetivação de visitas apenas por parlatório ocorreu em definitivo por meio de portaria do Ministério da Justiça em fevereiro do ano passado.

A reportagem não conseguiu contato com a direção da penitenciária de Catanduvas.


Fonte: PORTAL 24H

4 comentários:

  1. Se fosse em SP o secretario e o governadorzinho dava ate o "C" pros ladrão!

    ResponderExcluir
  2. Situação é absurda! Usar dinheiro público pra dar chocolate... pra sentenciados enqto milhares de crianças não conseguem comer um bombom na Páscoa e mtas vzs teem como única alimentação do dia a merenda servida na Escola (agora fechada)?! Parabéns aos colegas por terem se negado! Recomendo a todos que leram a notícia, e tbm se sentiram incomodados, enviem pedido de explicações aos Deputados Federais, ao Presidente da República... Emanuel- assis

    ResponderExcluir
  3. Como sempre as malditas visitas intimas sendo usadas como meio de comunicação entre os bandidos presos e os que estão em liberdade.Será que não tem como acabar de vez com as visitas íntimas?Só servem para dar poder ao crime!!!

    ResponderExcluir

Deixe seu comentário e obrigado pela sua colaboração.